O Dia Mundial do Lúpus foi estabelecido em 2004 pela World Lupus Federation (WLF) como forma de chamar a atenção para o impacto que a doença tem sobre as mais de 5 milhões de pessoas afetadas globalmente. Este ano, em 10 de maio, a WLF pede ao público mundial, incluindo aqueles que vivem com lúpus, seus amigos e familiares, que aumentem a conscientização e compartilhem fatos sobre a doença nas redes sociais e em suas comunidades.
O lúpus é uma doença autoimune crônica que pode causar inflamação e dor em qualquer parte do corpo, incluindo coração, rins, pulmões, sangue, articulações e pele. A enfermidade faz com que o sistema imunológico, que geralmente combate as infecções, ataque o tecido saudável. Embora qualquer pessoa possa desenvolver lúpus, 90% das pessoas com a doença são mulheres. Não tem causas ou cura conhecidas e pode ser incapacitante e potencialmente fatal.
O acesso a cuidados e medicamentos continua a ser um desafio significativo para os pacientes em todo o mundo.
Uma pesquisa global recente da WLF descobriu que 1 em cada 4 entrevistados atrasou ou não obteve atendimento médico quando necessário nos últimos 12 meses, com os principais motivos incluindo tempo de espera (44%), fadiga (22%), custo (22%). Aqueles que demoraram ou que não receberam atendimento também tiveram duas vezes mais chances de ter surtos múltiplos, em que os sintomas do lúpus, como dor e inflamação, pioram.
Embora a causa não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais influenciam no desenvolvimento do lúpus. Pessoas que nascem com susceptibilidade genética para a doença, após uma interação com fatores ambientais como infecção viral e irradiação solar, podem passar a apresentar essas alterações imunológicas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a maioria dos casos de lúpus ocorre em mulheres em idade fértil, com pico de incidência entre 20 e 40 anos de idade. Estima-se que a proporção possa chegar a nove mulheres para cada homem afetado.
São reconhecidos quatro tipos principais de lúpus:
– Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é responsável por aproximadamente 70% de todos os casos de lúpus. Em aproximadamente metade deles, um órgão ou tecido importante do corpo, como coração, pulmões, rins ou cérebro, será afetado.
– Lúpus cutâneo é responsável por aproximadamente 10% de todos os casos. Manifesta-se com manchas na pele, geralmente avermelhadas e principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar, como rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços.
– Lúpus induzido por medicamentos, responsável por cerca de 10% dos casos, é causado por altas doses de certos medicamentos. Os sintomas são semelhantes aos do lúpus sistêmico e geralmente diminuem quando o uso da substância que o provocou é interrompido.
– Lúpus neonatal é uma condição rara em que os anticorpos da mãe afetam o feto. Ao nascer, o bebê pode apresentar erupção cutânea, problemas hepáticos ou contagem baixa de células sanguíneas, mas esses sintomas geralmente desaparecem completamente após seis meses, sem efeitos duradouros.
O sintoma mais comum são as lesões de pele. Ocorrem em cerca de 80% dos pacientes ao longo da evolução da doença. São manchas avermelhadas que aparecem, geralmente, nas áreas com maior exposição ao sol, como rosto, colo e braços.
Apesar de se manifestar de forma plural, de acordo com o indivíduo e com a intensidade da doença, alguns outros sinais comuns como cansaço, fraqueza, febre, emagrecimento, perda de apetite e queda de cabelo, podem surgir. Nos casos mais avançados, o problema pode afetar órgãos internos, como rins, pulmões e até o coração.
Mesmo sem ter cura, o lúpus tem tratamento efetivo e o paciente pode levar uma vida normal. Além da medicação, existe uma série de cuidados orientados pelos médicos, como: alimentação saudável, evitando gorduras e álcool, atividade física frequente, repouso adequado e muita atenção às medidas de higiene para evitar o risco de infecções. Outra atitude que deve ser tomada é a suspensão do uso de cigarro, condição altamente relacionada à piora dos sintomas.
Prevenção:
Evitar fatores que podem levar ao desencadeamento da atividade do lúpus, como o sol e outras formas de radiação ultravioleta; tratar as infecções; evitar o uso de estrógenos e de outras drogas; evitar a gravidez em fase ativa da doença e evitar o estresse, são algumas condutas que os pacientes devem observar, na medida do possível.
Informações adicionais:
– O lúpus não é contagioso, nem mesmo por contato sexual;
– O lúpus não é semelhante ou relacionado ao câncer;
– O lúpus é uma doença autoimune cujo tratamento pode incluir
medicamentos imunossupressores que também são usados na quimioterapia;
– O lúpus não é parecido ou relacionado ao HIV (vírus da
imunodeficiência humana) ou AIDS (síndrome da imunodeficiência
adquirida). No HIV ou AIDS, o sistema imunológico é pouco ativo; no
lúpus, o sistema imunológico está hiperativo;
– O lúpus pode variar de leve a fatal e sempre deve ser tratado por um
médico. Com cuidados médicos adequados, a maioria dos pacientes pode
levar uma vida plena.
Fontes:
Lupus Foundation of America
Secretaria da Saúde do Ceará
Sociedade Brasileira de Reumatologia
World Lupus Federation (WLF)
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://bvsms.saude.gov.br/
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