RESISTÊNCIA AO INIBIDOR DA TIROSINA QUINASE, ADESÃO AO TRATAMENTO E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A “resposta ao tratamento” é um termo usado para descrever a melhora alcançada pelo paciente devido ao tratamento que ele está fazendo. “Resistência ao medicamento” é o termo usado para descrever o motivo da doença não estar melhorando com o tratamento administrado.
A resistência ao medicamento acontece na LMC quando as células do câncer não respondem ao medicamento que está sendo usado para matá-las ou enfraquecê-las. Isto é, mesmo que o paciente esteja tomando o remédio, as células cancerígenas continuam crescendo.
“Resistência primária” é o termo que descreve a resistência a um medicamento que está sendo tomado pela primeira vez no tratamento. Esse tipo de resistência é mais rara em pacientes com LMC.
“Resistência secundária” é o tipo mais comum de resistência a um medicamento no paciente de LMC e acontece quando a célula cancerígena inicialmente responde ao tratamento mas depois para. Na LMC é comum por causa da mutação genética BCR-ABL. Essa mutação altera a forma da proteína BCR-ABL, o que pode afetar a ação bloqueadora dos inibidores da tirosina quinase, permitindo que as células cancerígenas cresçam novamente.
Às vezes, a resistência a um inibidor da tirosina quinase pode ser revertida ao aumentar a dose do medicamento ou ao trocar para outro inibidor. Um inibidor de tirosina quinase de segunda geração pode ser mais efetivo em tratar pacientes com mutações resistentes ao Imatinibe. A análise da mutação do gene BCR-ABL é um teste que identifica as mutações no gene BCR-ABL que são responsáveis pela resistência ao inibidor da tirosina quinase. Essa informação pode ajudar um médico a decidir qual medicamento prescrever.
Interações medicamentosas com Inibidores Tirosina Quinase
Alguns medicamentos, suplementos de ervas e até comidas podem afetar o modo como um inibidor da tirosina quinase trabalha no corpo. Corticoides, medicação anticonvulsiva, antiácidos e o suplemento erva de São João podem fazer alguns inibidores da tirosina quinase menos efetivos. Por outro lado, alguns antibióticos, medicamentos antifungos e produtos de toranja podem aumentar muito os níveis dos inibidores no sangue, tornando-o inseguro com efeitos colaterais sérios e até fatais. O paciente deve sempre dizer ao médico quais outros medicamentos, suplementos e vitaminas eles tomam para se ter certeza de que é seguro tomar produtos com os inibidores. E é importante perguntar ao médico sobre todas as comidas que devem ser evitadas.
ADESÃO AO INIBIDOR DE TIROSINA QUINASE
É importante que os pacientes tomem o seu inibidor da tirosina quinase como prescrito pelo médico.
Ter adesão ao inibidor de tirosina quinase ou a alguma uma terapia oral significa que o paciente:
– Toma corretamente a dose do medicamento
– Toma o medicamento no horário correto
– Nunca esquece uma dose
– Nunca toma uma dose extra
– Não toma o medicamento com líquidos, comidas e outros medicamentos não autorizados
Na maioria dos casos, os inibidores da tirosina quinase conseguem controlar a Leucemia Mieloide Crônica. Os pacientes não devem reduzir as doses para tentar diminuir os efeitos colaterais do medicamento. Deve-se falar ao médico qualquer efeito colateral sentido. Os médicos podem recomendar tratamento de suporte para ajudar os pacientes a lidarem com esses efeitos.
Os pacientes devem tomar a medicação como prescrita para conseguir a melhor resposta ao tratamento. A má adesão ao medicamento é o principal motivo por resposta inadequada ao tratamento. Assim, nunca pare de tomar o medicamento ou tome uma dose menor do que a indicada pelo médico.
Medicamentos usados para tratar a LMC aprovados no Brasil
Mesilato de imatinibe (Glivec®) – Inibidor de tirosina quinase
APROVADO PARA:
- Adultos e crianças recém-diagnosticados na fase crônica
- Adultos nas fases crônica, acelerada ou blástica após a terapia com interferon-alfa não ter funcionado
Dasatinibe (Sprycel®) – Inibidor de tirosina quinase
APROVADO PARA:
- Adultos recém-diagnosticados na fase crônica
- Adultos com resistência ou intolerância à terapia anterior nas três fases
Nilotinibe (Tasigna®) – Inibidor de tirosina quinase
APROVADO PARA:
- Adultos recém-diagnosticados na fase crônica
- Adultos com resistência ou intolerância à terapia anterior nas fases crônica ou acelerada
Ponatinibe (Iclusig®) – Inibidor de tirosina quinase
APROVADO PARA:
- Adultos que não podem ser indicados nenhum dos outros medicamentos
- Adultos com a mutação T315
Medicamentos usados para tratar a LMC NÃO aprovados no Brasil
Bosutinibe (Bosulif®) – Inibidor de tirosina quinase
APROVADO NO EXTERIOR PARA:
- Adultos nas fases crônica, acelerada ou blástica com resistência ou intolerância à terapia anterior
Omacetaxina mepesuccinato (Synribo®) – Inibidor de síntese proteica
APROVADO NO EXTERIOR PARA:
- Adultos recém-diagnosticados na fase crônica
- Adultos nas fases crônica ou acelerada que não estejam mais respondendo ou não conseguiram tolerar dois ou mais inibidores de tirosina quinase
Os seguintes medicamentos eram usados como terapia inicial antes dos inibidores da tirosina quinase serem introduzidos. Alguns pacientes podem ter indicação destas medicações:
- Interferon-alfa (Roferon-A®, Intron A®)
- Interferon-alfa peguilhada
- Hidroxiureia (Hydrea®)
- Ciperabina (Cytosar-U®)
- Bussulfano (Myleran®)
A quimioterapia normalmente é usada em pacientes de LMC que se encontram na fase blástica como uma forma de fazer a Leucemia Mielóide Crônica regredir à fase crônica. Às vezes, altas doses de quimioterapia são ministradas para preparar o paciente para um transplante alogênico de células-tronco.
IMUNOTERAPIA
O que é Imunoterapia?
A imunoterapia é um tipo de medicamento que estimula o sistema imunológico.
INTERFERON PARA QUE SERVE
O interferon é uma substância produzida naturalmente pelo sistema imunológico, mas também pode ser fabricada em laboratório. Ele reduz o crescimento e a divisão das células do câncer. Antes da introdução dos inibidores da tirosina quinase, o interferon era considerado tratamento de primeira linha para pacientes que não podiam receber o transplante alogênico de células-tronco.
Atualmente, essa terapia é menos usada para tratar LMC porque os inibidores da tirosina quinase são mais eficientes e causam menos efeitos colaterais. O interferon pode ser uma opção para alguns pacientes que não conseguem tolerar os efeitos colaterais dos inibidores ou mulheres grávidas.
EFEITOS COLATERAIS DO INTERFERON
O interferon pode causar efeitos colaterais significativos como:
– Problemas de concentração e memória
– Mudanças de humor
– Sintomas parecidos com gripe como dores no músculo, fadiga, febre, dor de cabeça, náusea, vômito e arrepios
– Baixa contagem de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas
Esses efeitos colaterais continuarão enquanto o paciente usar esse medicamento, mas com o tempo, podem ficar mais fáceis de serem tolerados.
Muitos pacientes, entretanto, não conseguem lidar com esses efeitos colaterais todo dia e precisam descontinuar o tratamento.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.abrale.org.br/
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