Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 19/12/2015 - Data de atualização: 11/07/2018
O
tratamento do câncer de testículo está baseado principalmente no tipo e
estágio do câncer. Os tumores de células germinativas e os seminomas
puros tendem a ser tratados de uma forma, enquanto os tumores mistos de
câncer de testículo são tratados de outra maneira.
Carcinoma in situ (Estágio 0)
Neste estágio, o tumor é um carcinoma in situ, contido no testículo e os marcadores tumorais, como GCH e AFP não estão elevados.
Se
este estágio for diagnosticado após a cirurgia de remoção do testículo,
não é necessário nenhum outro tratamento. Se o carcinoma in situ é
diagnosticado após a biópsia, como, por exemplo, por problemas de
fertilidade, o médico pode recomendar que nenhum tratamento seja
realizado. O paciente pode ficar em observação realizando físicos,
ultrassom do testículo e exames de sangue dos marcadores tumorais
regularmente. O tratamento pode não ser necessário, desde que não
existam sinais de que o tumor está crescendo ou se transformando em um
câncer invasivo. Se o carcinoma in situ for tratado, deve ser com
cirurgia ou radioterapia.
Se o nível dos marcadores tumorais
estiver alto, o câncer não é realmente estágio 0, mesmo quando apenas o
carcinoma in situ é diagnosticado no testículo e não existam sinais de
disseminação da doença.
Seminomas
Seminomas Estágio I. Estes
cânceres podem ser curados em quase todos os pacientes. Eles são
tratados inicialmente com a remoção cirúrgica do testículo e do cordão
espermático (orquiectomia radical inguinal). Após a cirurgia, existem
várias opções de tratamento:
Observação vigilante. Se o tumor
se disseminou, muitas vezes, a opção preferida é observar clinicamente
durante 10 anos, com tratamentos como a radioterapia ou quimioterapia
somente se ocorrer a disseminação da doença. Isto significa realizar
consultas e exames de sangue a cada 3 a 6 meses no primeiro ano, e
depois com menos frequência. Os exames de imagem são realizados
inicialmente a cada 3 a 6 meses, e, em seguida, com menos frequência. Se
esses testes não diagnosticarem quaisquer sinais de que o câncer se
disseminou, não é necessário outro tratamento. Em cerca de 15 a 20% dos
pacientes o câncer recidiva ou se dissemina para os linfonodos ou outros
órgãos, mas se isso acontecer, a radioterapia ou a quimioterapia ainda
podem curar a doença
Radioterapia. A irradiação dos linfonodos
paraaórticos é outra opção. Como as células seminomas são sensíveis à
radioterapia, podem ser administradas baixas doses, geralmente cerca de
10 a 15 sessões.
Quimioterapia. Uma opção que funciona tão bem
como a radioterapia é administrar 1 ou 2 ciclos de quimioterapia com
carboplatina após a cirurgia.
Seminomas estágio IS. Neste estágio,
o nível dos marcadores tumorais ainda é elevado após a remoção do
testículo contendo a doença. Isto é raro, mas muitas vezes é tratado com
quimioterapia.
Seminomas estágio IIA
Radioterapia. Após
a cirurgia de remoção do testículo (orquiectomia radical inguinal), o
tratamento indicado para os linfonodos retroperitoneais é a
radioterapia. Normalmente, os seminomas estágio II recebem doses maiores
de radioterapia que os seminomas estágio I.
Quimioterapia.
Outra opção é a quimioterapia, com 4 ciclos de PE (etoposido e
cisplatina) ou 3 ciclos de BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina), com
acompanhamento clínico (a cada 3 a 6 meses) para verificar possíveis
sinais de recidiva da doença.
Seminomas estágio IIB. Estes seminomas se disseminaram para os linfonodos maiores ou para vários gânglios linfáticos diferentes.
Quimioterapia. Este é o tratamento indicado, com 4 ciclos de PE
(etoposide e cisplatina) ou 3 ciclos de BEP (bleomicina, etoposide e
cisplatina).Radioterapia. Outra opção é a radioterapia para pacientes
sem linfonodos aumentados pela disseminação da doença.
Seminomas
estágio IIC. Estes tumores são tratados com 4 ciclos de EP ou 3 a 4
ciclos de BEP. A radioterapia geralmente não é realizada para o seminoma
estágio IIC.
Não seminomas
Não seminomas estágio I. Quase
todos estes tipos de câncer são curados, mas o tratamento padrão é
diferente dos seminomas. O tratamento inicial é a cirurgia (orquiectomia
radical inguinal), em seguida, as opções de tratamento dependem do
estágio da doença.
Opções para o estágio IA (T1)
Observação vigilante. A vigilância é indicada pela maioria dos
especialistas, mas requer controles clínicos e exames regulares,
inicialmente a cada dois meses no primeiro ano, espaçando ao longo do
tempo. A recidiva é geralmente tratada com quimioterapia. Embora mais
pacientes tenham uma recidiva com vigilância do que com a dissecção de
linfonodos, as taxas de cura são as mesmas, porque as recidivas são
geralmente diagnosticadas precocemente.
Dissecção de linfonodo
retroperitoneal. Remover os linfonodos do abdome tem a vantagem de a
vantagem de uma alta taxa de cura, mas inclui a desvantagem de uma
grande cirurgia com suas possíveis complicações, incluindo normalmente a
perda da capacidade da ejaculação. Se após a dissecação ainda for
encontrada doença nos linfonodos, pode ser indicada a quimioterapia.
Quimioterapia. Em vez de cirurgia, pode ser indicado 1 ciclo do
esquema BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina). Isso ajudará a reduzir
o risco de recidiva.
Opções para o estágio IB (T2, T3 ou T4)
Dissecção de linfonodo retroperitoneal. Esta é uma cirurgia para
retirar os linfonodos posteriores do abdome. Se a doença é encontrado
nos linfonodos, é geralmente indicada quimioterapia.
Quimioterapia. Em vez de cirurgia, o médico pode indicar 1 ciclo do
esquema BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina), que pode reduzir o
risco da recidiva. Se existir doença nos linfonodos após a cirurgia, é
indicado 2 a 4 ciclos de BEP ou EP dependendo do número de linfonodos
presentes. A taxa de cura pode ser alta, mas pode apresentar ter efeitos
colaterais principalmente de curto prazo.
Observação
vigilante. Essa opção requer consultas médicas e exames periódicos
durante vários anos. Isso pode ser uma opção para pacientes com tumor T2
que não atingiu os vasos sanguíneos.
Não seminoma estágio IS. Se
os níveis dos marcadores tumorais, como AFP ou HCG, ainda estiverem
altos após a remoção do tumor, e a tomografia computadorizada não
mostrar um tumor, é indicada a quimioterapia com 3 ciclos de BEP
(bleomicina, etoposide e cisplatina) ou 4 ciclos de EP (etoposide e
cisplatina).
Não seminoma estágio II. Inicialmente uma cirurgia
para a retirada do testículo e do cordão espermático (orquiectomia
radical inguinal). Após a cirurgia, o tratamento dependerá de detalhes
sobre a doença.
Não seminoma Estágio IIA. O tratamento depende do
nível dos marcadores tumorais após a cirurgia e do grau da extensão de
disseminação para os linfonodos retroperitoneais. Se os marcadores
tumorais estiverem normais, as principais opções são:
Dissecção de linfonodo retroperitoneal. Se os linfonodos removidos
contiverem câncer, o paciente poderá fazer 2 ciclos dos quimioterápicos
listados abaixo. Se não houver câncer nos linfonodos, o médico irá
observá-lo de perto para verificar possíveis sinais de que a doença
voltou.
Quimioterapia. Se a doença for encontrada em muitos
linfonodos, o paciente receberá 4 ciclos de EP (etoposide e cisplatina)
ou 3 ciclos de BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina). O próximo
tratamento pode ser uma cirurgia para retirar todos os linfonodos
aumentados se os níveis dos marcadores tumorais estiverem normais.
Não
seminoma Estágio IIB. O tratamento depende dos níveis dos marcadores
tumorais após a cirurgia e do grau da extensão da disseminação para os
linfonodos posteriores do abdome (linfonodos retroperitoneais). Se os
níveis dos marcadores tumorais estiverem normais, as opções são:
Quimioterapia. O tratamento consiste de 4 ciclos de EP (etoposide e
cisplatina) ou 3 ciclos de BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina).
Após, pode ser realizada uma cirurgia se os linfonodos aumentados se os
níveis dos marcadores tumorais estiverem normais.
Dissecção de
linfonodo retroperitoneal. Em alguns casos, onde o câncer se espalhou
apenas para esses linfonodos, pode ser realizada uma cirurgia para
removê-los. O paciente pode fazer também uma quimioterapia conforme
listada acima após a cirurgia.
Seminomas e não seminomas Estágio III
Embora os tumores estágio III já estejam disseminados no momento do diagnóstico, a maioria deles ainda pode ser curada.
Os
seminomas e não seminomas estágio III são tratados com orquiectomia
radical seguido por quimioterapia, com 4 ciclos de PE (etoposídeo e
cisplatina) ou 3 a 4 ciclos de BEP (bleomicina, etoposídeo e
cisplatina).
Os 4 ciclos de BEP são necessários para pacientes com
não seminomas de pior prognóstico. Se, por razões clínicas, o paciente
não pode receber o esquema com bleomicina, ele pode ser tratado com o
esquema VIP (vinblastina, ifosfamida e cisplatina).
Se o câncer é
um seminoma disseminado para os ossos, fígado ou cérebro é um risco
intermediário e o paciente receberá o esquema VIP (etoposídeo, mesna,
ifosfamida e cisplatina).
Se o tumor se disseminou para o cérebro,
será tratado com cirurgia, radioterapia ou ambos. Se os tumores no
cérebro não estiverem provocando sintomas, o médico pode optar por fazer
primeiro a quimioterapia.
Quando o tratamento quimioterápico está
finalizado, o médico procura por qualquer câncer remanescente. Se os
exames e os níveis dos marcadores tumorais estão normais o paciente será
acompanhados de perto (vigilância), sem mais tratamentos.
Às
vezes restam alguns tumores, sendo os mais frequentes no pulmão ou nos
linfonodos retroperitoneais. O tratamento adicional neste momento
dependerá do tipo de câncer:
Seminomas. Tumores estágio III
que permanecem após a químio ou que não foram vistos em um PET scan,
podem ser acompanhados por tomografia computadorizada. Se eles crescerem
é necessário continuar o tratamento. O tratamento pode ser cirúrgico ou
quimioterápico.
Não seminomas. Tumores estágio III
remanescentes são geralmente removidos cirurgicamente, o que pode levar à
cura. Se o tumor estiver entre as amostras retiradas, pode ser
necessário a administração de mais quimioterapia. Outra opção poderia
ser começar a quimioterapia com medicamentos diferentes. Se após isso,
existem tumores remanescentes, pode ser realizada a cirurgia.
Se o
câncer for resistente à quimioterapia ou se disseminou para vários
órgãos, as doses habituais de quimioterapia podem ser insuficientes. Às
vezes, o médico pode recomendar altas doses de quimioterapia seguida
pelo transplante de células tronco. Os pacientes também podem considerar
a participação em um estudo clínico com novos medicamentos.
Recidiva
O
tratamento da recidiva dos tumores de células germinativas depende do
tratamento inicial e da localização da recidiva. Se a doença recidivou
nos linfonodos retroperitoneais podem ser tratados por cirurgia para
remover os linfonodos e, se o único tratamento cirúrgico já realizado
foi a orquiectomia. Dependendo dos resultados da cirurgia, a
quimioterapia pode ser recomendada.
Se o câncer recidivou em
muitos linfonodos retroperitoneais ou em outra região, geralmente é
indicada a quimioterapia, que pode ser seguida por cirurgia.
Se o
tumor recidiva após quimioterapia ou, se o tratamento não está
respondendo, o paciente será tratado com um esquema de quimioterapia
diferente, que inclui, tipicamente, a ifosfamida, cisplatina, etoposido,
paclitaxel ou vinblastina.
O tratamento da recidiva após a
quimioterapia nem sempre é eficaz, por isso, geralmente é indicado altas
doses de quimioterapia seguido de um transplante de células tronco.
Esta pode ser uma opção melhor para alguns pacientes, em vez da
quimioterapia convencional. Outra opção é a participação em ensaios
clínicos com de novos tratamentos.
Tumores de Células de Sertoli e de Células de Leydig
Normalmente,
a orquiectomia inguinal radical é o tratamento para estes tumores. A
radioterapia e a quimioterapia não são eficazes nestes tipos raros de
tumores de testículo. Se o médico suspeitar que o tumor se disseminou,
os linfonodos retroperitoneais pode ser removidos cirurgicamente.
Fonte: American Cancer Society (17/05/2018)
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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