11 de novembro de 2019
No Brasil são mais de 12 milhões de pessoas que são portadores da Diabetes, sendo o 5º país no mundo com o maior número de pessoas com a doença, segundo dados do Atlas Mundial de Diabetes (2017) da Internacional Diabetes Federation (IDF). No próximo dia 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Diabetes, uma data para prevenir e conscientizar a população sobre essa doença que causa muitas mortes no mundo.
A diabetes, apesar de ser uma doença conhecida de nome pela população, ainda é cercada de mitos e informações desencontradas, principalmente para os portadores dessa patologia. Diferente do que muitos pensam, quem tem o problema pode ter uma vida normal, mas para isso, o acompanhamento médico, a adesão ao tratamento e a prática de hábitos saudáveis são fundamentais.
Causada pela falta ou a insuficiência de produção de insulina pelo pâncreas, a diabetes é uma doença crônica que pode comprometer outros órgãos, como os rins. A doença renal é 10 vezes mais comum em pessoas com diabetes. Segundo o Atlas de Diabetes, no mundo 44% dos portadores da doença desenvolvem a doença renal crônica.
Ataque aos rins
A diabetes pode trazer danos aos rins, comprometendo a sua capacidade de filtragem. “Os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem muito sangue, sobrecarregando os órgãos e levando a perda de proteínas na urina”, explica o nefrologista e presidente da Fundação Pró-Rim, Dr. Marcos Vieira. “Com o tempo e o excesso de resíduos no sangue, a sobrecarga faz com que os rins percam a capacidade de filtragem e venham a falhar. Assim, o paciente diabético vai necessitar de sessões de hemodiálise ou de um transplante renal”, complementa.
Em torno de 25 a 30% dos pacientes que fazem hemodiálise no Brasil, e também na Fundação Pró-Rim – referência nacional no tratamento renal -, tiveram a insuficiência crônica dos rins em decorrência da diabetes.
Sinais de complicação nos rins
Os sintomas da doença renal crônica não são específicos e podem ser confundidos com outras doenças. Os sinais mais comuns são inchaço, falta de apetite, enjôos, fraqueza, dores no estômago e perda de sono. “A identificação da doença muitas vezes só acontece quando se encontra em estágio avançado, e os rins já estão em fase crítica de funcionamento”, conta o nefrologista.
Diagnóstico e prevenção
É recomendado que os diabéticos, tanto do Tipo 1 e do Tipo 2, façam a pesquisa de microalbuminúria, a qual vai verificar a quantidade albumina (proteína produzida no fígado) eliminada na urina. Quanto maior a quantidade de albumina é eliminada pelo organismo, mais os rins estão afetados.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes recomendam que toda pessoa com diabetes, entre os 12 a 70 anos de idade, faça a pesquisa pelo menos uma vez por ano.
Prevenção
“O controle da glicose é uma das medidas que o diabético deve gerenciar, evitando assim complicações para outras doenças, como a doença renal crônica, doenças cardiovasculares e a retinopatia diabética”, enfatiza Dr. Marcos Vieira.
Cuidados com a pressão arterial, o uso correto de medicamentos alinhados com a prática de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, controle de peso e o não consumo de álcool e cigarros, podem reduzir o desenvolvimento de outras doenças.
“Nem todos os diabéticos desenvolvem a doença renal. O baixo controle da taxa glicêmica e da pressão arterial, e os fatores genéticos podem favorecer o surgimento da doença. É possível conviver com a diabetes desde que a pessoa se comprometa com o tratamento”, conclui o médico.
Identificando a diabetes
A diabetes está ligada com a presença de açúcar no organismo e com a obesidade.
Existem dois tipos de diabetes: 1 e 2. A tipo 1 é uma doença autoimune. Aparece geralmente na infância e adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos também. Já a tipo 2 é quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz, ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de açúcar no sangue. Esse tipo é principalmente causado pela obesidade.
Fatores de risco
– Idade igual ou superior a 45 anos
– História familiar de Diabetes Mellitus (pais, filhos e irmãos)
– Excesso de peso (IMC igual ou maior a 25Kg/m²)
– Sedentarismo
– Taxa de HDL-c (“bom” colesterol) baixa ou de triglicérideos elevada
– Hipertensão Arterial
– Diabetes Mellitus gestacional prévio
– Macrossomia ou história de abortos de repetição ou mortalidade perinatal
– Uso de medicamentos hiperglicemiantes: corticosteroides, tiazídicos, betabloqueadores
Setor de Comunicação
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
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