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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Câncer de Pulmão: IV

 

  • Tratamento

    O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.

    Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada, e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia.

    Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. 

    Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo.

    Portanto, o tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, e/ou modalidades combinadas.

    Modalidades de tratamento

    Cirurgia

    A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença. Cerca de 20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria (80-90% dos casos) a cirurgia não é possível na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença (estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do paciente.

    As cirurgias para tratamento do câncer de pulmão podem ser:

    Segmentectomia e ressecção em cunha: Quando se retira uma parte pequena do pulmão (somente o segmento ou parte do segmento que envolve o tumor), reservada para pacientes com tumores pequenos e que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade ou condições clínicas e/ou respiratórias limitadas.

    Lobectomia: É a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É o mais adequado por remover toda a doença de forma anatômica.

    Pneumectomia: É a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são limitadas e restritas). Procedimento com morbidade maior e não tolerado por alguns pacientes.

    Quimioterapia

    O tratamento quimioterápico visa a destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. Pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo tolerada por todos os pacientes.

    Radioterapia

    Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizada antes ou após a cirurgia. Também pode ocasionar uma série de efeitos colaterais (como pneumonite e esofagite).

    Terapia-alvo:

    Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características moleculares (genéticas). Essas medicações têm sido reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento.

 

 

Ablação por Radiofrequência do Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células

  • Equipe Oncoguia
  • - Data de cadastro: 15/12/2016 - Data de atualização: 20/04/2020

 

 

Esse tratamento pode ser uma opção para pacientes com tumores pulmonares pequenos localizados próximos à periferia dos pulmões, especialmente se não tiverem condições para realizar uma cirurgia.

A ablação por radiofrequência utiliza ondas de rádio de alta energia para aquecer o tumor. Uma sonda fina, tipo agulha, é inserida através da pele até atravessar totalmente o tumor. A inserção da agulha é guiada por tomografia computadorizada. Quando a sonda está posicionada, uma corrente elétrica passa através da sonda, aquecendo o tumor e destruindo as células cancerígenas.

A ablação por radiofrequência geralmente é feita em ambulatório, com anestesia local. Mas também pode ser realizada com sedativos leves.

Você pode sentir alguma dor no local onde a agulha foi inserida por alguns dias após o procedimento. Complicações maiores são raras, mas podem incluir pneumotórax, que muitas vezes desaparece por conta própria, ou sangramento no pulmão.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/10/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

 

 

Análise das Amostras de Biópsia do Câncer de Pulmão

 

  • Equipe Oncoguia
  • - Data de cadastro: 14/09/2014 - Data de atualização: 20/04/2020

 

As amostras coletadas durante a biópsia ou outros exames diagnóstico são enviadas ao laboratório, onde um patologista, após análises determina a existência (ou não) de doença, e em caso afirmativo, qual o tipo específico de câncer.

Entretanto, outros exames podem ser necessários para classificar melhor o câncer e se a doença se disseminou para outros órgãos. É muito importante descobrir onde o câncer começou, porque dependendo do tipo de neoplasia o tratamento é diferente.

Testes moleculares

Em alguns casos, são avaliadas as alterações genéticas específicas nas células cancerígenas que podem indicar quais medicamentos alvo podem ser utilizados no tratamento da doença. Por exemplo:

  • O receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) é uma proteína que às vezes aparece em grandes quantidades na superfície de 10 a 20% das células cancerígenas do câncer de pulmão de não pequenas células e as ajuda a crescer. Alguns medicamentos que têm como alvo o EGFR parecem funcionar melhor contra os cânceres de pulmão de não pequenas células com alterações no gene EGFR, que são mais comuns em certos grupos, como não fumantes, mulheres e asiáticos. Mas esses medicamentos não parecem ser tão úteis em pacientes cujas células cancerígenas têm alterações no gene KRAS. Atualmente, muitos médicos estão testando as células do câncer de pulmão de não pequenas células quanto as alterações em genes como EGFR e KRAS para determinar se esses novos tratamentos serão úteis.
  • Cerca de 5% dos cânceres de pulmão de não pequenas células têm uma alteração no gene ALK. Essa alteração é mais frequentemente observada em pacientes não fumantes com adenocarcinoma. Os médicos podem testar os cânceres para alterações no gene ALK para ver se os medicamentos que têm como alvo esse gene podem ajudá-los.
  • De 1% a 2% dos cânceres de pulmão de não pequenas células têm uma mutação no gene ROS1, que responde a determinadas terapias alvo. Um percentual similar tem uma mutação no gene RET. Determinados medicamentos que têm como alvo as células com alterações no gene RET podem ser opções para tratar esses tumores.
  • Cerca de 5% dos cânceres de pulmão de não pequenas células têm alterações no gene BRAF. Determinados medicamentos que têm como alvo as células com alterações no gene BRAF podem ser uma opção para no tratamento desses tumores.

Esses exames moleculares são feitos em amostras coletadas durante a biópsia ou cirurgia do câncer de pulmão. Se a amostra da biópsia for pequena e os testes moleculares não puderem ser realizados, o exame poderá ser feito com o sangue retirado de uma coleta regular de sangue. Esse sangue contém o DNA de células tumorais mortas encontradas na corrente sanguínea de pacientes com câncer de pulmão avançado. A obtenção do DNA do tumor por meio de uma coleta de sangue é denominada biópsia líquida e pode ter vantagens em relação à biópsia por agulha convencional, que pode apresentar alguns riscos como, por exemplo, pneumotórax e falta de ar.


Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/10/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

 

 

Imunoterapia para Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células

  • Equipe Oncoguia
  • - Data de cadastro: 14/09/2014 - Data de atualização: 20/04/2020

 

Imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico de um paciente a para reconhecer e destruir células cancerígenas de forma mais eficaz.

Inibidores do controle imunológico

Uma função importante do sistema imunológico consiste na sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa um ponto de controle - moléculas nas células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desligadas) para iniciar uma resposta imunológica. As células cancerígenas usam esses pontos de verificação para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos mais novos que têm como alvo estes pontos de controle são muito promissores nas novas opções terapêuticas contra o câncer.

  • Nivolumab e pembrolizumab. Têm como alvo a PD-1, uma proteína do sistema imunológico denominada célula T, que normalmente impede que essas células ataquem outras células do corpo. Ao bloquear PD-1, estes medicamentos aumentam a resposta imunológica contra as células cancerígenas. Isto pode reduzir o tamanho de alguns tumores ou retardar seu crescimento.
     
  • Atezolizumab. Tem como alvo a PD-L1, uma proteína relacionada com a PD-1, que é encontrada em algumas células tumorais e células imunológicas. Bloquear esta proteína pode ajudar a aumentar a resposta imunológica contra as células cancerígenas.

O nivolumab, pembrolizumab e atezolizumab podem ser usados ​​em pacientes com determinados tipos de câncer de pulmão de não pequenas células avançado que começam a crescer novamente após a quimioterapia ou outros tratamentos. O pembrolizumab e o atezolizumab também podem ser usados ​​como parte do primeiro tratamento (com ou sem quimioterapia) em alguns pacientes com doença avançada. Para pacientes com doença em estágio III que não podem fazer a cirurgia ou a quimioterapia junto com a radioterapia, o pembrolizumab pode ser administrado como primeiro tratamento.

  • Durvalumab. Também tem como alvo a proteína PD-L1. Esse medicamento é usado de forma um pouco diferente dos outros medicamentos imunoterápicos. Ele é usado em pacientes com determinados tipos de câncer de pulmão de não pequenas células cuja doença não piorou depois de já terem recebido quimioterapia junto com radioterapia (quimiorradiação). O objetivo desse tratamento é evitar a evolução da doença o maior tempo possível.

Esses medicamentos são administrados por via intravenosa, a cada 2, 3 ou 4 semanas.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais destes medicamentos podem incluir fadiga, tosse, náusea, prurido, erupção cutânea, perda de apetite, constipação, dores nas articulações e diarreia. Outros efeitos colaterais mais graves ocorrem menos frequentemente.

Reações à infusão. Alguns pacientes podem apresentar reação alérgica ao receber esses medicamentos, o que inclui febre, calafrios, rubor facial, erupção cutânea, coceira, sensação de tontura, chiado no peito e dificuldade respiratória. É importante informar, imediatamente, seu médico se tiver algum desses sintomas enquanto estiver recebendo esses medicamentos.

Reações autoimunes. Esses medicamentos agem basicamente removendo os freios do sistema imunológico do corpo. Às vezes, o sistema imunológico começa a atacar outras partes do corpo, o que pode provocar problemas graves ou mesmo fatais nos pulmões, intestino, fígado, glândulas endócrinas, rins ou outros órgãos.

É importante relatar imediatamente quaisquer novos efeitos colaterais ao seu médico. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, o tratamento poderá ser interrompido e serão administradas doses elevadas de corticosteroides para tratar esses efeitos.


Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.


Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/10/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

 

 

Procedimentos Paliativos para Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células

  • Equipe Oncoguia
  • - Data de cadastro: 14/09/2014 - Data de atualização: 20/04/2020

 

 

Os cuidados paliativos visam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Pacientes com câncer de pulmão muitas vezes se beneficiam de alguns procedimentos para ajudar com problemas provocados pelo câncer. Por exemplo, os pacientes com câncer de pulmão avançado podem apresentar falta de ar. Isso pode ser provocado por uma série de fatores, incluindo derrame pleural ou obstrução de uma via aérea por um tumor. Embora a quimioterapia ou outros medicamentos possa ajudar, outros tratamentos também podem ser necessários.

  • Tratamento do derrame pleural. Às vezes, o líquido pleural pode acumular-se na cavidade pleural, entre o tórax e os pulmões. Isso é denominado derrame pleural. Podendo comprimir os pulmões e provocar problemas respiratórios.
     
  • Toracocentese. Esse procedimento é utilizado em casos de derrame pleural. Se utiliza uma agulha que pode ser guiada por ultrassom.
     
  • Pleurodese. É um procedimento para retirar o líquido pleural e impedir que se forme novamente. Os 2 tipos principais são a pleurodese química e a pleurodese cirúrgica.
  1. Pleurodese química. Nesse procedimento é realizado um pequeno corte na pele da parede torácica, para inserção de um dreno que permitirá a retirada do líquido pleural. Após este procedimento talco ou um medicamento (doxiciclina ou um quimioterápico, como a bleomicina) é inserido lentamente na cavidade torácica, para evitar a formação de líquido novamente dentro da cavidade pleural. Esse dreno é geralmente deixado no local por alguns dias para drenar qualquer líquido que possa se acumular.
  2. Pleurodese cirúrgica. O talco é inserido no espaço ao redor dos pulmões durante uma cirurgia. Isso é feito durante uma toracoscopia através de uma pequena incisão.
  • Colocação de cateter. Essa é outra maneira para controlar o acúmulo de líquido. Uma extremidade do cateter é colocada na caixa torácica através de uma pequena incisão na pele, e a outra extremidade é deixada fora do corpo. Uma vez no lugar, o cateter é ligado a um frasco especial a vácuo ou outro dispositivo para permitir que o fluido seja drenado. 
     
  • Tratamento do derrame pericárdico. O câncer de pulmão pode, às vezes, se disseminar para a área ao redor do coração. Isso pode levar ao acúmulo de líquido em volta do coração, no pericárdio o que se denomina derrame pericárdico. O líquido pode pressionar o coração, afetando seu funcionamento.
     
  • Pericardiocentese. Nesse procedimento, o líquido é drenado com uma agulha colocada no pericárdio. Isso geralmente é feito usando um ecocardiograma para guiar a agulha.
     
  • Janela pericárdica. Esse procedimento é realizado para evitar a formação do líquido pericárdico. Durante a cirurgia, o pericárdio é removido permitindo que o líquido seja drenado.
     
  • Tratamento para desobstrução das vias aéreas. Se o câncer está crescendo em uma via aérea, ele pode obstruir a mesma e causar complicações, como falta de ar e pneumonia. Às vezes, isso é tratado com radioterapia, mas outras técnicas também podem ser usadas.
     
  • Terapia fotodinâmica. A terapia fotodinâmica pode ser utilizada para tratar o câncer de pulmão em estágios iniciais, em casos que ainda a lesão está localizada mais externamente e quando outros tratamentos não estão indicados. Essa técnica também pode ser usada para abrir as vias aéreas obstruídas por tumores, permitindo que o paciente possa respirar melhor. Nessa técnica, um medicamento ativado pela luz, é injetada na veia do paciente, como o objetivo de que as células cancerígenas o captem. Após alguns dias, o fármaco se acumula nas células cancerígenas, um broncoscópio é introduzido até o local, sob anestesia local ou geral. Uma luz laser especial colocada na extremidade do broncoscópio é dirigida ao tumor, ativando a droga que destrói as células cancerígenas. Essas células mortas são removidas durante a broncoscopia. A terapia fotodinâmica pode causar inflamação na via aérea por alguns dias, provocando falta de ar, tosse com expectoração de muco espesso ou sangue.
     
  • Laserterapia. Os lasers podem, eventualmente, serem utilizados para tratar cânceres de pulmão muito pequenos localizados nas vias aéreas. Também podem ser usados para ajudar a abrir as vias aéreas obstruídas por tumores maiores, ajudando o paciente a respirar melhor. O laser é colocado na extremidade de um broncoscópio, que é introduzido através da garganta e traqueia até um local próximo ao tumor. Quando posicionado, o médico aponta o laser na direção do tumor destruindo-o. Esse tratamento é realizado com o paciente anestesiado.
     
  • Colocação do stent. Tumores de pulmão que se originaram e cresceram dentro  de uma via aérea podem, provocar dificuldades respiratórias ou outros problemas. Para ajudar a manter a abertura das vias aéreas, um stent pode ser colocado na via aérea. Isso geralmente é feito após outros tratamentos, como terapia fotodinâmica ou laserterapia.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/10/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

 

 

 

 

 

 

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

https://www.gov.br/inca/pt-br

http://www.oncoguia.org.br/

 

 

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