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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Avanço histórico: finerenona é o primeiro medicamento, em 30 anos, a proteger rins de quem tem diabetes tipo 1

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A finerenona atua bloqueando receptores que causam inflamação e fibrose nos rins

 

 

Gráfico principal do FINE-ONE mostra a redução da UACR (marcador de risco renal) com finerenona (linha azul) em 6 meses, significativamente maior que o placebo (linha preta).

 

 

A Dra. Janet McGill, copresidente do comitê executivo do estudo, comentou a importância dos dados. “Estamos entusiasmados em anunciar os resultados do FINE-ONE”, disse ela. “Ele representa o primeiro estudo positivo de fase III em 30 anos para pacientes com diabetes tipo 1 e doença renal crônica”. Ela também destacou que, “ao reduzir significativamente a UACR… a finerenona tem o potencial de se tornar uma adição importante ao cenário de tratamento”.

A finerenona é segura?

A segurança é sempre uma preocupação central em novos estudos. No entanto, o perfil de segurança da finerenona foi consistente com dados anteriores. A incidência geral de eventos adversos (TEAEs) foi, aliás, muito similar entre os grupos. O grupo finerenona registrou 47,1%, enquanto o placebo teve 49,2%.

Como esperado, os médicos observaram hipercalemia (aumento do potássio). Este é um evento de interesse especial. Ocorreu mais frequentemente com a finerenona (10,1%) do que com o placebo (3,3%). Apesar disso, o impacto clínico foi baixo. A taxa de descontinuação do tratamento por causa da hipercalemia foi de apenas 1,7% (contra 0% no placebo). Portanto, o manejo parece clinicamente viável.

 

 O gráfico de segurança mostra que eventos adversos gerais (TEAEs) foram similares entre finerenona e placebo, com baixo impacto clínico da hipercalemia (aumento do potássio).

Mecanismo de ação e outros benefícios

Mas como esse medicamento age? A finerenona tem um mecanismo de ação específico. Ela atua bloqueando receptores que causam inflamação e fibrose (cicatrizes) nos rins. Este processo é central nos danos renais observados em pessoas com diabetes.

O estudo FINE-ONE também trouxe outros dados relevantes. Por exemplo, a finerenona reduziu a pressão arterial sistólica (conforme gráfico na Imagem 2). Além disso, o estudo analisou a taxa de filtração glomerular (eGFR). Houve uma queda inicial no eGFR, um efeito hemodinâmico esperado. Contudo, essa queda se mostrou reversível após a suspensão do tratamento (período de washout).

 Dados do estudo mostram a redução da pressão arterial sistólica (gráfico da direita) e a reversibilidade da queda inicial do eGFR (gráfico da esquerda) após a pausa do tratamento.

 

 

O que dizem os especialistas

Para a endocrinologista Denise Franco, o resultado do estudo representa uma nova perspectiva. Especificamente, ele foca no tratamento das complicações renais em pessoas com diabetes tipo 1.

“Imagina para alguém que não tem muitas opções terapêuticas, que é o que acontece no paciente com diabetes tipo 1 e comprometimento renal. Ter uma possibilidade de tratamento precoce é um marco”, destacou.

A médica explica que identificar precocemente a condição renal é essencial. Isso ajuda, acima de tudo, a evitar o agravamento do quadro.

“O diagnóstico precoce da condição renal permite intervenções mais rápidas, o que ajuda a reduzir o risco de evolução para insuficiência renal em estágios avançados. Assim, conseguimos evitar que o paciente precise de diálise ou até mesmo de transplante”, completou.

Segundo Denise, o estudo FINE-ONE abre, portanto, um espaço que antes não existia. Este espaço é crucial para esse grupo de pacientes.

“É uma medicação que vem ocupar um espaço que a gente não tinha. Agora temos resultados específicos em pessoas com diabetes tipo 1, e isso é muito importante. É um marco. Vamos aguardar a aprovação pelos órgãos regulatórios”, concluiu a médica.

O futuro da finerenona e o contexto brasileiro

É importante notar que a finerenona já está aprovada para quem tem diabetes tipo 2 (DT2) e DRC. No Brasil, por exemplo, a Conitec avalia sua incorporação no SUS para essa população (DT2). Os resultados positivos da finerenona no diabetes tipo 1 (FINE-ONE) reforçam o robusto programa de ensaios clínicos do medicamento. Aliás, este é o quarto estudo pivotal de fase III positivo para o Kerendia®.

A Bayer planeja submeter esses novos dados (para DT1) ao FDA, a agência regulatória dos EUA, em 2026. Simultaneamente, dados do estudo CONFIDENCE (que avalia finerenona com um SGLT2i em DT2) também foram destaque na ASN 2025. Com base nos achados, a finerenona no diabetes tipo 1 se estabelece como uma nova opção com perfil de risco-benefício favorável.

 

  

 

 

O estudo concluiu que a finerenona tem um perfil de risco-benefício favorável para reduzir desfechos renais adversos no diabetes tipo 1 e DRC.

 

 

 


 

 

 

 17th Scientific Meeting of Asian Association for the Study of Diabetes

 

 
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Carla

 

 

Descoberta intestinal surpreendente revela um gatilho oculto do diabetes e da condição hepática gordurosa

 

 

   Cientistas descobriram que o D-lactato, produzido pela microbiota intestinal, pode sobrecarregar o fígado e elevar a glicose.

 

 

Recentemente, cientistas canadenses identificaram um culpado surpreendente por trás do açúcar elevado no sangue e dos problemas hepáticos: um combustível secreto da microbiota intestinal. Esta molécula pouco conhecida, chamada D-lactato, penetra na corrente sanguínea. Consequentemente, ela estimula o fígado a produzir excesso de açúcar e gordura. Portanto, a descoberta abre um caminho inovador para combater o diabetes e a condição hepática gordurosa.

Além disso, a pesquisa, publicada na Cell Metabolism e também divulgada pelo periódico científico Scienci Daily, detalha como essa molécula microbiana afeta o corpo. Pesquisadores da McMaster University, Université Laval e University of Ottawa demonstraram que o D-lactato, produzido por micróbios no intestino, pode escapar para o sangue. Posteriormente, ele “alimenta” o fígado, levando-o, por sua vez, a produzir mais glicose e gordura do que o necessário.

 

O que é esse combustível secreto da microbiota intestinal?

Jonathan Schertzer, autor sênior do estudo e professor na McMaster, explica a novidade. “Esta é uma nova reviravolta em uma via metabólica clássica”, disse ele. De fato, Schertzer menciona o ciclo de Cori, conhecido há quase um século, onde músculos e fígado trocam lactato (L-lactato) e glicose. “O que descobrimos é um novo ramo desse ciclo, onde as bactérias intestinais também fazem parte da conversa”, acrescenta.

Por exemplo, em 1947, os cientistas Carl e Gerty Cori ganharam o Prêmio Nobel por mostrar como os músculos geram L-lactato, que então alimenta o fígado para produzir glicose. No entanto, a equipe canadense focou em uma molécula diferente.

Eles descobriram que camundongos obesos, e até mesmo pessoas com obesidade, apresentam níveis mais altos de D-lactato no sangue. Diferente do L-lactato (produzido pelos músculos), a maior parte do D-lactato vem dos micróbios intestinais. Além disso, este composto demonstrou elevar o açúcar no sangue e a gordura no fígado de forma mais agressiva.

Uma “armadilha intestinal” para bloquear o D-lactato

Assim, para impedir esse processo prejudicial, os pesquisadores criaram um “coletor de substrato intestinal”. Trata-se de um polímero seguro e biodegradável que se liga ao D-lactato diretamente no intestino. Dessa forma, ele impede a absorção da molécula antes que ela chegue à corrente sanguínea.

Como resultado, os resultados em camundongos com obesidade foram notáveis. Os animais que receberam esse coletor apresentaram glicose sanguínea mais baixa, menor resistência à insulina e redução da inflamação e fibrose hepática. É importante notar que esses benefícios ocorreram sem qualquer alteração na dieta ou no peso corporal dos animais.

O futuro do tratamento focado no intestino

Schertzer destaca que esta é uma abordagem totalmente nova para pensar o tratamento de condições metabólicas. “Em vez de visar hormônios ou o fígado diretamente, estamos interceptando uma fonte de combustível microbiano antes que ela possa causar danos”, afirmou.

Finalmente, este estudo reforça a crescente importância do microbioma nas condições crônicas. Ao focar no combustível secreto da microbiota intestinal (o D-lactato), os cientistas esperam desenvolver, futuramente, novas terapias para pessoas que vivem com o diabetes tipo 2 e com a condição hepática gordurosa não alcoólica.

 

 

 

 

 

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DIABETES: Por que tantas leis sobre diabetes no Brasil não saem do papel?

O Brasil possui diversas leis municipais, estaduais e federais que visam garantir direitos às pessoas com diabetes. No entanto, na prática, muitas delas não são implementadas. Por isso, no Diabetes Cast, o jornalista Tom Bueno e a advogada Heloísa Malieri debateram porque tantas leis sobre diabetes no Brasil “não saem do papel”.

De acordo com a especialista em Direito da Saúde, o problema começa na elaboração dessas leis. Frequentemente, elas são genéricas, como a lei federal de 2006 que garante “direito a tratamento”.

 

“Que tratamento, Tom? (…) O tratamento é muito individualizado”, questionou Malieri. Por exemplo, “Vamos fazer a pergunta e nós mesmos vamos responder. Qual é o seu tratamento, Tom? Sensor de glicose, uma insulina rápida e uma insulina basal. O meu tratamento, insulina rápida, basal, sensor, remédio de prevenção…”

 

A falta de impacto orçamentário e dados

Um dos principais motivos para uma lei não ser efetivada é a falta de planejamento. Ou seja, “Essa conta precisa existir quando você pega e faz um projeto de lei. Eu preciso trazer (…) qual é o impacto orçamentário disso?”, explicou a advogada.

Muitas vezes, segundo ela, o projeto é aprovado sem essa previsão de custos e, além disso, sem dados que justifiquem o investimento. Quando o poder público alega que “não tem dinheiro”, a lei então fica “engavetada”.

O dever da educação e o papel das associações

A advogada também ressaltou a importância da educação em saúde. Afinal, de nada adianta o governo fornecer tecnologias, como sensores, se não houver a contrapartida do paciente em usá-la da forma correta para melhorar o manejo da condição.

“Se eu não uso da melhor forma, eu estou dando argumentos para que falem depois, olha, para essa cidade eu não quero mais. Porque eu não tenho a contrapartida. E qual é a contrapartida? O melhor controle”, afirmou.

Para Heloísa Malieri, a cobrança efetiva não é a que “só faz barulho”. Pelo contrário, ela destacou a importância das associações de pacientes. Talvez não tenha tanta voz [um indivíduo] quanto uma associação. (…) Eu sou uma associação, represento x mil pessoas, centenas de pessoas, tem um peso importante. Olhar para as associações como esse canal de comunicação é imprescindível.”

 

 

 

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