Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 13/09/2014 - Data de atualização: 05/02/2018
O trabalho nos proporciona grandes satisfações; é por meio dele que conquistamos independência financeira, que conhecemos pessoas e criamos redes de contatos. O trabalho nos proporciona aprendizado contínuo e troca diária de informações; nos convoca à constante atualização e exercita as nossas capacidades intelectual e física. Enfim, nos faz sentir úteis.
O diagnóstico de um câncer pode romper essa rotina de forma brusca, e alguém que antes passava grande parte de seu dia, e de sua vida, dedicando-se a trabalhar, de repente vê-se obrigado a dar uma pausa e entrar em um novo universo, com novas rotinas, novas demandas, novos desafios.
A adaptação à rotina de tratamento pode exigir tempo e também gerar algumas frustrações e conflitos, mas é importante que a paciente respeite seus limites e sempre converse com seu médico a respeito de sua disposição e vontade de voltar ao trabalho.
Se puder voltar a exercer as atividades que realizava antes, há novas barreiras a serem vencidas. Muitas pacientes relatam que a recolocação no mercado de trabalho é difícil, visto que existe muito preconceito em relação a pacientes oncológicos.
Enfim, o diagnóstico de um câncer causa grande impacto na vida profissional de uma pessoa. Por isso, separamos abaixo conteúdos que poderão lhe ajudar a enfrentar desafios relacionados à sua vida profissional e financeira:
[MATÉRIA] Câncer e Trabalho: Hora de parar e retornar
Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 15/09/2015 - Data de atualização: 15/09/2015
Pacientes oncológicos, via de regra, são compelidos a parar de trabalhar em determinado momento do tratamento.
Em alguns casos, a licença do trabalho restringe-se ao período de uma cirurgia e a sua recuperação. Em outros, o tempo de parada tende a se estender mais, como por exemplo, quando o paciente enfrenta complicações ou trata uma doença em estágio avançado. Ademais, há casos em que o paciente será obrigado a aposentar-se prematuramente por invalidez.
Temporariamente ou não, a cessação do trabalho assim como o retorno à atividade laboral são sempre razões de impacto e que exigem a reflexão do paciente, para que tome a decisão mais adequada e no seu tempo.
A presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, orienta os pacientes a conduzirem a situação com tranquilidade. "Também, paciente, você não precisa encarar a situação sozinho! Dialogue com seu médico e equipe, com um familiar ou amigo próximo, troque informações com outras pessoas que já passaram pelo mesmo”.
E complementa:
"Volte a trabalhar quando possível e se possível! A atividade profissional e o convívio social ajudarão você a tirar o foco da doença e do tratamento”.
Enfrentando desafios: Parar
O profissional autônomo, ou seja, que não trabalha em Regime de CLT, possivelmente enfrentará uma queda brusca em seus rendimentos. Se não possui reservas, poderá ser necessário que recorra à ajuda de familiares ou, ainda, que busque empréstimos ou se desfaça de bens.
Já aquele que trabalha com carteira assinada, terá garantia do auxílio doença - benefício mensal devido ao segurado pelo INSS (Previdência Social) que se encontra incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias em virtude de doença ou acidente.
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Para além das resoluções práticas – Remanejamento do orçamento, agendamento e realização de perícias médicas, etc, o paciente deverá reorganizar a sua vida ‘longe’ do trabalho, de forma a não se sentir angustiado com a impossibilidade de produzir, solitário com o afastamento social.
Sandra TintinoSandra Tintino, 37 anos, é educadora e está ansiosíssima para retornar ao trabalho. Professora na rede municipal de educação de Taboão da Serra (SP), e "ligada no 220”, como se declara, ela está em licença médica há 8 meses e, nesse período, vem ocupando seu tempo com muito estudo, leituras, filmes e o convívio com a família – tão prejudicado pela vida atribulada que sempre levou.
"Já li muitos livros, assisti DVDs, fiz cursos online e aproveitei para me atualizar, algo que minha profissão exige. Tenho feito as refeições com meu esposo e minha filha. Isso é inédito! Sempre trabalhei muito e fui privada desse convívio”.
A educadora, que afirma ter aproveitado a licença também para descansar, quando retornar à jornada laboral terá dois empregos! Isso porque, há algum tempo, teve a feliz notícia de que foi aprovada em um concurso público. Dará aulas, também, em uma escola municipal de São Paulo.
"Passar nesse concurso foi algo que sempre quis e estou muito feliz com a perspectiva de começar, apesar de um pouquinho insegura com a readaptação”.
Com jeito doce e didático de educadora, ela dá um recado importante aos pacientes que compartilham da mesma situação:
"Parar de trabalhar muitas vezes é necessário. Mas não se desespere. A sua vida deve continuar. Aproveite esse tempo para cuidar de você e retorne quando e se possível, com as baterias recarregadas!”.
Um novo começo - Já pensou sobre isso?
É possível que o paciente, quando puder retomar ao trabalho, não esteja apto a realizar a mesma atividade de antes. Mas esse fato pode ser sinônimo de oportunidade, de chance de um novo começo. "O paciente pode descobrir novas habilidades, ou empreender algo que sempre quis, mas nunca teve meios de fazer”, afirma Luciana Holtz.
Pacientes que convivem com a doença avançada, por exemplo, e que o dia a dia de tratamentos não permite a regularidade laboral, podem buscar atividades mais leves, que não exijam frequência.
Pense sobre isso!
Enfrentado desafios – voltar
Ao retornar ao trabalho o paciente também terá desafios a enfrentar. A carga de trabalho com o corpo e as emoções fragilizados, possível reabilitação profissional e mudança de atividade e, muitas vezes, os olhares diferentes da equipe e a ‘ponta de preconceito’ que muitos dizem sofrer.
Inês Terezinha de B. PachecoInês Terezinha de B. Pacheco, 51 anos, é assistente social em uma clínica de hemodiálise em Balneário Camboriú (SC). Em tratamento de um câncer de mama, retornou ao trabalho no dia 1 de julho - 15 dias após a realização da cirurgia.
Ela conta que foi muito bem recebida no local de trabalho, embora tenha sentido certo preconceito ao contar aos colegas que retirou um nódulo maligno da mama.
"Percebi que sentiram dó, pena de mim. Mas não quero isso! Estou sim em tratamento de um câncer, mas sinto-me bem fisicamente e apta a produzir”, declara.
A assistente social acrescenta que, a partir de agora, quer ser um vetor de informações sobre o câncer em seu ambiente profissional, de forma a contribuir com a redução dos estigmas em torno da doença. "Espero que, a partir do relato da minha experiência, possa levar às pessoas com quem convivo a pensarem de forma diferente sobre o câncer. A olharem para a perspectiva da cura. Isso é real”.
Sobre retornar ou não ao trabalho, assim como Sandra, Inês é categórica: "Eu desaconselho qualquer pessoa a prosseguir com a ideia de aposentadoria por invalidez. Vá até o momento que conseguir. Esforce-se para isso. Trabalhar é uma terapia!”.
Câncer e trabalho: adaptações necessárias
Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 05/04/2012 - Data de atualização: 05/04/2015
Considerando que o câncer é uma doença que afeta todos os aspectos da vida, conversar e avaliar a importância do trabalho neste momento é muito importante.
Hoje em dia, com os avanços da medicina cada vez mais focados na qualidade de vida dos pacientes com câncer, podemos dizer que os pacientes já podem escolher entre continuar ou não trabalhando durante o tratamento do câncer.
Existem pacientes que por questões financeiras, precisam continuar trabalhando, outros, por sentirem-se bem e dispostos, também optam por continuar. Já outros, por indisponibilidade física, acabam decidindo pelo afastamento do trabalho temporário. Estas decisões e atitudes variam muito de paciente para paciente e de caso a caso. Independentemente de sua decisão, o importante é que você tenha consciência de que algumas adaptações e mudanças na sua rotina serão necessárias.
Especificamente durante a quimioterapia, existirão dias em que você estará disposto e outros nem tanto. Os efeitos colaterais do tratamento existem e nem sempre são evitáveis e por isso, você pode se sentir indisposto precisando de um tempo para descansar. É aconselhável que você converse com seu chefe e com seus companheiros de trabalho sobre o câncer. Assim, eles poderão lhe ajudar da melhor maneira possível nessa fase. Sabemos que falar sobre o câncer no ambiente de trabalho pode ser, na maioria das vezes, estranho e difícil. Você pode contar somente a alguns amigos mais próximos ou mesmo não contar pra ninguém. Neste caso, não existe uma atitude ideal e sim, atitudes que fazem com que você se sinta a vontade e confortável.
Lembre-se que estamos falando de uma fase onde pedir e saber aceitar ajuda são fundamentais.
Questões Profissionais
Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 07/10/2015 - Data de atualização: 01/09/2016
Voltando ao Trabalho após o Câncer
Se você faz parte do time das pessoas que acaba se afastando do trabalho durante o tratamento do câncer e, após o término opta por voltar a trabalhar, esse texto vai lhe ajudar muito.
Voltar ao trabalho após um período afastado não é uma tarefa simples, mas se você estiver relaxado, confiante e encarar esse retorno como um passo importante na sua recuperação, a volta à rotina será mais fácil e prazerosa.
Saiba que sentir um misto de emoções, como medo, alívio, esperança e talvez até certo constrangimento é normal e pode acontecer sim. Mesmo que você tenha certeza de que está pronto para retornar, você pode se preocupar com o que vai encontrar: indiferença ou apoio? Isso depende particularmente de como você lida com essa situação. Aqui estão algumas sugestões para facilitar a sua volta ao trabalho:
Seja Você Mesmo
Se você é uma pessoa comunicativa, você provavelmente vai querer compartilhar detalhes de sua doença e recuperação com os seus colegas de trabalho. Se você é mais discreto, apenas diga a todos que você está bem. A quantidade de informação que você quer compartilhar depende de como é o ambiente do seu trabalho e o quão a vontade você e os outros estão acostumados com o tema câncer. Pode ser mais fácil caso algum outro funcionário já tenha passado pela mesma situação que você.
Entrando no Ritmo
O mais importante é você sentir confiança e acreditar no seu potencial. Algumas dicas podem ser úteis:
Tão importante quanto se sentir capaz de trabalhar é sentir-se psicologicamente bem. Se julgar necessário, procure ajuda de uma psicóloga.
Avalie a sua disponibilidade para o trabalho e os efeitos colaterais dos medicamentos que você possa ainda estar tomando.
Atualize-se. Participe de congressos e palestras.
Concentre-se no trabalho, mesmo que exija tarefas tediosas. Lembre-se que você deixou de ser um paciente para voltar a ser um trabalhador novamente.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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