- Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 17/08/2013 - Data de atualização: 18/01/2021
A medida que os pesquisadores aprendem mais sobre as mudanças nas células que causam o câncer, eles têm sido capazes de desenvolver novos tipos de medicamentos que visam receptores específicos. Eles podem ser usados junto com a quimioterapia em algumas situações e têm efeitos colaterais diferentes das quimioterapias convencionais. Algumas terapias-alvo são úteis em determinadas leucemias infantis.
Inibidores BCR-ABL para LMC e alguns casos de LLA
Quase todas as crianças com leucemia mieloide crônica (LMC) têm o cromossomo Filadélfia em suas células, que tem uma mutação genética específica conhecida como BCR-ABL, que ajuda o crescimento das células leucêmicas.
As terapias-alvo conhecidas como inibidores da tirosina quinase, como imatinibe, dasatinibe e nilotinibe atuam especificamente nas células que têm a mutação do gene BCR-ABL. Esses medicamentos são eficazes para manter a leucemia sob controle por longos períodos de tempo, na maioria dessas crianças, embora ainda não esteja claro se podem curar a doença.
Uma pequena parcela de crianças com leucemia linfoide aguda (LLA) também têm células leucêmicas com o cromossomo Filadélfia. Estudos têm mostrado que o resultado do tratamento melhora quando uma dessas terapias-alvo é administrada junto com a quimioterapia convencional.
Os efeitos colaterais desses medicamentos incluem diarreia, náuseas, dores musculares, fadiga e erupções cutâneas. Um efeito colateral frequente é edema palpebral ou nas mãos ou pés, que pode ser provocado pelos efeitos dos medicamentos sobre o coração. Outros possíveis efeitos incluem diminuição dos glóbulos vermelhos e plaquetas no início do tratamento. Esses medicamentos também podem retardar o crescimento da criança, especialmente se usados antes da puberdade.
Gemtuzumab ozogamicina para LMA
Essa terapia-alvo é um anticorpo monoclonal ligado a um medicamento quimioterápico. O anticorpo atua como um sinal de direção, levando o medicamento quimioterápico às células leucêmicas, destruindo-as quando elas tentam se dividir em novas células.
Esse medicamento pode ser usado no tratamento de crianças com leucemia mieloide aguda (LMA) em diferentes situações:
- Como parte do tratamento inicial da LMA, junto com a quimioterapia.
- Pode ser administrado isoladamente se a leucemia recidivar ou não estiver mais respondendo ao tratamento.
O medicamento é administrado por perfusão na veia. Quando usado como primeiro tratamento, geralmente é administrado uma vez durante a fase de indução e uma vez durante a consolidação (intensificação). Quando usado no tratamento da recidiva ou progressão da LMA, , geralmente é administrado em 3 doses, com 3 dias de intervalo entre cada dose.
Os efeitos colaterais mais frequentes são febre, náuseas e vômitos, níveis baixos de células sanguíneas (com aumento do risco de infecção, sangramento e fadiga), inchaço e feridas na boca, constipação, erupção cutânea e dores de cabeça.
Os efeitos colaterais menos frequentes podem incluir lesões hepáticas, reações durante a infusão, infecções e alterações no ritmo cardíaco.
Agentes de diferenciação para LPA
A leucemia promielocítica aguda (LPA) é diferente de outros subtipos de LMA em alguns aspectos importantes. As células leucêmicas na LPA, denominadas blastos, têm determinadas alterações genéticas que as impedem de amadurecer em glóbulos brancos normais. Drogas chamadas agentes de diferenciação ajudam os blastos a se diferenciar em glóbulos brancos normais. Duas dessas drogas que podem ser usadas no tratamento da LPA são o ácido trans-retinóico (ATRA) e o trióxido de arsênio (ATO).
ATRA é uma forma de vitamina A que normalmente faz parte do tratamento inicial do LPA. É administrada junto com a quimioterapia ou com o ATO. Também pode ser usado durante as fases posteriores do tratamento.
Os efeitos colaterais do ATRA podem incluir dor de cabeça, febre, pele e boca secas, erupção cutânea, pés inchados, feridas na boca ou garganta, coceira e irritação nos olhos.
O trióxido de arsênio (ATO) pode agir de maneira similar ao ATRA em pacientes com LPA. Pode ser administrado com ATRA no tratamento inicial da LPA, mas também é útil no tratamento da recidiva da LPA após o tratamento administrado com ATRA mais quimio.
A maioria dos efeitos colaterais do ATO inclui sensação de cansaço, náuseas e vômitos, diarreia, dor abdominal e lesões nervosas (neuropatia), que podem levar a dormência e formigamento nas mãos e pés. A ATO também pode provocar problemas no ritmo cardíaco.
Ambos os medicamentos podem provocar um efeito colateral conhecido como síndrome da diferenciação (antigamente chamado de síndrome do ácido retinóico). Isso ocorre quando as células leucêmicas liberam certos produtos químicos no sangue. Isso é mais frequentemente observado durante as primeiras semanas de tratamento e em pacientes com aumento dos glóbulos brancos.
Os sintomas podem incluir febre, problemas respiratórios devido ao acúmulo de líquido nos pulmões e ao redor do coração, diminuição da pressão arterial, problemas renais e acúmulo de líquido em outras partes do corpo. Embora a síndrome da diferenciação possa ser séria, muitas vezes pode ser tratada interrompendo os medicamentos por um tempo e administrando um corticosteroide, como a dexametasona.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 16/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
CÂNCER BILIAR, LÚPUS, LEUCEMIA
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Carla
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