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terça-feira, 23 de abril de 2024

Aedes aegypti é mais perigoso para Idosos, Hipertensos, Diabéticos e Cardíacos

Vírus da dengue, do chikungunya ou do zika desequilibram o funcionamento do coração e agravam doenças crônicas

Com o mosquito Aedes aegypti circulando por aí, todo cuidado é pouco. Afinal, ele é o vetor de alguns dos vírus que têm trazido muita preocupação aos brasileiros. 

Algumas pessoas, no entanto, acabam sofrendo mais por causa dessas doenças. Nesse grupo estão as crianças, os idosos, os diabéticos, os hipertensos, aqueles que têm problemas no coração e também quem está transplantado ou em tratamento contra o câncer.

Segundo o cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo, Fernando Augusto Alves da Costa, alguns vírus podem atacar diretamente o coração, mas não é comum acontecer no caso dos flavivírus, família da qual a dengue, o chikungunya e o zika fazem parte.
 
“O que acontece é que esses pacientes idosos, diabéticos e hipertensos são mais suscetíveis a complicações pela virose, porque o coração já estava sofrendo durante todo o período da doença”, explica Costa.
 
Alves conta que, quando algum desses vírus ataca a pessoa, o organismo precisa se defender da virose. “Essa defesa acontece com a elevação da frequência cardíaca, febre e desidratação. Para corações já doentes ou sobrecarregados, é possível que haja uma descompensação”, alerta.
 
Além disso, o cardiologista diz que os idosos são mais desidratados do que jovens ou adultos. “Eles têm de 10% a 15% a menos de água corporal”. Quando os idosos chegam a um pronto-socorro já desidratados, muitas vezes, a hidratação aguda aumenta a sobrecarga no coração que já está sofrendo pela virose, com o organismo queimando em febre, com o mal estar e o aumento do metabolismo.

“Isso pode causar uma alteração no trabalho cardíaco e insuficiência cardíaca”, alerta Costa.
 
Em muitos casos, um infarto acontece por conta do trabalho excessivo que o coração tem de fazer em um doente com problemas cardíacos ou uma pessoa idosa. 
 
“O indivíduo está lá, quieto, e de repente a frequência cardíaca vai para 140 por minuto (por causa da virose). 

Quem tem a doença já estabelecida tem mais risco de ter infarto, porque o coração não estava preparado para essa sobrecarga”, pontua Costa. “Uma sobrecarga de trabalho pode desencadear arritmias cardíacas (batimentos fora do ritmo).”
 
Costa faz um paralelo com pessoas de idade avançada que de repente começam a fazer exercícios. “Imagine idosos que ficam na praça, jogando dominó, e alguém impõe que eles subam uma ladeira. A dengue está impondo isso, o chikungunya e o zika também, pois os vírus aumentam a frequência cardíaca e o metabolismo, submetendo o coração a um esforço.”
 
Para o médico, o tratamento desse grupo de risco tem de ser distinto. “É preciso ter um olhar mais atento ao coração, com maior dedicação a ele. Se o coração começa a falhar, vão aparecer sintomas e sinais, como água no pulmão, palidez e aumento da frequência cardíaca”.
 
Riscos para os diabéticos
 
O endocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa Fadlo Fraige Filho conta que os diabéticos são mais frágeis a todas as infecções porque a hiperglicemia faz a imunidade cair. “A resposta imunológica fica diminuída. Ela é menor em razão direta do diabetes descontrolado.”
 
Por isso, ressalta Fadlo, os diabéticos têm de manter a doença controlada. De acordo com o endocrinologista, 90% dos diabéticos brasileiros estão fora da meta ideal. “Ter o diabetes sob controle é a segurança de que a imunidade boa será mantida.”
 
O exame que consegue mensurar se o diabetes está controlado é o da hemoglobina glicada, uma avaliação dos picos de glicemia no sangue durante três meses.
 
Aqueles que estão em tratamento contra o câncer ou que passaram por transplante de órgãos têm a imunidade mais baixa e também devem ter um cuidado redobrado para não contrair o vírus da dengue, do chikungunya ou do zika.
 
Pegou dengue, zika ou chikungunya? Continue usando repelente
 
É preciso entender que, além de exterminar o Aedes aegypti, é preciso proteger pessoas já contaminadas com algum dos vírus de uma nova picada, já que o sangue contaminado do indivíduo contaminará o mosquito, que passará a picar e transmitir o vírus para mais gente.
 
Se o Aedes aegypti não picar pessoas contaminadas, ele não vai transmitir o vírus para a próxima pessoa que picar. “Quem está doente deve tomar os mesmos cuidados para não se tornar um vetor, para que não seja um hospedeiro do vírus, e o mosquito picar e contaminar outras pessoas”, recomenda o cardiologista da Beneficência Portuguesa. “Vale lembrar que o maior vetor é o ser humano”, finaliza




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abs
Carla
extraído:http://www.diabetenet.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=9745


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