A data, idealizada pela International Society of Nephrology (ISN), é comemorada anualmente na segunda quinta-feira do mês de março - dia 12, em 2020. Os principais objetivos do evento são aumentar a conscientização sobre a crescente presença de doenças renais em todo o mundo e a necessidade de estratégias para a prevenção e o gerenciamento dessas doenças.
Estima-se que haja atualmente no mundo 850 milhões de pessoas com doença renal, decorrente de várias causas. A Doença Renal Crônica (DRC) causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com uma taxa crescente de mortalidade. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença.
Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. A insuficiência renal pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.
Funções dos rins:
- limpar todas as impurezas e as toxinas de nosso corpo;
- regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do corpo (sódio, potássio e fósforo);
- liberar hormônios para manter a pressão arterial e regular a produção de células vermelhas no sangue;
- ativar a vitamina D, que mantém a estrutura dos ossos.
Principais causas da insuficiência renal aguda:
- choque circulatório;
- sepse (infecção generalizada);
- desidratação;
- queimaduras extensas;
- excesso de diuréticos;
- obstrução renal;
- insuficiência cardíaca grave;
- glomerulonefrite aguda (inflamação nos glomérulos - unidades filtrantes do rim).
A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes.
Como o rim é um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial, quando ele não funciona adequadamente há alteração nos níveis de pressão. A mudança dos níveis de pressão também sobrecarrega os rins. Portanto, a hipertensão pode ser a causa ou a consequência da disfunção renal, e seu controle é fundamental para a prevenção da doença.
Já a diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, interferindo no funcionamento destes órgãos, que não conseguem filtrar o sangue corretamente. Mais de 25% das pessoas com diabetes tipo I e 5 a 10% dos portadores de diabetes tipo II desenvolvem insuficiência renal.
Outras causas são: nefrite (inflamação dos rins), cistos hereditários, infecções urinárias frequentes que danificam o trato urinário e doenças congênitas.
Sintomas:
A progressão lenta da doença permite que o organismo se adapte à diminuição da função renal. Por isso, muitas vezes, a doença não manifesta sintomas até que haja um comprometimento grave dos rins, com perda de até 90% de sua função. Nesses casos, os sinais são:
- aumento do volume e alteração na cor da urina;
- fadiga;
- dificuldade de concentração;
- diminuição do apetite;
- sangue e espuma na urina;
- incômodo ao urinar;
- inchaço nos olhos, tornozelos e pés;
- dor lombar;
- anemia;
- fraqueza;
- enjôos e vômitos;
- alteração na pressão arterial.
Diagnóstico:
A disfunção renal pode ser identificada por meio de dois exames: um de análise da urina e outro de sangue. O primeiro identifica a presença de uma proteína (albumina) na urina, e o exame de sangue verifica a presença de outra, a creatinina.
Tratamento:
Não existe cura para a doença renal crônica, embora o tratamento possa retardar ou interromper a progressão da doença e impedir o desenvolvimento de outras condições graves. A insuficiência renal pode ser tratada com medicamentos e controle da dieta. Nos casos mais extremos pode ser necessária a realização de diálise ou transplante renal, como terapêutica definitiva de substituição da função renal.
Prevenção:
O primeiro passo é prevenir o desenvolvimento da hipertensão arterial e controlar a diabetes, doenças que mais levam à insuficiência renal.
- conhecer o histórico de doenças da sua família;
- controlar os níveis de pressão;
- realizar avaliação médica anual, principalmente após os quarenta anos;
- seguir uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de sal e de açúcar;
- controlar seu peso;
- exercitar-se regularmente;
- não fumar;
- se fizer uso de bebidas alcoólicas, que seja de forma moderada;
- monitorar seus níveis de colesterol;
- evitar o uso de medicamentos sem orientação médica.
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