5 de maio de 2022
Essa doença pode assustar por ser incurável, mas, em alguns casos, os pacientes não precisam nem se submeter a tratamentos medicamentosos e, aqueles que precisam, podem viver por bastante tempo
O linfoma do tecido linfoide associado à mucosa, mais conhecido como linfoma MALT, pertence ao grupo dos linfomas não-Hodgkin e é considerado uma doença indolente e rara. O órgão atingido com maior frequência é o estômago e, geralmente, nesses casos, o câncer está relacionado à bactéria H. pylori. Apesar das várias opções terapêuticas, a cura ainda não é uma realidade, mas os pacientes podem ter uma boa qualidade de vida por muitos anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que o linfoma MALT é um “linfoma extranodal composto de pequenas células B morfologicamente heterogêneas”. Ou seja, é um linfoma que surge na borda dos linfonodos, região chamada de “zona marginal”, e está relacionado com os linfócitos B.
De acordo com a Drª. Adriana M. Damasco Penna, hematologista do Hospital Santa Catarina, esse câncer é raro e corresponde a apenas 8% de todos os linfomas não-Hodgkin (LNH). Ela ainda fala que a doença pode aparecer nas glândulas salivares, olhos, pulmão, intestino, pele e glândula tireoide, mas que o estômago é o órgão mais acometido.
A doutora comenta que a presença da helicobacter pylori (H. pylori) é o principal fator de risco para os linfomas MALT no estômago. E acrescenta que “algumas doenças autoimunes estão associadas ao surgimento de linfoma MALT não-gástrico. Por exemplo, síndrome de Sjogren, nos casos que acometem as glândulas salivares, e Tireoidite de Hashimoto, nos casos que acometem a tireoide.”
Sintomas do linfoma MALT
Os principais sintomas do linfoma não-Hodgkin são coceira na pele, aumento dos linfonodos e suor noturno. Mas, como o linfoma do tecido linfoide associado à mucosa acontece justamente fora dos linfonodos, o aumento, que é o sinal mais frequente, pode não acontecer.
Para esse tipo de câncer “os sintomas variam conforme o órgão acometido. Nos casos de linfoma MALT gástrico, os sintomas mais comuns são: azia, dor de estômago, náuseas e perda de apetite e peso”, a Drª. Adriana alerta.
Como diagnosticar linfoma MALT?
“O diagnóstico é baseado na história, em exames físicos, em exames de imagem radiológicos, na avaliação histopatológica e imuno-histoquímica de amostras de biópsias e em técnicas laboratoriais moleculares”, diz a médica.
Tratamento do linfoma do tecido linfoide associado à mucosa
Por se tratar de um linfoma indolente (crescimento lento), alguns pacientes com essa patologia podem não precisar de tratamento medicamentoso. Isso acontece especialmente caso a pessoa não tenha sintomas significativos. Já para aqueles que necessitam de terapia, os métodos mais utilizados são a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
“ O tratamento é indicado baseado na extensão da doença e nos sintomas que o paciente apresenta”, a Drª. Adriana afirma.
Segundo a American Cancer Society, os tratamentos para os linfomas MALT não-gástricos podem incluir a radioterapia na região afetada ou quimioterapia com uma única droga ou com combinações. No caso da droga única, as mais utilizadas são clorambucil ou fludarabina; já as combinações incluem os protocolos CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina, prednisona) ou CVP (ciclofosfamida, vincristina, prednisona).
Linfoma MALT no estômago
Há uma forte relação entre linfoma MALT gástrico e infecção por helicobacter pylori. “Nove em cada 10 casos tem associação com esta infecção. Mas como o H. pylori na população em geral é muito frequente, é raro que portadores da infecção desenvolvam linfoma”, a especialista esclarece.
Para esses casos, a erradicação da bactéria é parte fundamental do tratamento. Isso é feito com antibióticos e protetores gástricos.
A American Cancer Society indica que esses pacientes devem realizar e repetir exame de endoscopia em intervalos regulares para verificar se a bactéria desapareceu e se o linfoma diminuiu de tamanho. A organização ainda aponta que dois a cada três desses linfomas entram em remissão com o tratamento à base de antibiótico. Caso o tumor não reduza de tamanho ou não entre em remissão, a radioterapia, na região do estômago, pode ser indicada. Outra opção terapêutica é o anticorpo monoclonal rituximabe.
O linfoma MALT tem cura?
“Os linfomas MALT respondem muito bem ao tratamento, mas, por se tratar de uma doença indolente, são incuráveis, podendo reaparecer com frequência. Entretanto, mesmo nos casos de recaída, a resposta ao tratamento costuma ser boa e os pacientes sobrevivem por muitos anos”, a Drª. Adriana Penna finaliza.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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