por dez 12, 2022 | Blog |
A pessoa com diabetes deve realizar alguns exames periódicos com objetivo de acompanhar a adesão do tratamento, as taxas glicêmicas e a existência de alguma complicação devido ao aumento da glicemia. Um dos principais exames são a glicemia em jejum, a hemoglobina glicada (HbA1c), o perfil lipídico: colesterol total, LDL, HDL, triglicérides, o TSH (em pessoas com diabetes tipo 1), a creatinina, a microalbuminúria ou relação abumina/creatinina, os elementos anormais do sedimento (EAS), a fundoscopia ou retinografia digital e a avaliação dos pés com monofilamento.
A glicemia em jejum representa a glicemia no momento da coleta, sendo semelhante ao teste capilar realizado em casa, embora o teste de glicemia tenha a recomendação de ser realizado com 8 horas de jejum ― sem consumir nenhum alimento ou líquido, exceto água ― e precisar ser realizado por profissional capacitado, por punção venosa. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) a meta de glicemia em jejum e pré-prandial em pessoas com diabetes é de 80 a 130 mg/dL e deve ser realizado no diagnóstico e a critério clínico do médico.
A hemoglobina glicada. (HbA1c) refere-se a taxa de hemoglobina ligada à glicose e representa os níveis médios de glicose nos últimos 2 a 3 meses. Esse exame deve ser realizado para acompanhamento da pessoa com diabetes, a fim de avaliar a estratificação e manejo metabólico, sem a necessidade de realizar jejum para a coleta do sangue. Nesse sentido, recomenda-se que pessoas com diabetes devam apresentar HbA1c menor que 7%. As pessoas que possuem exames dentro da meta estabelecida deverão realizar esse exame a cada 6 meses (2 vezes ao ano) e as que possuem taxa maior que 7% serão orientadas a fazer a coleta a cada 3 meses até que haja melhora do quadro.
Os demais exames laboratoriais como o colesterol total, o LDL, o HDL, o triglicerídeos, a creatinina, a microalbuminúria ou relação albumina/creatinina, os elementos anormais do sedimento (EAS) e o TSH (em pessoas com diabetes tipo 1) devem ser realizados anualmente ou a critério médico. A realização desses exames auxilia na avaliação de possíveis riscos e complicações do diabetes. O aumento do perfil lipídico, por exemplo, pode desencadear alterações cardiovasculares, que interferem no gerenciamento da glicemia.
Outro exemplo importante para destacar é o aumento da microalbuminúria, pois pode identificar nefropatia diabética, ou seja, uma alteração renal crônica desenvolvida pela complicação microvascular do diabetes devido a altas taxas de glicemia no sangue. Essa avaliação também pode ser realizada por meio da taxa de albumina/creatinina. Os valores normais da albuminúria em amostra isolada deverão ser menores que 17mg/L, da albuminúria em urina deverá ser menor 24 horas < 30mg e a relação albumina:creatinina (RAC) deverá ser menor 30 mg/g para que não haja comprometimento do órgão.
Outro exame que identifica comprometimento de indivíduos é a fundoscopia ou retinografia digital. Esse exame avalia a existência de retinopatia diabética, que é uma complicação provocada por altas taxas de glicemia em pessoas com diabetes. A sua realização deverá ser anual, embora nos pacientes com diabetes tipo 1, com diagnóstico ainda na infância, recomenda-se realizar a primeira fundoscopia somente após 5 anos de diagnóstico.
A avaliação dos pés também é essencial para o gerenciamento da condição e deve ser realizada anualmente, pois uma outra complicação é a neuropatia diabética, que está associada a lesão de fibras nervosas sensoriais, motoras e/ou autonômicas. Em alguns casos, quando não bem controlada, pode desenvolver lesões nos membros inferiores devido à ausência de sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa. Caso identifique ausência de sensibilidade, a perda da força ou a dormência em algum local do corpo é oportuno relatar o sintoma ao médico que realiza o seu acompanhamento.
Sendo assim, realizar os exames periódicos faz parte da gestão do cuidado e auxilia no diagnóstico de complicações de maneira precoce. Por isso, realize todos os exames solicitados e compreenda a importância deles para a sua rotina.
Referências Bibliográficas
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022. [citado em 06 de Dez 2022]. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/
Sociedade Brasileira de Diabetes. Classificação do diabetes e Metas no tratamento do diabete [internet]. São Paulo: SBD, 2022. [citado em 06 de Dez 2022]. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. Superintendência de Atenção Primária. Guia de Referência Rápida: Diabetes Mellitus (versão profissional) adaptado de NICE (National Institute for Health an Clinical Excellence, NHS- Reino Unido) / Rio de Janeiro: SMSDC, 2013. [citado em 06 de Dez 2022]. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4446958/4111923/GuiaDM.pdf
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
CÂNCER BILIAR, LÚPUS, LEUCEMIA
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Carla
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