A resistência à insulina
ou resistência insulínica é um problema que antecede a maioria dos
casos de diabetes - doença que atinge cerca de 12 milhões de
brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.
Essa condição que se
caracteriza pela insuficiência relativa do hormônio insulina no
organismo, porém, pode ser prevenida e até curada.
Segundo explica
o dr. Antonio Roberto Chacra, endocrinologista no Hospital
Sírio-Libanês e professor da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), a insulina é responsável pela redução da taxa de açúcar no
sangue, conhecida por glicemia.
Quando uma pessoa se torna resistente à
insulina, seu organismo tende a aumentar as taxas de açúcar (glicose) no
sangue, podendo assim resultar em um estado de pré-diabetes ou mesmo em
diabetes.
Acredita-se que a resistência à insulina, se não for
tratada, também pode aumentar o risco para outros problemas de saúde,
como hipertensão arterial, colesterol sanguíneo e doenças
cardiovasculares.
Por esse motivo, a resistência à insulina muitas
vezes é confundida com a síndrome metabólica - patologia que reúne um
conjunto de fatores de risco que, associados, aumentam a incidência de
doença cardiovascular e diabetes.
Na verdade, a resistência à insulina
costuma compor o quadro de síndrome metabólica.
Quais os sinais de resistência à insulina?
A
resistência à insulina por si só raramente determina sintomas. Às
vezes, quando a esse desequilíbrio for muito grande, pode ocorrer acantose nigricans - um tipo de doença de pele caracterizado por pigmentações marrons, parecidas com sujeiras, na região do pescoço.
Algumas
pessoas com resistência à insulina relatam dificuldade para emagrecer.
Isso pode ocorrer porque o açúcar consumido deixa de ser processado
corretamente, contribuindo assim para o armazenamento de gorduras no
organismo.
No entanto, a resistência à insulina é um problema muito comum nas pessoas com as seguintes condições de saúde:
- Obesidade ou excesso de gordura na região da barriga.
- Sedentarismo.
- Ovário
policístico (este distúrbio hormonal feminino pode provocar
irregularidade menstrual, excesso de pelos, acne e obesidade).
- Esteatose
hepática (trata-se de um acúmulo de gordura no fígado, que nos casos
mais avançados pode causar dor, fraqueza e perda de apetite).
- Diabetes tipo 2.
Pessoas
que tiverem qualquer um desses problemas devem procurar ajuda médica,
pois podem estar também com resistência à insulina. Esta condição
costuma se manifestar a partir da fase adulta, mas também pode ocorrer
em adolescentes.
A resistência à insulina não afeta bebês, pois é um
problema desenvolvido ao longo da vida.
Como prevenir e tratar a resistência à insulina?
A
prevenção da resistência à insulina está diretamente ligada à perda de
peso e à pratica regular de atividade física. Esses cuidados também
fazem parte do tratamento e até da cura da resistência à insulina.
"Muitos pacientes diagnosticados com resistência à insulina começam a se
exercitar, perdem peso e se livram desse problema", comenta o dr.
Chacra. "Mas se voltarem a engordar e se tornarem sedentários, o
problema acaba voltando", alerta.
Para alguns casos, conforme
orientação médica, a resistência à insulina pode ser tratada também com
medicamentos utilizados para diabetes, como metformina e pioglitazona.
O
diagnóstico da resistência à insulina é feito com exames de sangue que
medem a dosagem de glicose e insulina no organismo. Muitas vezes, apesar
de a glicose estar num nível satisfatório, a taxa de insulina é alta.
A
explicação é simples: para manter os níveis de glicose normais, o
organismo precisa secretar quantidades aumentadas de insulina. Uma
compensação que acaba se esgotando, levando a um aumento tanto da
insulina quanto da glicose.
O Centro de Diabetes do Hospital
Sírio-Libanês conta com diversos médicos especializados no diagnóstico e
no tratamento de resistência à insulina.
Para assegurar que os
pacientes nesta condição recebam toda a atenção necessária em cada fase
de seu tratamento, o centro oferece atendimento multiprofissional.
Além
de médicos endocrinologistas, podem atuar no controle da resistência à
insulina nutricionistas, educadores físicos, psicólogos, entre outros
profissionais.
Se houver necessidade, os pacientes com resistência à
insulina podem ser encaminhados para outros núcleos e centros do
Hospital, como de Cardiologia e Obesidade e Transtornos Alimentares.