12 de agosto de 2022
Entenda o que pode causar esse câncer, quais são seus sintomas e como funcionam os principais tratamentos
O linfoma não-Hodgkin de células T, também conhecido como somente linfoma de células T, é um grupo de cânceres que têm origem nos linfócitos T. É considerado raro, representando 10% dos diagnósticos dessa doença, e pode se apresentar de diversas formas.
Antes de tudo, é preciso saber duas coisas. Primeiramente, que os linfócitos fazem parte das células responsáveis pela defesa do nosso corpo. Eles são classificados como T, B ou NK, de acordo com as suas características.
E, em segundo, que os linfomas se dividem em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin (LH) e os não-Hodgkin (LNH). Como esse câncer acontece nos linfócitos, os LNH também são subdivididos conforme a classificação dessas células de defesa, ou seja, a doença é separada em linfoma de células B e linfoma de células T. Nesta matéria, falaremos sobre as doenças que se originam nas células T.
A Drª. Natalia Zing, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, fala que “dentro do subgrupo dos linfócitos T, ainda há uma grande diversidade e heterogeneidade de subtipos.”
Ela conta que, frequentemente, essa doença é mais agressiva em comparação com aquela que acontece nos linfócitos B. Além de, também, frequentemente, ser diagnosticada em estágios mais avançados (estadiamento III e IV), havendo mais comprometimento dos linfonodos e outros tecidos.
Fatores de risco do linfoma não-Hodgkin de células T
Na maioria dos casos, ainda não se sabe o que causa o linfoma de células T, mas, há algumas condições que podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Como:
- Infecção pelo vírus HTLV
- Infecção pelo vírus Epstein-Barr
- Presença da doença celíaca e
- Prótese mamária (específico de um subtipo)
“Há uma grande diversidade em relação à incidência. Alguns subtipos são mais incidentes, por exemplo, na Ásia, outros, na América Latina, um em pacientes mais idosos, outro em pacientes mais jovens. Mas, de modo geral, a gente espera que os linfomas de células T tenham uma maior incidência no sexo masculino e em pacientes com cerca de 60 ano”, a Drª. Natalia explica.
Sintomas do linfoma de células T
De acordo com a médica, como há diversos subtipos, os sinais também variam bastante. Os mais comuns são os chamados sintomas B, que incluem:
- Febre
- Perda de peso e
- Suor noturno
Porém, é possível que o paciente tenha diferentes manifestações conforme o local do corpo que o linfoma está afetando. “Então, se tem um comprometimento intestinal, pode ter algum sintoma intestinal. Se está relacionado ao implante mamário, os sintomas são relacionados à mama, como aumento da mama”, a especialista exemplifica.
Ela ainda acrescenta que nesse subtipo de LNH, geralmente, os sintomas aparecem mais rápido e também progridem com maior velocidade.
Entretanto, por outro lado, há ainda a possibilidade do paciente ser assintomático, ou seja, não apresentar nenhum sintoma.
Diagnóstico
Para identificar o linfoma T, é preciso fazer uma biópsia do tecido comprometido com imuno-histoquímica, para estudar as características das células. Essa análise pode ser feita no linfonodo comprometido ou qualquer outro tecido atingido.
A Drª. Natália descreve que “além da biópsia, são realizados exames de sangue – as sorologias são bem importantes, já que alguns vírus têm um impacto na biologia de células T-, muitas vezes é necessário fazer exame da medula óssea e também exames de imagem, como tomografia e o PET Scan.”
Tipos de linfoma não-Hodgkin de células T
Há mais de 30, porém, os mais frequentes no Brasil são:
- Linfomas de células T sem especificações
- Linfoma de células T angioimunoblástico
- Linfoma anaplásico de células T e
- Leucemia linfoma de células T do adulto
Tratamento para linfoma de células T
A melhor opção terapêutica vai depender do subtipo da doença, mas, na maioria das vezes, envolve quimioterapia ou quimio associada à imunoterapia (quimioimunoterapia). Nesse último caso, é utilizado o anticorpo monoclonal brentuximabe. Também é possível utilizar radioterapia e/ou transplante de medula óssea (TMO).
“Diferente dos linfomas B, em que o TMO fica reservado para recidivas, nos linfomas de células T, muitas vezes usamos o transplante como consolidação da primeira linha do tratamento”, comenta a médica.
Ela acrescenta que em casos específicos, como o linfoma relacionado à prótese mamária, há a opção de realizar somente a cirurgia. Mas, isso acontece raramente.
Linfoma tipo T tem cura?
As chances de cura variam de acordo com o subtipo do câncer.
“Conforme o subtipo, a gente define qual a melhor forma terapêutica. O TMO, muitas vezes, entra como consolidação do tratamento justamente porque, apesar da 1ª linha ter boas respostas, as chances desse linfoma voltar, ou ter uma progressão, é maior do que em geral visto nos linfomas de células B. Mas sim, obviamente, tem chances de cura”, a Drª. Natalia Zing conclui.
https://youtu.be/Tnv1Apca16Y
abs
Carla
https://www.gov.br/inca/pt-br
https://www.abrale.org.br/
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