Equipe Oncoguia
- - Data de cadastro: 27/06/2014 - Data de atualização: 25/06/2020
O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas que formam um tumor.
A radioterapia pode ser usada de diferentes maneiras:
- Como primeiro tratamento para tumores de baixo grau que estão contidos na glândula prostática. As taxas de cura para homens com esses tipos de câncer são aproximadamente as mesmas para aqueles que fizeram prostatectomia radical.
- Como parte do primeiro tratamento junto com a hormonioterapia para tumores que se desenvolveram fora da glândula prostática e nos tecidos adjacentes.
- Para tratar tumores que não foram completamente removidos ou que recidivaram após a cirurgia.
- Para tratar o câncer avançado e manter a doença sob controle durante o maior tempo possível, prevenindo ou aliviando os sintomas.
Tipos de radioterapia
Existem 2 tipos de radioterapia usados no tratamento do câncer de próstata: radioterapia externa e braquiterapia (radioterapia interna).
Radioterapia externa
A radioterapia externa é focada sobre a glândula prostática a partir de uma fonte de radiação externa. Esse tipo de radioterapia pode ser usado para tentar curar tumores em estágio inicial ou aliviar sintomas, como dor óssea, se a doença se disseminou para uma óssea específica.
Cada sessão dura apenas alguns minutos, mais o tempo de posicionamento do paciente. O procedimento em si é indolor. Os tratamentos são administrados 5 dias por semana durante 6 a 7 semanas. As diferentes técnicas de radioterapia são:
- Radioterapia conformacional 3D. A radioterapia conformacional tridimensional utiliza imagens adquiridas por tomografia computadorizada, ressonância magnética ou tomografia por emissão de pósitrons e as transfere ao computador de planejamento para criar uma imagem tridimensional do tumor, possibilitando que múltiplos feixes de radiação de intensidade uniforme possam ser conformados para o contorno da área alvo de tratamento, com as margens de segurança determinadas. Essa tecnologia proporciona um bom controle durante o tratamento e garante aos pacientes doses adequadas de radiação no tumor, com menos exposição à radiação dos tecidos saudáveis.
- Radioterapia de intensidade modulada (IMRT). A IMRT é outra modalidade de radioterapia externa conformacional altamente precisa que permite de forma muito eficaz a administração de altas doses de radiação no volume alvo, minimizando a dose nos tecidos normais adjacentes. O objetivo da IMRT é concentrar uma maior dose de radiação no volume alvo e poupar os tecidos normais. A dose de radiação é projetada para conformar a forma tridimensional do tumor pela modulação ou controle da intensidade dos subcomponentes de cada feixe de radiação. Portanto, utiliza-se alta dose de radiação no tumor alvo, enquanto se espera diminuir a exposição à radiação dos tecidos normais adjacentes, buscando a redução da toxicidade ao tratamento. Desta forma, os efeitos colaterais a curto e longo prazo são diminuídos.
- Radioterapia guiada por imagem (IGRT). Consiste na realização de imagens, em tempo real, na própria máquina de tratamento antes de cada aplicação de radioterapia, garantindo com a maior precisão possível que o tumor esteja dentro do campo de irradiação todos os dias, uma vez que ele pode mudar de posição devido aos movimentos respiratórios, ao preenchimento ou esvaziamento de alguns órgão, ou mesmo por pequenas alterações de posicionamento de um dia para o outro.
- Arcoterapia volumétrica modulada (VMAT). A VMAT consiste no uso do IMRT em campos no formato de arcos, com maior eficácia na conformação da dose em torno do volume alvo, poupando significativamente os órgãos normais adjacentes, é um tratamento extremamente rápido. Reduzir o tempo de tratamento significa proporcionar mais conforto aos pacientes e diminuir a possibilidade de sua movimentação durante a sessão de tratamento.
- Radioterapia estereotáxica. Essa técnica utiliza técnicas avançadas de imagem para fornecer grandes doses de radiação com precisão em uma determinada área. Nesta técnica são administradas altas doses de radiação em cada sessão, de modo que o tratamento é realizado em apenas alguns dias.
- Radioterapia com feixe de prótons. Ao contrário dos raios X, que liberam energia durante seu trajeto, os prótons causam poucos danos aos tecidos que atravessam, liberam sua energia no órgão alvo. Em teoria, isso significa que a radiação do feixe de prótons fornece mais radiação à próstata provocando menos danos aos tecidos normais próximos. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para avaliar se é mais seguro ou mais eficaz do que a radiocirurgia estereotáxica.
Possíveis efeitos colaterais da radioterapia externa
Alguns dos efeitos colaterais da radioterapia externa podem incluir:
Problemas intestinais. A radioterapia pode irritar o reto e provocar uma condição denominada proctite, que pode levar à diarreia, às vezes com sangue nas fezes. A maioria desses problemas desaparece ao longo do tempo, mas em casos raros, a função intestinal não volta ao normal.
Incontinência urinária. A radioterapia pode irritar a bexiga levando a uma condição chamada cistite. O paciente urina com mais frequência, pode ter sensação de queimação enquanto urina e pode encontrar sangue na urina. Os problemas urinários geralmente melhoram ao longo do tempo, mas em alguns homens nunca desaparecem. Alguns homens desenvolvem incontinência urinária após o tratamento, mas em geral, esse efeito colateral ocorre com menos frequência do que após a cirurgia.
Impotência. Após alguns anos, a taxa de impotência após a radioterapia é aproximadamente a mesma que após a cirurgia. Problemas com ereções geralmente não ocorrem logo após a radioterapia, mas se desenvolve lentamente ao longo do tempo. Isso é diferente da cirurgia, onde a impotência ocorre imediatamente e pode melhorar ao longo do tempo.
Fadiga. A radioterapia pode provocar fadiga que pode durar até algumas semanas ou meses após o término do tratamento.
Linfedema. Se os linfonodos próximos da próstata forem danificados pela radiação, a linfa pode drenar nas pernas ou região genital ao longo do tempo provocando inchaço e dor. O linfedema geralmente é tratado com fisioterapia, embora possa não desaparecer completamente.
Braquiterapia
A braquiterapia utiliza pequenas sementes radioativas que são colocadas diretamente na próstata. A braquiterapia é geralmente utilizada em homens com câncer de próstata em estágio inicial. A braquiterapia combinada com radioterapia externa é, às vezes, uma opção para homens com maior risco de desenvolver câncer fora da próstata.
Existem dois tipos de braquiterapia da próstata:
- Braquiterapia permanente (Baixa taxa de dose ou LDR). Nessa abordagem, as sementes do material radioativo são colocadas dentro de agulhas finas, que são inseridas através da pele na área entre o escroto e o ânus (períneo) e na próstata. As sementes são deixadas no local à medida que as agulhas são removidas e liberam baixas doses de radiação durante semanas ou meses.
- Braquiterapia temporária (Alta taxa de dose ou HDR). Nessa técnica as agulhas são colocadas vazias (sem material radioativo) na próstata, e após o posicionamento são inseridas através das agulhas os cateteres com o material radioativo. Ao término do tratamento, os cateteres são removidos.
Possíveis efeitos colaterais da braquiterapia
Alguns dos efeitos colaterais da braquiterapia podem incluir:
Precauções devido às radiações. O paciente que faz braquiterapia permanente (LDR), deve evitar o contato prolongado com mulheres grávidas e crianças pequenas durante as primeiras semanas ou meses do tratamento. Se for viajar, deve solicitar ao médico um relatório sobre o tratamento, uma vez que que os baixos níveis de radiação podem ser capturados pelos sistemas de detecção nos aeroportos. Existe também um pequeno risco de que algumas das sementes possam se mover. Essas precauções não são necessárias após a braquiterapia HDR, porque a radiação não permanece no corpo após o tratamento.
Problemas intestinais. A braquiterapia às vezes pode irritar o reto e provocar uma condição denominada proctite. Problemas intestinais como dor retal, queimação e diarreia podem ocorrer, mas problemas sérios a longo prazo são raros.
Incontinência urinária. A incontinência urinária severa não é um efeito colateral comum. Mas alguns homens têm problemas de micção frequente ou outros sintomas devido à irritação da uretra. Isso tende a ser pior nas primeiras semanas após o tratamento e melhora ao longo do tempo. Raramente, a uretra pode realmente se fechar e precisa ser canalizada com um cateter ou cirurgia.
Problemas de ereção. Alguns estudos mostraram que as taxas de problemas de ereção eram menores após a braquiterapia, mas outros estudos mostraram que as taxas não eram menores do que com a radioterapia de feixe externo ou cirurgia. Quanto mais jovem o paciente, mais provável a recuperação após o tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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abs
Carla
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