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sábado, 20 de outubro de 2018

Câncer de Mama Avançado : Conteúdo de um Laudo de Patologia de

Equipe Oncoguia
 - Data de cadastro: 25/11/2014 - Data de atualização: 05/02/2018

Os relatórios de patologia são elaborados para os médicos, portanto são escritos em linguagem técnica. Isso pode fazer com que alguns termos sejam confusos para pessoas leigas, como pacientes e familiares.

No entanto, a compreensão das partes básicas do relatório pode ajudá-la a se sentir mais informada sobre o seu diagnóstico.

Entretanto, laboratórios de patologia diferentes podem usar termos distintos para descrever a mesma informação. Dessa forma, seu relatório pode não ter o texto exatamente como o que descreveremos aqui.

Além disso, alguns testes só são realizados quando o câncer de mama é invasivo ou determinados tipos de câncer de mama são diagnosticados. Se a sua amostra tiver as margens livres de doença ou se o seu diagnóstico for carcinoma ductal in situ, muitas das seções descritas abaixo não constarão do seu laudo.


Diagnóstico Final

Esta é a seção mais importante do relatório. É onde o patologista incluir as informações sobre o tumor, como tamanho, tipo, grau, status dos receptores hormonais e HER2. Se os linfonodos foram removidos, o status desses gânglios linfáticos também serão incluídos. Essas informações podem aparecer agrupadas ou em seções separadas.


Descrição Microscópica

A descrição microscópica detalha o que o patologista visualizou e mediu quando olhou para a amostra da biópsia ao microscópio.


Tamanho do Tumor

O tamanho do tumor, em centímetros, é um dos fatores que determina o estágio da doença e o tipo de tratamento do câncer de mama.

Em geral, quanto menor o tumor, melhor o prognóstico. Mas, não basta apenas o tamanho do tumor, todas as características são importantes. Um tumor  pequeno pode ter um crescimento rápido, enquanto um tumor maior pode ser de crescimento lento, e vice-versa.


Nota. O tamanho do tumor pode ser muito menor que o tamanho da amostra de tecido. A medida da amostra inteira é citada na descrição macroscópica.


Não Invasivo versus Invasivo

O carcinoma ductal in situ é um câncer de mama não invasivo (estágio 0).

Se o câncer de mama é diagnosticado, é importante saber se a doença se disseminou para fora dos ductos ou dos lobos da mama.

Os cânceres não invasivos permanecem dentro dos dutos ou lobos na mama. Eles não invadem os tecidos normais dentro ou fora da mama. Os cânceres não invasivos são frequentemente denominados de in situ. Eles não têm a capacidade de se disseminar pelo corpo, e não são letais. Por outro lado, a presença deles indica um risco aumentado de se desenvolver um câncer invasivo. 

Se o tumor atravessa a chamada membrana basal (e portanto passa a invadir tecidos normais e a se disseminar), é denominado invasivo. A maioria dos cânceres de mama são invasivos. Às vezes, as células cancerígenas se disseminam para outras partes do corpo através dos vasos sanguíneos ou linfáticos. Quando as células cancerígenas se disseminam para outras partes do corpo, é denominado câncer de mama metastático.

Em alguns casos, um câncer de mama pode ter dois componentes: uma área de tumor invasivo outra com lesão não invasiva.

O laudo pode conter descrições do tipo de células cancerosas, como:


  • Carcinoma Ductal In Situ. É um tumor não invasivo, que permanece no interior dos dutos mamários.
  • Carcinoma Lobular In Situ. É um crescimento excessivo de células que permanecem no interior dos lobos. O carcinoma lobular in situ não é propriamente um câncer, mas, sim um alerta de risco aumentado para o desenvolvimento de um câncer invasivo no futuro.
  • Carcinoma Invasivo SOE (sem outras especificações). É um câncer que começa no duto mamário, mas se desenvolve no tecido normal adjacente dentro da mama. Este é o tipo mais comum de câncer de mama. Era denominado de Carcinoma Ductal Invasivo até alguns anos atrás.
  • Carcinoma Lobular Invasivo. É um tumor que começa no interior dos lobulos, mas cresce no tecido normal circundante dentro da mama, e tem a capacidade de invadir a circulação e se disseminar.



Grau do Tumor

Para os cânceres de mama invasivos, o patologista observa a forma das células cancerosas e atribui uma classificação histológica, usando um sistema de números ou palavras.

O grau do tumor descreve a estrutura das células e é diferente do estágio tumoral. Em geral, quanto mais as células cancerosas se parecem com as células normais da mama, menor a nota do grau e melhor o prognóstico.

O sistema de classificação mais comum na prática clínica atual é o sistema de Nottingham:


  • Grau 1 (bem diferenciado). As células cancerosas de grau 1 se parecem mais com o tecido normal e são de crescimento lento.
  • Grau 2 (moderadamente diferenciado). As células tumorais cancerosas de grau 2 se situam em algum lugar entre o grau 1 e o grau 2.
  • Grau 3 (pouco diferenciado). As células cancerosas de grau 3 se parecem muito diferentes das células normais e são de crescimento rápido.


Grau Nuclear

A série nuclear descreve quão próximos os núcleos das células cancerosas se parecem dos núcleos das células normais da mama.

Em geral, quanto maior o grau nuclear, mais anormais são os núcleos e mais agressivas as células tumorais tendem a ser.


Status do Receptor Hormonal

Os receptores hormonais são proteínas encontradas dentro de algumas células cancerígenas. Quando os hormônios se ligam aos receptores hormonais, as células cancerosas com esses receptores crescem.


  • Receptor de Hormônio Positivo [Receptor de Estrogênio Positivo (ER+)/Receptor de Progesterona Positivos (PR+)]. Têm muitos receptores hormonais.
  • Receptores de Hormônio Negativo [Receptor de Estrogênio Negativos (ER-)/Receptor de Progesterona Negativos (PR-)]. Têm poucos ou nenhum receptor de hormônio.


O status do receptor hormonal do tumor ajuda a orientar o esquema de tratamento.

Se o tumor for ER+ e/ou PR+, seu tratamento incluirá hormonioterapia, como tamoxifeno ou inibidores de aromatase. A hormonioterapia (que na verdade age como um bloqueador hormonal) evita que as células cancerosas sejam estimuladas a crescer pelos hormônios.

Os cânceres de mama negativos para receptor hormonal não são tratados com hormonioterapia, pois seu crescimento independe do hormônio circulante, e portanto bloquear os hormônios não ajudaria a matar células cancerosas.


Status HER2

O HER2 (Receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2) é uma proteína que aparece na superfície de algumas células do câncer de mama. Também pode ser chamado HER2/neu ou ErbB2. Esta proteína é uma parte importante da via para o crescimento celular e sobrevida.


  • Cânceres de mama HER2+ têm muita proteína HER2 (hiperexpressão da proteína HER2).
  • Cânceres de mama HER2- têm pouca ou nenhuma proteína HER2.


Cerca de 10 a 15% dos cânceres de mama recém diagnosticados são HER2+. O status do HER2 ajuda a orientar o esquema de tratamento.

Os cânceres HER2+ podem se beneficiar de medicamentos anti-HER2, como o trastuzumab, pertuzumabe, lapatinibe e T-DM1. O trastuzumab e outros medicamentos anti-HER2 não são usados ​​para tratar tumores HER2-negativos.

As duas formas comuns de determinar o status HER2 são:


  • Exame Imunohistoquímico. Mostra a quantidade de proteína HER2 na superfície das células cancerígenas.
  • Hibridização Fluorescente in situ. O FISH mostra se existem muitas cópias do gene HER2 nas células cancerígenas.


Na maioria das vezes, o imunohistoquímico é o primeiro exame realizado. Se a pontuação for +2, o tumor é enviado para o teste FISH para confirmação diagnóstica.




Resultados do Exame Imunohistoquímico
0 ou +1
Tumor é HER-
+2
Resultados não são claros, devem ser confirmados por FISH
+3
Tumor é HER+
Resultados do Exame FISH
Positivo (Amplificado)
Tumor é HER+
Negativo (Não amplificado)
Tumor é HER-




Margens do Tumor

Quando a cirurgia é feita para retirar todo o tumor, o cirurgião procura remover não só o tumor, mas também uma área extra, ou margem de tecido normal em torno dele, para ter certeza de que todo o tumor é removido.

A borda externa do tecido removido é denominada margem de ressecção. Ela é analisada com muito cuidado para verificar se está livre de células cancerígenas. O patologista também determina no microscópio a distância entre as células cancerígenas e a margem.

As margens em torno do tumor são descritas de três maneiras:


  • Negativa. Não existem células cancerígenas visíveis na borda exterior. Normalmente, não é necessária mais cirurgia.
  • Positiva. Existem células cancerígenas até a borda do tecido retirado. Mais cirurgia geralmente é necessária para remover as células cancerígenas remanescentes.
  • Próxima. Existem células cancerígenas próximas à borda do tecido, mas não ultrapassaram esta borda. Pode ser necessária mais uma cirurgia.



Invasão Vascular (Invasão dos Vasos Sanguíneos / Invasão Angiolinfática / Invasão Linfovascular)

A invasão vascular ocorre quando as células cancerosas entram em vasos sanguíneos ou canais linfáticos. Isso pode sugerir um tumor mais agressivo.


Status dos Linfonodos

Se os gânglios linfáticos na área da axila (linfonodos) foram removidos durante a cirurgia, o patologista analisa-os ao microscópio e determina se eles contêm (ou não) câncer.


  • Linfonodo negativo significa que os gânglios linfáticos não contêm câncer.
  • Linfonodo positivo significa que os linfonodos contêm câncer.


Em geral, os cânceres de mama negativos nos linfonodos têm um melhor prognóstico do que os cânceres de mama positivos para os linfonodos.


Outras Informações

Os seguintes itens estão incluídos em todos os relatórios de patologia, mas não influenciam o prognóstico ou tratamento:

Informação do Paciente. Esta seção contém informações básicas, como nome da paciente, número de registro médico, data de nascimento, idade, data da biópsia e nome do médico que solicitou o laudo (na maioria das vezes, o cirurgião).

Informações da Amostra. Esta seção registra a localização anatômica da amostra da biópsia, por exemplo, mama esquerda ou direita, ou pode conter mais detalhes. Também inclui a data em que o patologista recebeu a amostra.

Descrição do Procedimento. Descrição do tipo de biópsia realizada para retirar a amostra de tecido e os linfonodos (se os nódulos linfáticos foram removidos).

Histórico Clínico. Descrição do diagnóstico inicial antes da biópsia e às vezes, um breve resumo dos sintomas. A localização da biópsia do tumor também é mencionada, por exemplo, mama esquerda ou direita. Se houve uma biópsia prévia, o patologista muitas vezes analisaria este tecido para distinguir a recorrência de um tumor anterior de um novo câncer de mama.

Descrição Macroscópica. Uma das primeiras coisas que o patologista faz quando recebe a amostra da biópsia é registrar as medidas da amostra como uma descrição a olho nu (sem microscópio) da peça recebida para análise. Esta descrição macroscópica pode incluir o tamanho, peso, cor, textura ou outras características do tecido e quaisquer outras notas visuais. Se houver várias amostras, geralmente há uma seção de descrição macroscópica separada para cada amostra. Nestes casos, o patologista atribui um número de referência ou uma carta a cada amostra de tecido para evitar confusão. A descrição macroscópica também inclui informações sobre como a amostra foi tratada assim que a mesma chegou ao laboratório de patologia.

Assinatura do patologista. O patologista responsável pelo laudo assina e fecha o relatório, na maioria das vezes, eletronicamente.



Informação às vezes vistas em um Relatório de Patologia

Os seguintes itens não afetam o prognóstico ou o tratamento e podem não constar do seu relatório.

Alguns desses testes só são realizados para determinados diagnósticos. Outros não são realizados rotineiramente porque não preveem um melhor prognóstico do que as medidas padrão ou porque não são medidas confiáveis para todos os tumores.


Imunohistoquímica para Marcadores Prognósticos. Além do teste do status HER2, o imunohistoquímico pode diagnosticar outros marcadores moleculares que podem fornecer informações sobre o prognóstico.


Taxa de Proliferação (Ki-67, MIB1). 

A taxa de proliferação é a porcentagem de células cancerosas que se dividem ativamente. Em geral, quanto maior a taxa de proliferação, mais agressivo o tumor tende a ser.

O teste Ki-67 é uma maneira comum de medir a taxa de proliferação.

MIB1 é o anticorpo mais utilizado para classificar o antígeno Ki-67. Você pode encontrar estes termos em seu laudo de patologia. Um valor alto mostra uma maior taxa de proliferação.




Fonte: American Cancer Society ((15/09/2016) )
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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