Postado em 28 de abril de 2022
Apesar da importância do fator genético no risco de patologias, pesquisa mostra que o consumo alimentar tem prevalência
A genética e os fatores ambientais, juntos, desempenham um importante papel no surgimento de diversas patologias. A carcinogênese colorretal, por exemplo, foi associada até o momento a mais de 100 variantes genéticas e ao consumo elevado de carne vermelha e processada.
A carne vermelha ainda está no limbo da probabilidade, enquanto a carne processada já foi classificada por instituições de pesquisa como um alimento cancerígeno. Mas, o que ainda não se sabe é se o risco de consumo desses dois tipos de alimentos varia de acordo com as genéticas mais propensas ao desenvolvimento de câncer colorretal.
Para decifrar essa questão, uma pesquisa realizada na Alemanha comparou os efeitos da ingestão de carne vermelha e processada com o impacto da predisposição genética utilizando uma métrica desenvolvida para aprimorar a comunicação de risco eficaz.
População de estudo e características
Com os dados de um estudo do Centro Alemão de Pesquisa em Câncer de Heidelberg, na Alemanha, os pesquisadores reuniram informações dietéticas, obtidas por QFAs, e de genotipagem, obtidas por amostras de sangue ou de células bucais, de 5.109 pacientes com câncer colorretal e 4.134 pacientes-controle. Com essa população, construíram uma base de 140 variantes genéticas associadas a esse tipo de câncer.
A idade média desses pacientes era de 69 anos para os casos de câncer e de 70 anos para o grupo controle, sendo, em ambos, a maioria homens. Para os casos de câncer, havia superioridade de fumantes, consumidores de bebidas alcoólicas, indivíduos acima do peso, praticantes de atividade física e com histórico de diabetes ou câncer colorretal na família.
Além disso, comparado ao grupo controle, os pacientes com câncer colorretal consumiam com menor frequência frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos lácteos e tinham um consumo mais frequente de carne vermelha e processada.
Consumo de carne e genética, quem tem mais força?
O consumo de carne vermelha e processada foi dividido em 4 categorias de frequência: várias vezes por semana, 1 vez por dia, > 1 vez por dia e ≤ 1 vez/semana e os casos de câncer colorretal estavam associados respectivamente a 57%, 26,5%, 4,3% e 7,5% desses padrões alimentares.
Quando a associação era feita com base na genética, mesmo que o indivíduo não apresentasse genótipo propenso ao desenvolvimento de câncer colorretal, se o consumo de carne vermelha e processada fosse elevado, a métrica do risco era também elevada, entre 49 e 58.
Conclusão
Com esses resultados, os pesquisadores concluíram que o consumo elevado de carne vermelha e processada tende a exercer um papel superior no risco de câncer colorretal ao ser comparado à genética. Isso porque, mesmo com um genótipo menos propenso ao desenvolvimento dessa patologia, o estudo demonstrou que indivíduos consumidores frequentes de carne processada, têm um risco elevado para essa doença.
Referência
Chen, X.; Hoffmeister, M.; Brenner, H. Red and Processed Meat Intake, Polygenic Risk Score, and Colorectal Cancer Risk. Nutrients 2022, 14, 1077. https://doi.org/10.3390/nu14051077
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