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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Por que os idosos engasgam e por que isso pode ser perigoso

 

 rio de janeiro animation GIF by Jimmy the Bull

 

 

 Quinta-feira, 08/12/2016, às 06:00,

 

“Ih, vovó engasgou de novo!” – a frase pode soar familiar em almoços de domingo, mas é para ser levada a sério. Dificuldades para engolir podem estar associadas a doenças graves ou apenas ao processo de envelhecimento, mas em ambos os casos há necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre o que está acontecendo, porque é possível tomar providências para corrigir ou atenuar o problema. Para trazer um pouco mais de luz sobre a questão, conversei com Márli Borborema, mestre em Fonoaudiologia, especialista em disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e presidente de Gerontologia na Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia-RJ. 

 

O que é a disfagia e quais são suas causas mais frequentes?

Márli Borborema: Disfagia é uma dificuldade na sequência dos movimentos da boca até o estômago ao engolir alimento, líquido, comprimido, ou mesmo a saliva. E isso pode acontecer por problema neurológico, câncer, algum trauma em região de cabeça e pescoço, transtorno emocional, próteses dentárias mal adaptadas. 

 

Por que é comum que os idosos se engasguem, mesmo que não tenham uma doença grave? Quais os riscos? 

Márli Borborema: Se as pessoas idosas engasgam, alguma coisa está errada, e elas devem ser avaliadas por profissional especialista na área. Com o processo do envelhecimento, o indivíduo fica propenso a perder massa muscular, consequentemente perde força na musculatura responsável pela deglutição. O engasgo é como um aviso ao corpo: "Opa! Alguma coisa não está descendo certo!". Aí vêm as tosses ou espirros para proteger as vias respiratórias. Os riscos estão relacionados ao comprometimento de vias respiratórias, levando a pneumonias ou outras complicações.   

 

De que forma a fonoaudiologia pode prevenir ou corrigir o problema?

Márli Borborema: Normalmente, é importante fazer uma avaliação detalhada dos órgãos fonoarticulatórios, que são as mesmas estruturas da fala e da deglutição, assim como da funcionalidade dessas estruturas, responsáveis pela respiração, fonação, articulação, mastigação, deglutição. Após a avaliação é traçado um plano de tratamento para o restabelecimento da função de deglutição, minimizando riscos de complicações respiratórias. Muitas vezes são necessários ajustes nas consistências alimentares, quer dizer, mudanças na “grossura” do que a pessoa come, associados aos exercícios de motricidade orofacial. 

 

É comum que pessoas com dificuldade para engolir troquem alimentos sólidos por pastosos. Isso é um erro?

Márli Borborema: Sim, é bem comum a mudança de consistência da comida por conta própria. Só que, se por um lado a pessoa melhora dos engasgos, por outro corre o risco de desnutrição. Uma mudança de consistência alimentar requer parecer de nutricionista, para que a dieta não perca em valores calórico-proteicos importantes para aquela pessoa.

 

 

 

 

   



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abs.

Carla

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