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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Insuficiência Cardíaca: Reoperação para Troca de Válvula

 

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Pacientes submetidos a cirurgias cardíacas podem necessitar de uma nova intervenção ao longo da vida. 

Dependendo do tipo de procedimento ou até mesmo da evolução da doença que resultou na cirurgia, a reoperação pode ser indicada. É o caso da reoperação para troca de válvula.

Reoperação para Troca de Válvula Biológica

Pacientes que possuem uma prótese biológica podem vir a precisar de uma reoperação para troca de válvula com o passar dos anos. 

A causa é o metabolismo do cálcio no organismo, que pode provocar degeneração das próteses biológicas.

Essa degeneração é mais precoce nos pacientes jovens e mais tardia nos pacientes idosos. Assim, a mesma prótese biológica pode durar cerca de 10 a 12 anos num paciente mais jovem e cerca de 18 a 20 anos em um mais idoso.  

Quando há necessidade de uma primeira reoperação para troca de válvula por degeneração da prótese, o risco desta segunda cirurgia é considerado baixo. 

Porém, o que pode alterar esta condição é o estado clínico do paciente. Se, nesse tempo, houve piora da sua condição de saúde, o risco aumenta. Não devido à cirurgia em si, mas sim à presença de doenças associadas ou a uma condição clínica mais grave.

No entanto, a partir da segunda reoperação (ou terceira cirurgia), existe um aumento do risco relacionado ao procedimento em si. Normalmente, as estruturas dentro do tórax ficam mais aderidas entre si. 

Assim, a intervenção torna-se tecnicamente mais difícil. Da mesma forma, as chances de sangramento e de complicações aumentam.

Reoperação para Troca de Válvula Mecânica

A prótese valvar mecânica apresenta um índice muito menor de reoperações. Desde que o paciente faça uso correto do anticoagulante oral, a prótese mecânica pode durar a vida toda. No entanto, vale lembrar que o anticoagulante é indispensável nesses casos. Do contrário, a falta da medicação pode gerar complicações graves e fatais. Da mesma forma, pode comprometer o funcionamento da prótese e resultar em uma reoperação para troca de válvula mecânica.

Em pacientes jovens, as próteses mecânicas tendem a ser a melhor opção para evitar sucessivas cirurgias. Isso devido à longa durabilidade. Porém, haverá sempre a prescrição de anticoagulantes e o consequente risco da sua utilização.

Troca por Válvula Mecânica ou Biológica?

Em pacientes de meia idade, a prótese biológica tende a ser a melhor escolha. Afinal, se considerarmos a evolução normal da prótese, teremos a previsão de apenas uma reoperação para troca da válvula cardíaca ao longo da vida. 

Ou seja: um primeiro implante entre os 50-60 anos e a primeira reoperação entre os 70-80 anos.

Esta tendência se baseia em dois fatores principais:

  1. Quanto mais idoso o paciente, maior o risco da anticoagulação, essencial nas próteses mecânicas.
  2. Considerando-se que o paciente terá apenas uma reoperação na sua vida, o risco desta reoperação é menor do que o risco da anticoagulação a longo prazo.

Por isso, a indicação das próteses biológicas vem prevalecendo para os pacientes acima de 60 anos. Além disso, os guidelines de cirurgia cardiovascular vem progressivamente baixando a idade para indicação das próteses biológicas.

Já em pacientes muitos jovens, onde há previsão de múltiplas reoperações para troca valvar, a opção mais adequada tende a ser a prótese mecânica. Nestes casos, o objetivo é evitar novas cirurgias para a troca.

Vale lembrar que o paciente deve seguir corretamente com o anticoagulante. 

O uso incorreto desta medicação pode gerar sérias complicações. Inclusive, morte. Por isso, a escolha entre a prótese mecânica ou biológica depende não apenas da idade, mas das condições de saúde e do estilo de vida de cada paciente. 

Confira também o post  Válvula Mecânica ou Biológica: qual a mais adequada? e saiba mais a respeito.

Riscos da Reoperação para Troca da Válvula Cardíaca

Em geral, o risco da reoperação para troca de válvula depende da condição clínica do paciente. Indivíduos que apresentam doenças associadas e mal controladas tendem a ter maior risco. Entre elas: diabetes, hipertensão e dislipidemia terão maior chance de complicações durante e após a cirurgia.

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Dr. Sergio Lima de Almeida (CRM 4370 / RQE 5893) é cirurgião cardiovascular em Florianópolis/SC, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio e da Equipe Seu Cardio. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina – UFSC e com residência na Beneficência Portuguesa, na equipe do Dr. Sergio Oliveira, aperfeiçoou-se em plastia de válvulas na Cleveland Clinic, acompanhando Dr. Delos Cosgrove, e em cirurgia de cardiopatia congênita complexa, no Children Hospital – Harvard Medical School, acompanhando Dr. Aldo Castañeda. Foi também cirurgião cardiovascular do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis/SC, por 10 anos. Realiza diariamente procedimentos como: cirurgias de revascularização do miocárdio, cirurgia de plastias e trocas valvares e cirurgias da aorta, além de implantes de marcapassos cardíacos. Com grande experiência em idosos, vem abordando o tema em congressos nacionais e internacionais. Atua com abordagem tradicional e minimamente invasiva.

 

 

 

 

 

 

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abs

Carla

https://seucardio.com.br

 

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