- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 24/08/2021 - Data de atualização: 24/08/2021
A pandemia do novo coronavírus tem potencializado alguns hábitos nocivos à saúde, como o fumo. De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz, feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 34,3% dos entrevistados que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante a pandemia: 22,8% aumentaram em 10, 6,4% em até cinco e 5,1% em 20 ou mais cigarros. Foram ouvidos 44.062 brasileiros, de ambos os sexos, de todos os níveis de escolaridade e de todas as faixas etárias a partir de 18 anos.
Os dados são preocupantes e reforçam a relevância de campanhas de conscientização no combate ao fumo, que alertam sobre as doenças e mortes evitáveis decorrentes do consumo de cigarros. Estudo sobre o panorama do câncer de pulmão no Brasil, realizado pelo Instituto Oncoguia, revelou que o cigarro é responsável por cerca de 85% dos casos deste tipo de tumor, o que mais mata no país. Aliás, não apenas deste tipo de tumor: em 2017, segundo o INCA, 73.500 pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de câncer provocado pelo tabagismo no país e 428 pessoas morrem diariamente no país por conta dele.
Flávia Amaral Duarte, oncologista do Grupo Oncoclínicas, de Belo Horizonte, frisa a importância de adotar hábitos saudáveis e abandonar qualquer tipo de fumo, que além do cigarro comum inclui o cigarro eletrônico, o narguilé e outros tipos: "O cigarro eletrônico foi lançado baseado na ideia de que ajudaria as pessoas que desejavam parar de fumar, entretanto, isso nunca foi comprovado. O aparelho contém diversas substâncias cancerígenas, entre elas a nicotina, e sua comercialização no Brasil é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009", diz.
A médica acrescenta que esses dispositivos, também chamados de e-cigarette e caneta a vapor, são encobertos por uma falsa sensação de segurança. "Com design inovador e diferentes aromas, transmitem a impressão de que não são nocivos à saúde. Além disso, estão vinculados a uma imagem de status, o que desperta o interesse da nova geração, sendo uma grande preocupação", alerta Flávia Amaral Duarte.
Outro motivo de preocupação é o narguilé, também conhecido como cachimbo d'água. "A OMS indica que uma sessão de narguilé, que dura em média vinte a 80 minutos, corresponde à exposição de componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros. Ele possui concentrações superiores de nicotina, monóxido de carbono e metais pesados", afirma a oncologista.
Patricia Lages, cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que o consumo de narguilé pode contribuir para a disseminação de patógenos responsáveis por doenças infecciosas, como resfriados, infecções respiratórias, tuberculose e hepatite, pelo simples fato de os usuários de narguilé, em geral, compartilharem o mesmo bocal. Além disso, pode predispor o surgimento de vários tipos de câncer, entre eles, pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias.
A médica, que é especialista em Tabagismo e Reabilitação Cardíaca, pelo Instituto do Coração (Incor), traz um panorama positivo sobre o tratamento para deixar o vício. A médica coordena o Serviço de Cardiologia, e o ambulatório de Tabagismo do Hospital Vila da Serra, onde garante que os tratamentos disponíveis, quando existe o desejo de ficar livre do cigarro, garantem sucesso em até 80% dos casos. "É possível parar de fumar em qualquer época da vida, inclusive na pandemia, seja por medo do vírus ou por força de vontade", garante Patricia Lages.
Para as médicas é fundamental adotar hábitos saudáveis e abandonar qualquer tipo de fumo, pois alguns diagnósticos podem ser tardios e os danos irremediáveis. "Parar de fumar é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão, além de diversas outras doenças e tumores. Os sintomas iniciais do câncer de pulmão podem ser confundidos com doenças comuns, por isso dificilmente é diagnosticado no estágio inicial", declara Flávia Amaral Duarte.
"O tabagismo causa cerca de 50 doenças, principalmente as cardiovasculares como hipertensão, infarto, angina e o derrame. Além de vários tipos de câncer e doenças respiratórias obstrutivas como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Portanto, largar o vício é a melhor forma de se cuidar", acrescenta Patricia Lages.
Como o corpo reage ao abandono do fumo
Apenas 20 minutos após interromper o vício, a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados. Em oito horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco diminui. E após 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar e os sentidos de olfato e paladar melhoram.
Em até três meses, a circulação sanguínea melhora e caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar se recupera em até 30%. A partir de um a nove meses, os sintomas como tosse, rouquidão e falta de ar ficam mais tênues. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.
*Com informações da assessoria de comunicção das especialsitas ouvidas na reportagem
Matéria publicada pela Revista Encontro em 22/08/2021.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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