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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Anemia em pacientes com câncer (PEDIDO)

   ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia 

Última atualização em 5 de outubro de 2022


Se não tratada corretamente, essa condição pode impactar de forma negativa no tratamento oncológico


anemia em pacientes com câncer é um quadro muito comum, mas que não deve ser negligenciado. Cerca de 70% das pessoas apresentam essa condição no momento do diagnóstico ou a desenvolverão ao longo do tratamento oncológico. No caso das neoplasias malignas hematológicas, a anemia é ainda mais prevalente por diversas razões. 

O que é anemia?

Anemia é o nome dado à doença que ocorre devido ao baixo nível de glóbulos vermelhos (hemácias). De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2019 em parceria com outros institutos e universidades, 9,86% dos brasileiros adultos e idosos são anêmicos. Sendo que o quadro é mais frequente em idosos (24,3%), seguido por negros (17,1%), mulheres (12,2%) e pessoas de baixa escolaridade (11,9%).

Comparação de um vidro com sangue com anemia e outro com sangue saudável

As hemácias, ou hemoglobinas, são células sanguíneas responsáveis por transportar e entregar oxigênio pelo corpo, bem como recolher o gás carbônico nos órgãos. O nível normal de hemoglobina no sangue é de 14,9 g/dL, para homens, e 13,2 g/dL, para mulheres.

Se a quantidade estiver abaixo desse intervalo, considera-se que a pessoa está com anemia. Dessa forma, partes do corpo não recebem oxigênio suficiente e passam a não funcionar adequadamente.

O que causa anemia?

“Muitos são os motivos para o desenvolvimento da anemia. Sangramentos agudos ou crônicos, doenças específicas da hemácia como anemia falciforme, deficiências vitamínicas e minerais principalmente de ferro e vitamina B12, entre outras”, informa a Drª. Adriana Penna, hematologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

Sintomas de anemia

  • Fraqueza
  • Cansaço excessivo
  • Sonolência
  • Dor muscular
  • Palpitações
  • Tontura
  • Queda de cabelos
  • Unhas fracas

Como saber se estou com anemia?

diagnóstico da anemia é feito, principalmente, por meio do hemograma (exame de sangue), que indica a quantidade de hemoglobina presente. Entretanto, os médicos também costumam solicitar outros testes para identificar o que  está causando a alteração e iniciar o tratamento mais adequado. 

Hemograma para fazer o diagnóstico de anemia

Como a deficiência de ferro é o motivo mais recorrente, avalia-se o nível de ferritina. Se ele também estiver abaixo do normal, pode ser um indicativo de anemia ferropriva

Outros exames como, eletroforese da hemoglobina, esfregaço de sangue periférico, contagem de reticulócitos (para saber se a medula óssea está produzindo novos glóbulos), teste de fezes, nível de chumbo, bilirrubina e vitamina B12, função renal e hepática e biópsia da medula óssea (caso o médico julgue que um problema nela pode ter causado a anemia).

Tratamentos para anemia

Médicos avaliando qual o melhor tratamento para anemia

A Drª. Adriana pontua que o método terapêutico depende do que está causando a anemia.

“Suplementos com ferro ou vitamina B são indicados para suprir a deficiência desses minerais/vitaminas. Em caso de perda de sangue, transfusões sanguíneas podem ser necessárias”, diz.






Anemia em pacientes com câncer

A anemia em pacientes com câncer pode aparecer tanto como um sintoma da doença, ou seja, ser causada pelo tumor, quanto pode ser uma complicação pela evolução da neoplasia ou por conta da quimio ou radioterapia.

A medula óssea é um tecido esponjoso que ocupa o centro dos ossos e contém as células-tronco

Conforme a médica explica, muitas pessoas com tumores podem apresentar anemia e a principal causa é a infiltração da medula óssea por essas neoplasias. 

No caso dos cânceres  sólidos, como de pulmão e mama, as células doentes podem “entrar” na medula e comprometer a produção dos elementos do sangue. Assim, prejudicando a fabricação dos glóbulos vermelhos, provocando a anemia.

Já no caso dos cânceres líquidos, é um pouco diferente. A anemia e leucemia estão ligadas porque essa neoplasia acontece na própria medula. Assim, as células doentes se formam e atrapalham a produção das células sanguíneas saudáveis, diminuindo seu número normal.

O mesmo vale para o mieloma múltiplo, essa neoplasia maligna também tem início na medula óssea, mas envolve os linfócitos B que dão origem a plasmócitos anormais. Esses plasmócitos se acumulam na medula óssea formando plasmocitomas, um aglomerado de células defeituosas, que atrapalha o funcionamento das células saudáveis

anemia e linfoma estão relacionados, pois, apesar de se desenvolver no sistema linfático, ele pode aparecer na corrente sanguínea e na medula óssea. Dessa forma, diminuindo o nível dos componentes do sangue.

 

Anemia por quimioterapia

Comparação entre um sangue saudável e um sangue com leucemia

Não só a quimioterapia, mas também a radioterapia, pode causar esse quadro. Isso acontece porque: 

1) Alguns agentes quimioterápicos podem ser tóxicos para a medula, prejudicando a produção de células sanguíneas;

2) A radioterapia em grandes regiões, por exemplo bacia, tórax ou abdômen, pode causar danos à medula; 

3) As náuseas, vômitos e perda de apetite, causadas pelas drogas, podem levar à falta de nutrientes e 

4) Sangramento devido à uma cirurgia oncológica.

Tratamento da anemia em pacientes com câncer

“A anemia deve ser tratada sempre que houver a presença de sintomas. A terapia, geralmente, é feita com a transfusão de hemácias. Mas, também podemos usar medicamentos que estimulam a produção das hemácias pela medula óssea”, a médica fala.

Uma bolsa de sangue para tratar a anemia em pacientes com câncer

Além das manifestações ligadas ao quadro, essa condição impacta negativamente na sobrevida e acentua a fadiga relacionada ao câncer.

A Drª. Adriana Penna conclui ressaltando que para diminuir a probabilidade de desenvolvimento da anemia, o paciente oncológico deve manter a saúde em dia, seguindo as orientações dietéticas e realizando o acompanhamento médico periódico.



FONTE:

https://revista.abrale.org.br/saude/


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abs

Carla




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