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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Sensor portátil permite auto teste de urina para detectar marcadores de doenças como câncer, gota e Parkinson

 bvsms.saude



 

Um sensor desenvolvido por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Federal de Viçosa (UFV) pode facilitar a vida de pacientes que necessitam monitorar com frequência biomarcadores na urina – por exemplo, aqueles que sofrem de gota e têm de controlar os níveis de ácido úrico. 

O dispositivo é capaz de fornecer essas informações de forma rápida e em casa, bastando conectá-lo ao smartphone, mostra estudo publicado no Chemical Engineering Journal.

Com custo de produção inferior a R$ 0,50, o equipamento contém uma tira de sensor flexível com eletrodos que, integrada a um analisador portátil, mede um amplo espectro de biomarcadores moleculares em três minutos, após receber gotas de urina humana, sem a necessidade de passar a amostra por etapas prévias de pré-tratamento. 

A análise é exibida em um dispositivo móvel (smartphone, laptop ou tablet) por meio de comunicação sem fio (bluetooth).

Os testes feitos durante o estudo, que contou com apoio da FAPESP (projetos 20/09587-8, 23/07686-7, 19/01777-5, 22/02164-0, 16/01919-6 e 23/00850-6), analisaram níveis de ácido úrico e dopamina na urina. 

O primeiro tem sido considerado um biomarcador para várias doenças, incluindo hiperuricemia, síndrome de Fanconi, gota, câncer, síndrome de Lesch-Nyhan e disfunção renal, além de estresse físico e riscos elevados de diabetes tipo 2 com alta gravidade e complicações.

Já a dopamina é um importante neuromodulador com funções vitais nos sistemas nervoso central, renal, hormonal e cardiovascular. Níveis anormais podem indicar distúrbios neurológicos e psiquiátricos, incluindo esquizofrenia, depressão, vício, doença de Alzheimer e Parkinson.

O desempenho analítico do sensor foi considerado comparável ao método padrão-ouro (kit usado em laboratórios de análises clínicas).

“A integração de sensores químicos eletrônicos com dispositivos portáteis permite monitorar continuamente e remotamente os principais sinais vitais, níveis de metabólitos e biomarcadores dos pacientes em tempo real para apoiar a saúde e o bem-estar”, diz Paulo Augusto Raymundo-Pereira https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/79299/paulo-augusto-raymundo-pereira/, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). 

“A ideia é que nosso dispositivo seja utilizado para fornecer informações sobre um estado de saúde individual em níveis moleculares, abrindo caminho para uma ampla gama de monitoramento personalizado, análise descentralizada, aplicações diagnósticas e terapêuticas, potencial que ficou claro com a popularização dos auto testes de COVID-19 durante a pandemia. ”

Foco em sustentabilidade

Outro destaque importante do novo sensor é que, ao contrário de dispositivos eletrônicos portáteis de detecção já existentes, feitos de plásticos convencionais à base de petróleo, ele foi desenvolvido com filmes biodegradáveis de poliácido lático (PLA), contribuindo para atender aos requisitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Agenda 2030.

Nos Estados Unidos, o material já tem aprovação da Food and Drug Administration (FDA, agência de vigilância sanitária norte-americana) para aplicações biomédicas, incluindo stents, placas e parafusos ortopédicos, suturas absorvíveis, veículos de administração de medicamentos, filmes de prevenção de adesão, engenharia de tecidos, dispositivos implantáveis e contato direto com fluidos biológicos.

“Até onde sabemos, o bioplástico de PLA ainda não tinha sido usado como substrato ou suporte para fabricação de sensores e biossensores descartáveis. Nosso estudo demonstrou o primeiro exemplo de uma tira de sensor sustentável integrada com analisador sem fio portátil para auto teste rápido”, afirma Raymundo-Pereira.

 

Confira o artigo “Flexible and sustainable printed sensor strips for on-site, fast decentralized self-testing of urinary biomarkers integrated with a portable wireless analyzer”!

 

Fonte:

Julia Moióli – Agência FAPESP




FONTE: https://bvsms.saude.gov.br/


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Carla

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