segunda-feira, 19 abr 2021
Geralmente o diabetes tipo 2 apresenta poucos sintomas, por isso é comum que o diagnóstico seja feito durante consultas de rotina. Inclusive, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição.
Apesar de ser “silencioso”, a longo prazo, o diabetes pode trazer consequências graves quando não diagnosticado e tratado corretamente.
Ao receber o diagnóstico, o primeiro passo é começar o seu tratamento e segui-lo corretamente, com o objetivo de controlar o nível de glicose no sangue para evitar complicações. Antes de entramos a fundo e falarmos sobre elas, é importante lembrar que o gerenciamento adequado da taxa de glicemia reduz drasticamente o risco de desenvolver uma complicação.
Saiba mais sobre o que acontece no seu corpo quando você não controla o diabetes!
Doença renal
Os rins funcionam como um filtro, composto por milhões de vasinhos sanguíneos que removem os resíduos que não vão ser utilizados pelo corpo e são eliminados pela urina.
O diabetes mal controlado pode alterar o ritmo de funcionamento dos rins. Os altos níveis de açúcar no sangue aceleram a filtragem, mas causam sobrecarga dos órgãos, que se não corrigida, leva à perda de proteína na urina.
Essa presença de proteína na urina é uma das características da doença renal. Quando diagnosticada precocemente, é possível realizar um tratamento para evitar a sua evolução.
Quando detectada mais tarde, com quantidades maiores de proteína, existe maior chance de a complicação já estar qualificado, e ser classificado como doença renal avançada. Com o tempo, o estresse da sobrecarga faz com que os rins percam a capacidade de filtração. Os resíduos começam a acumular-se no sangue e, finalmente, os rins falham. Uma pessoa com doença renal avançada pode precisar de um transplante ou de sessões regulares de hemodiálise.
Entre os sintomas mais comuns estão inchaço, perda de sono, falta de apetite, dor de estômago, fraqueza e dificuldade de concentração, que costumam aparecer quando o quadro já está mais avançado.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas que têm diabetes desenvolvem a doença renal. Fazer exames preventivos regularmente, manter o controle da taxa glicêmica e da pressão arterial são atitudes que ajudam a evitá-la.
Pés e membros inferiores
Para quem tem diabetes, um problema pequeno nos pés, que pode parecer até bobo, pode se tornar uma séria complicação. Uma das causas mais comuns é o dano aos nervos e a má circulação.
Essa complicação pode causar dor, fraqueza, formigamento e até perda de sensibilidade, dificultando a percepção de calor, frio ou até mesmo de algum machucado, que pode chegar a infeccionar sem que você perceba.
Os danos nos nervos podem causar, também, mudanças no formato dos pés e dos dedos. Nesse caso, vale conversar com o seu médico sobre sapatos terapêuticos especiais ao invés de insistir e forçar o uso de sapatos comuns.
Pele e calos nos pés
Por causa dos danos nos nervos que controlam a produção de óleo e umidade, a pele dos pés pode ficar muito seca, o que favorece o aparecimento de feridas e/ou rachaduras. Nesse caso, o uso de cremes hidratantes após o banho pode ajudar.
Outra coisa comum é o surgimento de calos com mais frequência por conta da alta pressão nos pés, que aguentam o peso do corpo o dia todo. Quando não tratados ou tratados incorretamente podem se transformar em feridas abertas, suscetíveis a infecções.
Por isso, sempre procure um bom podólogo e avaliação médica para tratar dos seus calos. O tratamento pode ser feito com a limpeza e o uso de proteções especiais para os pés, mas pode exigir também a ação de um cirurgião vascular, caso a circulação esteja muito ruim.
Se você sente dores quando anda muito rápido, sobe ladeiras e morros ou precisa caminhar uma distância maior em pisos muito duros, fique atento. Procure seu médico para entender a melhor abordagem de tratamento, faça intervalos para descanso e respeite os seus limites.
Amputação
Algumas pessoas com diabetes podem ter também condições que reduzem o fluxo de sangue para os pés. Além disso, como falamos, pode haver redução de sensibilidade. Essas duas condições fazem com que seja mais fácil sofrer com feridas e infecções, que podem levar à amputação.
Com cuidados regulares, acompanhamento, controle do diabetes e uso de calçados adequados, essa situação é evitável. Cuide bem de seus pés e veja o seu médico sempre que perceber alguma alteração!
Glaucoma
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma, que é a pressão elevada nos olhos. Na maioria dos casos, essa pressão causa acúmulo de fluido em uma estrutura dos olhos, o que comprime os vasos sanguíneos que transportam sangue para a retina e o nervo óptico e pode causar a perda gradual da visão.
Se você tem diabetes, é importante acompanhar a pressão interna do seu olho com um olftalmologista.
Catarata
Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a catarata, que acontece quando o cristalino (estrutura que funciona como se uma lente, dentro dos olhos) fica opaco, bloqueando a entrada de luz.
Fique atento: quem tem diabetes costuma desenvolver a catarata mais cedo e a doença progride mais rápido. Para ajudar a lidar com graus leves de catarata, é necessário usar óculos de sol e lentes de controle de brilho nos óculos comuns.
Quando a opacidade atrapalha muito a visão, geralmente é realizada uma cirurgia que remove as lentes que estão opacas e implanta novas estruturas. Entretanto, é importante conversar com seu médico para entender os possíveis riscos, já que segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, em pessoas com a doença, a remoção das lentes pode favorecer o desenvolvimento de glaucoma e de retinopatia.
Retinopatia
Retinopatia diabética é um termo genérico que designa todas os problemas de retina causados pelo mal controle da diabetes.
O tipo não-proliferativo é o mais comum e acontece quando os vasos sanguíneos presentes na parte de trás do olho incham e formam bolsas, pode causar visão embaçada ou até mesmo perda total. É comum que o tratamento da retinopatia não-proliferativa permita a recuperação da visão.
No entanto, depois de alguns anos, a retinopatia pode progredir para um tipo mais sério, o proliferativo. Os vasos sanguíneos ficam totalmente obstruídos e não levam mais oxigênio à retina, podendo causar morte de parte dela. Para tentar resolver esse problema, novos vasos começam a crescer, mas eles são frágeis e podem vazar, causando hemorragia vítrea. Os novos capilares podem causar, também, uma espécie de cicatriz, distorcendo a retina e provocando seu descolamento ou, ainda, glaucoma.
Quanto mais cedo a doença for descoberta, mais provável que haja sucesso na terapia utilizada. Por isso, o acompanhamento com um oftalmologista é essencial se você tem diabetes.
Embora os sintomas costumem aparecer apenas em estágios avançados, fique atento se notar:
Vista embaçada; Flashes de luz no campo de visão; Perda repentina de visão; Manchas na visão.
As complicações do diabetes podem ser assustadoras, mas é importante que você tenha sempre em mente que a maioria delas é evitável com um bom controle da glicemia, hábitos saudáveis e acompanhamento médico recorrente.
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Referências:
https://www.diabetes.org.br/publico/complicacoes/complicacoes-do-diabetes
https://www.diabetes.org.br/publico/sintomas-de-diabetes
BR-11931. Material destinado a pacientes. Abr/21
FONTE:https://www.programafazbem.com.br/blog/post/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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