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domingo, 21 de novembro de 2021

A Insuficiência Renal

 A insuficiência renal ocorre quando existe algum grau de perda da função renal. Ela pode ter vários níveis de gravidade, desde formas leves até formas graves onde há necessidade de tratamentos dialíticos. 

Quando há perda completa do funcionamento renal, o cliente precisa se submeter a alguma modalidade de tratamento para a substituição do rim que pode ser hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal. A hemodiálise acontece em clínicas próprias, onde o cliente se submete a sessões que duram aproximadamente quatro horas, ao menos três vezes por semana. 

A diálise peritoneal pode ser feita em casa, após o treinamento do cliente e seus familiares, em sessões diárias. Já o transplante renal é a modalidade que mais se aproxima da normalidade, porém temos que levar em consideração o risco do procedimento cirúrgico e a necessidade de utilização de medicações imunossupressoras. 

Cada uma dessas modalidades tem suas características sendo escolhida de acordo com as características próprias de cada cliente. Não existe uma modalidade melhor do que a outra, existe a modalidade de tratamento que melhor se adapta as caractéristicas de cada um. 

Os rins são responsáveis pela eliminação de água, sódio, potássio, ácidos, proteínas, etc. Além disso participa da produção de células sanguíneas e do metabolsimo ósseo, do cálcio e do fósforo. Sendo assim, os clientes com insuficiência renal comumente tem problemas como alterações do sódio,  potássio, cálcio, fósforo, ureia, inchaço e anemia. Todos esses dados reforçam a importância do acompanhamento nutricional e mostram como as orientações dietéticas contribuem enormemente para o controle da insuficiência renal. 

As orientações nutricionais visam à oferta adequada de energia e proteína e à restrição de sódio, fósforo, potássio e líquidos, principalmente. A redução de alimentos que podem aumentar os níveis de glicose, triglicérides e colesterol deve ser incentivada. Seguem abaixo algumas orientações gerais. 

Os alimentos com teor de sódio muito alto devem ser evitados. São eles: 

 Embutidos: presunto, apresuntado, linguiça, mortadela, salame, salsicha. 

 Enlatados: ervilha, milho verde, palmito, azeitona, extrato de tomate, picles. 

 Temperos e molhos prontos: molho inglês, molho de soja, caldo de carne ou frango em cubos, mostarda, molho de pimenta, molho de tomate industrializado. 

 Sucos, sopas e salgadinhos em pó. 

 O sal light ou diet contém menos sódio, porém mais potássio. No dia a dia, pode-se utilizar o sal de cozinha. O sal do Himalaia (sal rosa) contém menos sódio e pode ser utilizado. 

O uso vai depender de cada caso. O mais importante é dosar a quantidade. Tempere as carnes e o feijão moderadamente e o restante das refeições com temperos naturais e ervas (alho, cebola, salsinha, cebolinha, louro, orégano, alecrim, manjericão, limão, vinagre e azeite de oliva). Assim, você terá uma refeição com pouco sal e muito saborosa. 


O potássio é um nutriente muito importante para o funcionamento dos músculos de todo o corpo, inclusive os músculos do coração. Ele deve ser monitorado nos exames de sangue e caso esteja alterado, algumas restrições são necessárias. 

As pessoas com doença renal em fase inicial comumente não possuem alterações desse nutriente. Entretanto aquelas que já estão em uma fase mais avançada da doença ou já estão em diálise, devem ficar atentas. 

A diálise retira o excesso de potássio do sangue, mas se o consumo for muito alto, esses níveis podem aumentar causando fraqueza muscular e complicações no coração. Na hemodiálise a elevação do potássio é mais frequente que na diálise peritoneal. As orientações nutricionais vão depender do estágio da doença, do tipo de modalidade dialítica e dos exames laboratoriais recentes. A restrição deve ocorrer somente se os valores estiverem acima da normalidade (5,50 mEq/l). 

Exemplos de frutas com pouca e média quantidade de potássio: abacaxi, banana-maçã, caju, laranja lima, limão, maçã e manga. Exemplos de frutas ricas em potássio: abacate, açaí, banana prata, coco, goiaba, laranja Bahia e uva. Outros alimentos ricos em potássio que devem ser evitados são: frutas secas, amendoim, castanhas, nozes, água de coco, bebidas isotônicas, caldo de cana, chocolate. 

O consumo da carambola é proibido! Ela contém uma substância tóxica. 

Os legumes quando passam por um processamento têm o teor de potássio reduzido. Esse processamento consiste em ferver os legumes, já descascados e picados, em água por no mínimo 10 minutos e desprezar essa água de cozimento. 

O feijão também pode ser processado para ter seu teor de potássio reduzido. Basta deixá-lo de molho na água por 12 horas, trocar a mesma, colocar o feijão para cozinhar por 10 minutos e trocar a água novamente. 

Terminar o cozimento e temperar. Já o fósforo é um mineral que, juntamente com o cálcio, é responsável por manter nossos ossos e dentes saudáveis. Níveis elevados podem causar coceiras em todo o corpo, dores e fraqueza nos ossos. 

Alguns exemplos de alimentos ricos são: miúdos e vísceras em geral, sardinha, linguiça, salsicha, presunto, apresuntado, mortadela, salame, refrigerantes a base de cola, castanhas, amendoim, nozes, paçoca, cerveja, leite e derivados. 

 Vale lembrar que a quantidade consumida de cada alimento é extremamente importante. Cada pessoa tem uma história, um exame, uma necessidade. Por isso, as orientações gerais devem ser individualizadas para garantia de maior resultado e sucesso do tratamento. 

Muitos clientes deixam de seguir as orientações fornecidas, pois há muitas restrições, poucas opções e eles acabam não compreendendo as razões de se controlar tanto a alimentação, que é um dos fatores fundamentais no cuidado da insuficiência renal crônica. 

Por isso, além das orientações frequentes, é necessário o desenvolvimento de trabalhos de educação nutricional para maior conscientização e adesão. Há a necessidade de intervenções educacionais que informem ao cliente sobre o que devem comer e evitar e quais as alternativas de troca, quais as substituições para os alimentos a serem evitados ou ingeridos em quantidades menores. 

Pensando nesses aspectos, os autores elaboraram um projeto de um livro de receitas dietéticas no qual as receitas foram sugeridas pelos clientes de uma unidade de hemodiálise e adaptadas pela equipe de pesquisa de maneira a adequá-las às orientações para doença renal. 

Surgiu então o livro COZIR: cozinhando para pacientes com insuficiência renal. A primeira edição, lançada em maio de 2015, contou com 48 receitas cotidianas práticas e foi um sucesso. E agora, a segunda edição, traz receitas festivas, com o objetivo de melhorar e variar a qualidade da alimentação do paciente renal em datas festivas como páscoa, comemorações juninas e natalinas. 


São autores desta obra: Eliana Rodrigues Chaves, nutricionista e coordenadora do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital São João de Deus. Fernanda Cecília Dias Chula, nutricionista da Unidade de Nefrologia do Hospital São João de Deus. Eduardo Gomes Mattar, médico nefrologista da Unidade de Nefrologia do Hospital São João de Deus. Maria Aparecida Silva Marinho, enfermeira e coordenadora da Unidade de Nefrologia do Hospital São João de Deus. Sérgio Wyton Lima Pinto, médico nefrologista da Unidade de Nefrologia do Hospital São João de Deus. Yoshimi José Ávila Watanabe, médico nefrologista da Unidade de Nefrologia do Hospital São João de Deus






obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla 

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