DOENÇA DE PARKINSON
O
parkinsonismo é um dos mais frequentes tipos de distúrbio do movimento e
apresenta-se com acinesia, rigidez, tremor e instabilidade postural,
sendo necessários pelos menos dois desses componentes presentes para
caracterização da síndrome.
A
acinesia é caracterizada pela lentidão na execução dos movimentos,
enquanto a rigidez se apresenta através da hipertonia plástica com
resistência ao movimento do membro afetado.
O tremor é tipicamente de
repouso, unilateral ou assimétrico com redução à movimentação voluntária
e desaparecimento durante o sono, com boa resposta ao uso de drogas
antiparkinsonianas, como o levodopa. A instabilidade postural decorre da
perda de reflexos de readaptação postural e pode gerar risco aumentado
de queda.
A
Doença de Parkinson é a causa de parkinsonismo primário e o seu
diagnóstico requer identificação da síndrome parkinsoniana, boa
anamnese, exame neurológico e resposta à terapia dopaminérgica, mas
sobretudo, requer a exclusão de parkinsonismos secundários. Portanto, é
importante saber diferenciar da DCL.
As patologias em questão são demências primárias, mas você sabe explicar o diferencial entre Lewy e Parkinson?
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
A
Demência com Corpos de Lewy (DCL) é um dos tipos mais comuns de
demência, sendo a segunda forma mais comum depois da Doença de
Alzheimer, afetando de 20 a 30% dos pacientes. Os sintomas costumam ser
observados da sexta a nona década de vida, geralmente surgindo na metade
da sétima década.
Para
ter uma demência diagnosticada, o paciente precisa manifestar
comprometimento em pelo menos duas das seguintes áreas cognitivas:
memória, função executiva, linguagem, função visuoespecial e
personalidade/comportamento. Espera-se então que haja o declínio
significativo do nível funcional anterior.
Esses acometimentos devem ser
detectados o mais cedo possível em pacientes mais velhos para que
possam ser investigadas causas secundárias.
Os
Corpos de Lewy são inclusões intraneuronais encontradas na substância
negra de pacientes com Doença de Parkinson (DP). Nos anos 70 foi
proposta a denominação de um novo quadro demencial a partir da
observação dessas inclusões em outras regiões do encéfalo, incluindo
córtex cerebral.
Essa nova etiologia teria como característica o quadro
demencial associado à síndrome parkinsoniana e alucinações visuais.
Portanto, as principais características da DCL são:
- Parkinsonismo
- Flutuação do déficit cognitivo
- Alucinações visuais (60 a 85% dos pacientes com DCL confirmada após necropsia)
A
presença de uma dessas características sugere possível DCL, enquanto a
presença de duas a três características sugere provável DCL. Existem
também outros achados sugestivos como:
- Distúrbio do Sono REM
- Alta sensibilidade a antipsicóticos
Além
de características adicionais como insuficiência autonômica, síncope e
depressão. Esses achados são comuns a outros quadros demenciais, fazendo
necessária a exclusão de outros fatores diagnósticos que justifiquem
essas manifestações.
A
DCL tem instalação insidiosa e progressiva, porém classicamente
apresenta caráter flutuante prolongado, sendo essa flutuação observada
no nível de alerta, funcionamento cognitivo e funcional.
COMO DIFERENCIAR?
A
DCL pode ser categorizada como parte do Grupo A de Parkinsonismos
Atípicos de diferenciação particularmente difícil com a DP. Possuem
acometimento após meia-idade, além da apresentação esporádica. A
instalação dos sintomas desse grupo costuma ser simétricas, associadas a
outros distúrbios e de ruim resposta a antiparkinsonianos.
O
parkinsonismo da DCL é primariamente manifestado por rigidez e
bradicinesia, sendo o tremor um sintoma menos comum. Esses sintomas
costumam ser simultâneos ou após o início da demência, ao contrário da
DP em que a demência ocorre, normalmente, em estágio tardio.
No entanto,
o aparecimento de parkinsonismo após a demência não é uma manifestação
específica da DCL e pode ser observada em pacientes com Doença de
Alzheimer avançada. O momento de determinação da sequência entre
demência e parkinsonismo pode ser dificultado pela apresentação clínica
ambígua.
As
alucinações visuais espontâneas raramente estão presentes na DP quando
não associadas a drogas. Diferentemente da psicose verdadeira, muitos
pacientes conseguem identificar as alucinações como tal, não sendo
perturbados por elas.
Além disso, a manifestação da síndrome
extrapiramidal após uso de neurolépticos, mesmo em baixas doses, para
controlar as alucinações visuais sugerem DCL. Apesar de um dos achados
sugestivos da doença ser a alta sensibilidade a esses fármacos, a
terapia não deve ser aplicada com objetivo diagnóstico.
Quanto
a topografia, o diferencial entre Lewy e Parkinson é a localização
basicamente cortical da DLC, enquanto o acometimento da DP é basicamente
em gânglios da base.
O
curso da DLC pode ser caracterizado por platôs ocasionais, mas
eventualmente há progressão, que vai da demência grave à morte. Segundo o
DSM-5, a duração média da sobrevida é de 5 a 7 anos e consequentemente,
possui pior prognóstico.
REFERÊNCIAS
AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION – APA. Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Barbosa, E. R., & Sallem, F. A. S. (2005). Doença de Parkinson: Diagnóstico. Revista Neurociências, 13(3), 158–165.
CÂNCER BILIAR, LÚPUS, LEUCEMIA
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs.
Carla
https://www.facebook.com/groups/mentesedemencias/
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