Risco de AVC: maior para gorduras animais, menor para gorduras vegetais

 Marlene Busko

NOTIFICAÇÃO 

14 de novembro de 2021

Maior consumo de gorduras vegetais provenientes de alimentos como o azeite e as oleaginosas está associado a menor risco de acidente vascular cerebral (AVC), enquanto as pessoas que comem mais gorduras animais, especialmente carnes vermelhas processadas, podem ter maior risco de AVC, sugerem conclusões observacionais.

Em um estudo feito com mais de 117.000 profissionais de saúde acompanhados durante 27 anos, aqueles cuja alimentação estava no quintil mais elevado de consumo de gordura vegetal tiveram 12% menos risco de AVC em comparação com os que consumiam a menor quantidade de gorduras vegetal.

Por outro lado, ter maior consumo de gordura animal de origem que não seja derivada do leite foi associado a 16% de aumento de AVC.

O Dr. Fenglei Wang, Ph.D., apresentou esses resultados nas sessões científicas virtuais da American Heart Association (AHA) 2021.

"Nossas descobertas respaldam as Dietary Guidelines for Americans e as recomendações alimentares da American Heart Society", disse ao Medscape o Dr. Fenglei, engenheiro e pós-doutorando no Department of Nutrition at Harvard University's T.H. Chan School of Public Health em Boston, Massachusetts (EUA).

"As principais fontes de gordura vegetal têm grande superposição com as gorduras poli-insaturadas, como óleos vegetais, oleaginosas, nozes e manteiga de amendoim", observou o Dr. Fenglei, acrescentando que os peixes, especialmente os peixes gordurosos, são a principal fonte de gordura poli-insaturada sendo recomendados para a saúde cardiovascular.

"Recomendamos que as pessoas reduzam o consumo de carne vermelha e processada, minimizem as partes gordurosas da carne não processada se consumirem, e substituam a banha ou o sebo (gordura da carne) por óleos de vegetais não tropicais, como o azeite, o milho ou os óleos de soja ao cozinhar, para diminuir o risco de AVC", disse o pesquisador.

Além disso, embora os resultados deste estudo sobre a gordura alimentar sejam informativos, o Dr. Fenglei continuou, "há outros fatores alimentares (frutas, vegetais, sal, álcool, etc.), e de estilo de vida (atividade física, tabagismo, etc.), que estão associados ao risco de acidente vascular cerebral e também são dignos de atenção".

"Muitas carnes processadas têm alto teor de sal e gordura saturada, e baixo teor de gordura vegetal", observou em um comunicado de imprensa a nutricionista Dra. Alice H. Lichtenstein, DSC, porta-voz da American Heart Society, que não participou desta pesquisa.

"A pesquisa mostra que a substituição da carne processada por outras fontes proteicas, particularmente fontes vegetais, está associada a menores índices de mortalidade", acrescentou a Dra. Alice, professora de ciência e política nutricional da cátedra Dr. Stanley N. Gershoff na Tufts University nos Estados Unidos, e primeira autora da declaração científica da American Heart Society's 2021, Dietary Guidance to Improve Cardiovascular Health .

"As principais caraterísticas de um tipo de alimentação saudável para o coração", resumiu a especialista, "devem balancear a ingestão calórica com as necessidades calóricas conseguir e manter um peso saudável, escolher cereais integrais, proteína magra e vegetal e grande variedade de frutas e vegetais; limitar a quantidade de sal, açúcar, gordura animal, alimentos processados e bebidas alcoólicas; e adotar estas orientações independentemente de onde o alimento é preparado ou consumido".

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Citar este artigo: Risco de AVC: maior para gorduras animais, menor para gorduras vegetais - Medscape - 14 de novembro de 2021.

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Carla 

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