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Segundo O Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde da OMS, o envelhecimento saudável seria “o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar na idade avançada”, caracterizado pela interação dos recursos físicos e mentais do próprio indivíduo (capacidade intrínseca) e dos recursos ambientais aos quais o indivíduo está inserido (capacidade extrínseca)
Dessa
maneira, o idoso é considerado saudável quando é capaz de realizar
atividades sozinho, de maneira independente e autônoma, mesmo que tenha
doenças. (MORAES, 2012). Ou seja, saudável é o idoso cuja funcionalidade está preservada.
Assim,
concluímos algo muito importante, que norteará todo o nosso raciocínio
clínico em relação ao cuidado da pessoa idosa: a saúde do idoso está
diretamente relacionada a sua FUNCIONALIDADE.
E O QUE SERIA FUNCIONALIDADE?
Funcionalidade
é a capacidade de realizar as atividades de vida diária, ou seja, as
tarefas do cotidiano que todos nós precisamos desempenhar para gerir a
própria vida. Assim, ao avaliarmos a funcionalidade do idoso, precisamos
avaliar se ele desempenha sozinho tais atividades. São elas as
atividades:
a) Instrumentais de vida diária (AIVD), como:
✥ tomar suas medicações;
✥ manipular dinheiro;
✥ fazer compras;
✥ utilizar o telefone;
✥ realizar atividades domésticas, entre outras que são avaliadas pelas escalas de Lawton Brody.
b) Básicas de vida diária (ABVD), como:
✥ alimentar-se;
✥ tomar banho;
✥ realizar transferências;
✥ vestir-se sem auxílio, avaliadas pelo índice de Katz.
✥ Um dos
marcadores/indicadores de saúde em idosos relaciona-se a sua qualidade
de vida, que por sua vez está estreitamente relacionada à manutenção de
sua autonomia e independência. Podemos dizer que a pessoa idosa
precisa ter sua funcionalidade preservada, ou seja, desempenhar as
atividades de vida diária sem dificuldades.
✥
Para realizar esta avaliação deve-se adotar uma compreensão
multidimensional, avaliando e identificando as necessidades e
especificidades de cada pessoa idosa, do ponto de vista clínico,
psicossocial e funcional.
A
perda funcional nunca será “normal da idade”. Se o idoso deixou de
fazer algo que ele fazia antes, é preciso investigar qual ou quais
dimensões foram responsáveis por essa perda funcional a fim de intervir,
na tentativa de melhorar sua funcionalidade ou, pelo menos, evitar sua
piora, evitando as incapacidades.
Para
nortear tanto nossas intervenções quanto decisões clínicas, bem como
realizar uma gestão adequada de cuidados ao idoso, é muito importante
aprender a estratificá-lo de acordo com sua funcionalidade. O MS propõe
na Linha de Cuidado para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa a
avaliação das seguintes dimensões de saúde:
Avaliação
do histórico pessoal e familiar de saúde e adoecimento, e seu estado
clínico atual, avaliando comorbidades crônicas e agudas, intervenções
médicas realizadas, uso de medicamentos, hábitos de vida e qualidade de
vida.
Avaliação
ampla da saúde mental e cognição, domínios que afetam diretamente a
autonomia da pessoa idosa; compreensão da dinâmica familiar e suporte
familiar e social incluindo questões econômicas, culturais, ambientais,
etnicorraciais e de gênero.
Avaliação
pormenorizada das atividades de vida diárias (básicas e instrumentais)
identificando o grau das limitações ou se há perda de função,
necessitando de auxílio de outras pessoas para a realização das
atividades. Observação do ambiente físico em que a pessoa está inserida
(residência, instituição, comunidade) o qual pode impor obstáculos ou
deter recursos para auxiliar nas ABVD e AIVD.
Através da abordagem dessas três dimensões (clínica, psicossocial e funcional) podemos identificar comprometimentos da autonomia e da independência, relacionados à cognição, ao humor, à mobilidade ou à comunicação, além de também conseguirmos identificar a insuficiência familiar para o cuidado da pessoa idosa.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://app4.unasus.gov.br/ppuplayer4_idoso/lti/31/10
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