Dr. Fabiano M. Serfaty
A saúde é nosso bem mais precioso e ninguém melhor do que nós mesmos para conhecermos as nossas limitações. A educação em saúde é a melhor maneira de fazer com que os pacientes se sintam mais responsáveis por sua própria saúde e qualidade de vida. Por isso, convido uma profissional com muita experiência no assunto, que se dedica diariamente à educação em saúde dos pacientes. Camila Dias é enfermeira, formada e pós-graduada pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein. Ela trabalha atualmente em estratégia, gestão de saúde populacional, atenção primária em saúde e promoção de saúde. Também foi consultora da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo em 2020, quando foi declarada a pandemia mundial de covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dr. Fabiano M. Serfaty: Camila, qual é a vantagem de um trabalho colaborativo da equipe de saúde que ensina ao paciente ser mais responsável pelo controle da própria saúde?
Camila Dias: Em decorrência da substituição do quadro agudo pelo caráter crônico de algumas doenças e, consequentemente, dos constantes cuidados que deverão ser mantidos para minimizar os agravos associados, trazemos à tona a necessidade de responsabilizar as pessoas pelo controle de sua própria saúde. Essa responsabilidade pessoal (que deve ser reforçada a cada paciente) foi nomeada de autocuidado e permite que os indivíduos cuidem de si de uma forma consciente e deliberada, melhorando ou mantendo seu bem-estar e qualidade de vida. [1]
Dr. Fabiano M. Serfaty: Qual a relação entre o autocuidado e o processo de educação em saúde?
Camila Dias: A capacidade de autocuidado traz, implicitamente, o reconhecimento de nossas próprias percepções e está embasada na compreensão da educação em saúde. Compreender com clareza que a cronicidade não responde bem a um tratamento curto, de sete dias, como quando usamos um medicamento anti-inflamatório ou antibiótico, nem sempre é uma tarefa fácil. Pelo contrário, é necessário não só administrar medicamentos por um período longo, como modificar hábitos, muitas vezes enraizados.
O processo de educação em saúde deve respeitar a autonomia e a dignidade de cada um, trazendo consigo o caráter ético e não a sensação de favor que podemos ou não conceder às pessoas. Ademais, educar não é transferir conhecimento e sim uma forma de intervenção no mundo, exigindo do educador respeito aos valores e crenças do educando e à sua liberdade e criatividade. Logo, a disponibilidade verdadeira para um diálogo efetivo é essencial, e, nessa perspectiva, a educação tem relação íntima com a saúde. O compartilhamento de conhecimentos deve ocorrer através de um diálogo amplo e consistente, considerando as experiências dos envolvidos. Dessa forma, poderemos contribuir de maneira eficaz com a prevenção e a minimização de agravos das doenças crônicas ou mesmo promover saúde. Para tanto, estas informações devem ser transmitidas pelos profissionais de saúde respeitando as condições socioculturais da população assistida. [2]
A educação em saúde vai além de checar a dose e a via de administração do medicamento. Traz consigo a necessidade de explicar ao paciente como o medicamento age no organismo e os ganhos em administrá-lo em um determinado horário, associando-o a hábitos alimentares mais saudáveis e à prática de um exercício físico que se encaixe ao perfil clínico da pessoa.
Referências
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://portugues.medscape.com/
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