Powered By Blogger

sábado, 29 de abril de 2017

Para além da síndrome de insuficiência familiar: reflexões e perspectivas

Como as famílias estão organizadas e se preparando para o envelhecimento? Esta pergunta guia esta reflexão, pois ela tem se tornado na principal cuidadora dos idosos, principalmente dos dependentes de cuidados, porém hoje é urgente a necessidade de se repensar essa obrigatoriedade da família em cuidar e oferecer amparo, não no sentido de desresponsabilizar a família, mas de acrescentar mais agentes, projetos e formas de apoio nesses cuidados.
Patrícia de Faria Tasca (*)
 http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/wp-content/uploads/2017/04/
Atualmente se faz presente a discussão acerca do envelhecimento humano, tanto o envelhecimento de toda a população nas diferentes sociedades, como também, de que forma está ocorrendo o envelhecimento de maneira singular nas pessoas. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, em carta aberta à População Brasileira, datada em 15 de setembro de 2014, já alertou para uma projeção muito grande de idosos nas próximas décadas: “No último Censo realizado pelo IBGE, em 2010, a população de jovens foi reduzida a 24% do total. Por sua vez, os idosos passaram a representar 10,8% do povo brasileiro, ou seja, mais de 20,5 milhões de pessoas possuem mais de 60 anos, isto representa incremento de 400% se comparado ao índice anterior. A estimativa é de que nos próximos 20 anos esse número mais que triplique”.
A relevância da discussão do tema traz benefícios à profissionais que de alguma forma trabalhará com idosos, como também para a sociedade em geral fazendo refletir e estar cada vez mais presente na vida das pessoas o conhecimento a respeito dessa fase da vida, as repercussões e enfrentamento dos próprios preconceitos.
A partir de tantas reflexões a respeito desse fenômeno tão complexo que ainda temos muito a aprender, faz-se necessário também saber como as famílias estão organizadas e se preparando para o envelhecimento. Já que de acordo com a Constituição Federal de 1988 no artigo 229 diz: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.” A responsabilidade da família em amparar os idosos é reforçada no artigo 230: “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.” E trazida novamente no Estatuto do Idoso de 2003: “Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”
http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/wp-content/uploads/2017/04/
Sendo assim a família torna-se a principal cuidadora dos idosos, principalmente dos dependentes de cuidados, porém hoje é urgente a necessidade de se repensar essa obrigatoriedade da família em cuidar e oferecer amparo, não no sentido de desresponsabilizar a família, mas de acrescentar mais agentes, projetos e formas de apoio nesses cuidados. Visto que também, segundo o estatuto do idoso, não é somente responsabilidade da família, mas também da comunidade, da sociedade e do estado, logo todos devem se implicar e fazer parte deste momento de alguma forma. Para reforçar a ideia segue a seguinte afirmação: “A família é a principal fonte de apoio sempre que ocorrem incapacidade e dependência nos idosos. Nos países desenvolvidos, muitas funções familiares são complementadas (raramente substituídas) pelo setor público. No Brasil, a família ainda é a principal fonte de apoio dos idosos incapacitados, dos quais cuida praticamente sem suporte do poder público. (SOMMERHALDER, 2001 apud QUEROZ, 2010, p. 114).”

Vale ressaltar que se faz urgente também pelo fato de que teve mudanças nos arranjos familiares, as mulheres tinham papel diferenciado na sociedade, basicamente eram as principais cuidadoras familiares, tanto das crianças, quanto dos velhos da família. E atualmente as mulheres estão tendo menos filhos, quando os têm, e conquistaram outro espaço na sociedade e ainda assim na maioria das vezes permanecem cuidadoras principais, apesar de todas as outras funções. Será que as famílias estão capacitadas a prestar apoio aos idosos?
Em estudo realizado por Santos (2013, p. 27), quando problematiza a respeito da desinstitucionalização do cuidado, retornando para esfera doméstica, baseada nos artigos da constituição federal e dizendo que “a família é percebida como a cuidadora ideal, embora, na realidade concreta, conforme apontaram todas as pesquisas, permaneça desassistida e tendo que assumir sozinha mais essa responsabilidade. ”
A família aqui entendida é a conceituada no IBGE como conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, residente na mesma unidade domiciliar. Para ser congruente com as reflexões se faz necessário acrescentar para o conceito da família não necessariamente pessoas que residam na mesma da unidade domiciliar, pois nem sempre os filhos e outros familiares moram na casa dos idosos.
Focando na relação de cuidado dentro da esfera familiar, aqui trazida mais especificamente, na relação do familiar com o idoso dependente, fragilizado. Pode-se dizer que: “É no campo familiar que as pessoas aprendem e desenvolvem suas práticas de cuidado bastante influenciadas por sua cultura: geralmente é a família quem decide o momento de procurar pelos agentes do campo profissional ou do campo popular e também quem estabelece o contato com esses profissionais. Em alguns casos, o cuidado dispensado pelos membros da família pode não ser o mais adequado tecnicamente, mas tem uma forte expressão simbólica por envolver vínculos afetivos, alianças e o compartilhar de uma história que é peculiar a cada família (SANTOS, 2013, p. 13)”
http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/wp-content/uploads/2017/04/
A partir dessa reflexão formula-se a seguinte questão: mas, e quando não possuem vínculos afetivos? Ou as relações já são tão desgastadas e os vínculos se encontram fragilizados? Como se dão esses cuidados?
Pensando em formas de responder a essas indagações, através de exploração a respeito do tema foi encontrado um conceito que traduz esse momento de cuidados prestados aos idosos por famílias fragilizadas, pôde ser observado através de estudos que a Insuficiência Familiar está diretamente conectada aos relacionamentos humanos, e “essa fragilização do suporte familiar deu origem a outra grande síndrome geriátrica, a insuficiência familiar, cuja a abordagem é extremamente complexa” (MORAES, 2012, p. 43).
Para explicar um pouco do que é a Insuficiência Familiar, poucos estudos referentes a este tema especificamente foram encontrados. A Insuficiência Familiar é atualmente descrita como uma Síndrome Geriátrica, dentre os 7is ou gigantes da geriatria como cita Lopes & Oliveira (2010).
De acordo com Souza et.al (2015, p. 1181): “[…] a vulnerabilidade social da família também se caracteriza como condição a priori da insuficiência familiar na pessoa idosa. Tal vulnerabilidade familiar pode ser provocada pelo desemprego, pela dependência de álcool e drogas, por vínculos ou desgaste desses com problemas da vida moderna, tais como a valorização dos bens materiais, o fortalecimento do individualismo entre os familiares, a perda dos valores da autoridade e do respeito, entre outros.”
Falando em Vulnerabilidade, Silva (2015, p. 119), em seu livro propõe falar sobre Vulnerabilidade Humana e Envelhecimento, mais diretamente do título que se refere ao direito dos idosos traz a seguinte afirmação pertinente a reflexão aqui proposta, demonstrando o quão complexo é o cenário que o cuidador familiar de idosos dependentes encontra: “[…] as redes informais de apoio tendem a esgarçar-se com a velhice, seja pela perda de entes familiares e amigos, ou porque há uma geração de cuidadores pressionados não só por tarefas com pais idosos, mas com seus filhos e netos (“geração sanduíche”), ou ainda porque a referência de cuidado já é, ela própria, idosa (filhos maiores de 60 anos, esposa ou esposo idoso), ou mesmo pelo despreparo das famílias para lidar com o envelhecimento e eventuais situações de doença.”
Toda essa situação encontrada no cotidiano das famílias remete diretamente à predisposição a síndrome de insuficiência familiar, salienta-se que no texto lido acima não se fala em Insuficiência familiar diretamente, mas entendendo um pouco melhor o conceito é possível fazer essa relação.
http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Com base em pesquisa bibliográfica intitulada: “Conceito de insuficiência familiar na pessoa idosa: análise crítica da literatura, em que o objetivo era o de identificar na literatura os atributos do conceito “insuficiência familiar” na pessoa idosa; os pesquisadores criaram uma nova proposta teórica do conceito de insuficiência familiar na pessoa idosa, onde traz de forma mais completa a caracterização, determinantes e consequentes dessa síndrome: “Insuficiência familiar na pessoa idosa caracteriza-se como processo psicossocial de construção complexa fundado no vínculo familiar prejudicado e, sobretudo, no baixo apoio social; este determinado principalmente pela precariedade do apoio da família, tanto emocional quanto de ajuda instrumental. Transformações contemporâneas no sistema familiar, dentre elas a inversão do papel do idoso e o seu ninho vazio, associadas aos conflitos intergeracionais e ao comprometimento das relações familiares, podem desencadear ou fortalecer a vulnerabilidade social da família. Já a vulnerabilidade social da pessoa idosa, o declínio de sua saúde psicológica e funcional, com menor qualidade de vida, enfim, o envelhecimento mal sucedido são consequentes da insuficiência familiar na pessoa idosa (SOUZA ET.AL, 2015, p. 1183).”

Evandrou & Victor (1989) apud Debert (2004, p. 83), que discutindo a respeito da família, integração e segregação espacial dos idosos trouxe outra consideração, que apesar de não ser recente ainda é presente na problemática atual das famílias e em constante crescimento que é: “O fato de os idosos viverem com os filhos não é garantia da presença do respeito e prestígio nem da ausência de maus-tratos. As denúncias de violência física contra idosos aparecem nos casos em que diferentes gerações convivem na mesma unidade doméstica. Assim sendo, a persistência de unidades domésticas plurigeracionais não pode ser necessariamente vista como garantia de uma velhice bem-sucedida, nem o fato de morarem juntos um sinal de relações mais amistosas entre os idosos e seus filhos.”
Ponderando a respeito de tudo estudado e dialogado, conclui-se que é necessário pensar ações concretas para auxiliar as famílias a enfrentar esse momento, talvez levando informações a respeito do envelhecimento com dependência, como também persistir na divulgação crescente para o conhecimento das pessoas de forma individual e coletiva a respeito do processo de envelhecimento, e suas particularidades, como já falado anteriormente, possivelmente atingirá a ideia que as pessoas possuem da velhice em si, dos preconceitos existentes a respeito desse momento da vida. Esforços devem ser contínuos no sentido de inspirar as pessoas a mudar o ponto de vista e enriquecerem o olhar para o envelhecimento com algo inerente à vida.
O conceito de Insuficiência Familiar na pessoa idosa necessita de mais estudos, muitas declarações e pesquisas foram encontradas onde propuseram estudar a relação entre os familiares e os idosos, principalmente os dependentes de cuidados decorrente ao estado de saúde, encontrados também muitos estudos a respeito do cuidador familiar, porém poucos, ou quase nenhum relacionado ao conceito de insuficiência familiar. Ás vezes pelo fato de ser um conceito ainda pouco difundido, estudado e caracterizado, ou somente entendido como algo que compete ao contexto em que o idoso está inserido combinado à um conjunto de síndromes geriátricas.
Contudo, acredita-se que esse conceito possa ser utilizado e entendido não somente como uma síndrome geriátrica, mas sim todo um complexo ambiental de relações sociais existente hoje na vida dos idosos, familiares e sociedade em geral. E para além disso um planejamento de ações serão necessárias para que esse cenário não seja ainda mais complicado e difícil de lidar e viver.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
______. Estatuto do Idoso. Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003.Disponível em:http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2003/L10.741.htm.
______. Carta aberta à população da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de 15 de setembro de 2014. Disponível em: http://sbgg.org.br/envelhecimento-no-brasil-e-saude-do-idoso-sbgg-divulga-carta-aberta-a-populacao-2/.
DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento.São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo 1ª reimpressão, Fapesp, 2004.
LOPEZ,R.G.C. & OLIVEIRA. S.J. Insuficiência Familiar: o enfrentamento ao gigante. Revista Portal de Divulgação, n.1, Ago. 2010. Disponível em: http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/index.php
MORAES, N.E. Atenção à Saúde do idoso: Aspectos Conceituais. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
QUEROZ, N.C. Aspectos do conhecimento psicogerontológico para a atenção à família, ao cuidador e às instituições de idosos fragilizados. In: FALCÃO, D.V.S (org). A família e o Idoso: Desafios da Contemporaneidade. Campinas, SP: Ed. Papirus, 2010.
SANTOS, S. M.A. Idosos, família e cultura: um estudo sobre a construção do papel do cuidador.Campinas, SP: Ed. Alínea, 2013.
SILVA, A.C.A.P. Vulnerabilidade humana e envelhecimento: o que temos a ver com isso. São Paulo: Portal Edições: Envelhecimento, 2015.
SOUZA, A. et. al. Conceito de insuficiência familiar na pessoa idosa: análise crítica da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem. 2015 nov-dez;68(6):1176-85. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680625i

(*) Patrícia de Faria Tasca é psicóloga. Texto escrito para o Curso Fragilidades na Velhice: Gerontologia Social e Atendimento, da COGEAE/PUC-SP, segundo semestre 2016. E-mail: paty.tasca@gmail.com

obs. conteúdo merante informativo
abs
Carla
http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/para-alem-da-sindrome-de-insuficiencia-familiar-reflexoes-e-perspectivas/

sexta-feira, 28 de abril de 2017

A imagem pode conter: texto


Você está vivendo sua melhor versão todos os dias, mesmo nas pequenas coisas?

abs,
Carla

O que fazer quando um Doente com Alzheimer faz a mesma pegunta repetida

A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, texto

A importância de se medir as cetonas. Mas, afinal, o que é isso?

Quando devo monitorar as cetonas?

Dra. Renata Noronha*

question mark on a sticky note against grained wood

Um estudo publicado no início do ano pela Revista Diabetes Care e replicado pela agência de notícias Reuters (http://uk.reuters.com/article/us-health-diabetes-ketone-testing-idUKKBN15B275) mostra que as pessoas com diabetes tipo 1 deveriam monitorar a cetona, pois do contrário pode ocasionar complicações. Mas afinal o que cetona?

Ela pode ser um indicativo de que um quadro chamado cetoacidose, pode estar por aparecer, e surge na pessoa quando esta apresenta falta da ação de insulina. A cetoacidose por sua vez, se não tratada, pode levar ao coma. Na maioria dos casos, trata-se de uma pessoa com diabetes tipo 1, que não apresenta mais produção de insulina no corpo, necessitando portanto de sua aplicação exclusivamente para controle da glicemia. Mas será que todos os pacientes com diabetes tipo 1 precisam monitorar?

A cetona deve ser verificada quando a pessoa com diabetes estiver com hiperglicemia por períodos prolongados, geralmente com taxas acima de 250 mg/dl, onde a falta de insulina e/ou da sua ação pode levá-lo ao quadro de cetoacidose.

As situações onde mais comumente o paciente com diabetes tipo 1 pode estar suscetível à ausência da insulina ou de sua ação são: falta de adesão ao tratamento, principalmente falha nas aplicações de insulina associada ao abuso alimentar; infecções ou uso de medicações, que aumentem a resistência à insulina como glicocorticoide; pacientes muito jovens, que fazem uso de baixas doses de basal, quando falham na aplicação dos bolus nas refeições; problemas na infusão de insulina em pessoas com diabetes, que estejam utilizando de sistema de infusão contínua; e por fim, a possibilidade de má conservação do hormônio e problemas com dispositivos de aplicação como canetas e bombas de infusão, que podem diminuir a ação do hormônio ou fazer com que o mesmo não seja administrado adequadamente.

Estas situações podem acontecer também em pessoas com diabetes gestacional e em alguns casos mais raros nas pessoas com diabetes tipo 2. Neste último caso, especialmente em ocasiões onde a resistência à insulina pode estar aumentada, fazendo com que a pessoa permaneça com hiperglicemias por tempo prolongado. No caso específico de pacientes com tipo 2, quando a terapêutica com inibidores do SGLT2 está associada ao esquema de tratamento, a  chance de incidência de cetoacidose aumenta ainda mais.

Para realização da medida de cetona domiciliar, existem: o glicosímetro, que possibilita a medida da cetona, através de uma gota de sangue, exatamente como se faz para ver a glicemia (dextro) e as tiras reagentes de urina, onde se pode medir a cetonúria, por meio da presença de cetonas na urina.

Se a pessoa não verificar a cetona e estiver evoluindo para quadro de cetoacidose, isto ocorre porque, devido à falta de insulina, o corpo não consegue aproveitar o açúcar do sangue nas células (a insulina é como se fosse um caminhãozinho que joga o açúcar do sangue para dentro das células). O corpo, apesar de estar com a glicemia alta, entende que há falta de açúcar e vai buscar o mesmo, metabolizando glicogênio armazenado no fígado. Este processo é que joga cetonas e ácidos no sangue, além de aumentar mais a glicemia, culminando, portanto, com quadro de cetoacidose. 

Clinicamente o paciente vai apresentar sintomas como aumento do volume de urina  e de da ingesta de água, levando o mesmo a evoluir com desidratação, dor abdominal e muitas vezes náuseas e vômitos. Aliás, o vômito pode piorar rapidamente o quadro de desidratação. A hiperglicemia prolongada, sem insulina circulante no corpo, torna este processo um quadro progressivo, podendo levar o paciente inclusive ao que se chama de coma hiperglicêmico.

A recomendação é de que ao primeiro sinal de um quadro de hiperglicemia prolongado, ou à interrupção da infusão da insulina, que a pessoa realize a medida da cetona. Se detectar a presença da mesma, é importante se manter hidratado e ir tentando corrigir a hiperglicemia com uso da insulina de ação rápida ou ultrarrápida. Se possível entrar em contato com seu médico para que ele oriente as medidas necessárias. 

Caso os níveis de cetona estejam muito altos e o paciente já não esteja conseguindo nem ingerir líquidos para se hidratar, o mais prudente é procurar um pronto atendimento.

Por isso, ressalto, que no paciente com diabetes tipo 1, a ocorrência da cetoacidose é mais comum, contudo, aquele ele faz adequadamente sua automonitorização, tem boa adesão ao tratamento e às recomendações alimentares, a chance de apresentar este quadro é muito menor. O paciente bem controlado, em geral, vai notar glicemias altas e tomar providências antes de chegar a um quadro mais grave, muitas vezes inclusive nem chegando à necessidade de checar a cetona. 

A cetoacidose pode em geral ser evitada com a boa adesão ao tratamento e planejamento alimentar.

*Endocrinopediatra e Médica Assistente do Ambulatório de Diabetes Infantil – Depto Puericultura e Pediatria da Santa Casa de São Paulo

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla

https://www.debemcomavida.com.br/a-importancia-de-se-medir-as-cetonas-mas-afinal-o-que-e-isso/

Vanessa Pirolo
Jornalista, criadora do blog convivência com diabetes, tem diabetes desde o seus 18 anos, e redatora do Portal DBCV

quinta-feira, 27 de abril de 2017



A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé e texto

Alteração da terapêutica do tratamento precisa ser planejada entre o médico e a pessoa com Diabetes!

Cuidados ao realizar a mudança de terapêutica da bomba de insulina para as múltiplas doses de insulina
Há momentos em nossas vidas, que não estamos felizes por algum motivo e buscamos mudanças que possam facilitar alguma situação da convivência com diabetes. Nas férias, quando viajamos para a praia, já escutei de muitas mulheres que fizeram a troca da bomba de insulina pelas múltiplas doses de insulina, para que o corpo não tenha a marca do sol devido à bomba, ou até mesmo ter a facilidade de entrar e sair do mar quantas vezes quiser ao longo do dia, sem precisar retirar o equipamento.
Nestes casos, o que devemos fazer para continuar com o bom controle da glicemia?
stylo-injecteur-l-hormone-de-croissance-simple-comme-un-jeu_693859
A endocrinopediatra Dra. Leticia dos Reis Silva relata que “a substituição da bomba pela caneta deve ser combinada com o médico que acompanha o paciente, pois são necessários alguns cálculos para transacionar a dose de insulina para caneta. É importante que a troca seja feita pelo menos dois dias antes da viagem, para que o organismo se adapte à nova terapêutica e possíveis ajustes de doses sejam realizados”.
“Em geral, a dose de insulina basal é mantida e transferida para dose de insulina ultra-lenta (glargina, detemir ou degludeca) em caneta. Em alguns pacientes, é necessário um aumento da insulina basal em até 20 % para manter um bom controle, por isso cabe ao médico fazer esse cálculo. A dose de correção e a contagem de carboidratos são mantidas”, adiciona a médica.
Com relação à monitorização, Dra. Leticia é categórica “no primeiro dia de transição, a monitorização deve ser mais frequente, em geral a cada três horas, ou antes, e 2 horas após as refeições, antes de dormir e às 3h da manhã. E durante toda a viagem, recomenda-se uma monitorização mais frequente, pois principalmente crianças, que gastam muita energia por brincar na água e mudam muito os padrões alimentares, podem fazer hipoglicemia durante as viagens ao litoral”.
Outro cuidado apontado pela médica é relacionado ao rodízio de aplicação de insulina. “Como o paciente com bomba está mais acostumado a usar a região de abdômen e glútea para inserção do cateter, é importante lembrar que esse momento de troca de bomba por análogos representa um período de folga para essa região, preferindo-se a aplicação de insulina sob a forma de rodízio, em braços e pernas”.
Além do rodízio, há outro alerta “os horários de aplicação de insulina precisam ser respeitados. Portanto, o análogo será aplicado antes do café, ou antes, do jantar, conforme orientação do médico do paciente, e as insulinas ultrarrápidas imediatamente antes das refeições”.
Com o término das férias, muitas pessoas que fizeram a substituição da terapêutica, retornam para a bomba. Como deve ser feita esta troca?
“O retorno à bomba deve ser realizado após o paciente voltar para casa, preferencialmente no mesmo horário que aplicaria a dose de análogo de ação lenta. A monitorização deve ser a cada três horas, ou pré e pós-prandial, pois podem ocorrer alterações de glicemia nesse período. A monitorização deve ser mais frequente nos primeiros dois dias após a transição”, orienta a Dra. Leticia.
“O diabetes não deve impedir que o paciente desfrute de qualquer experiência, inclusive ir à praia, frequentar piscinas, etc. O uso de bomba de insulina é um instrumento para melhorar a qualidade do controle, mas não deve limitar a vida do paciente, muito pelo contrário, hoje as alternativas de insulinoterapia são variadas e permitem se moldar à vida do paciente. Porém toda alteração no esquema de insulina ou forma de aplicação deve ser planejada e discutida com o médico do paciente, com antecedência para que não ocorram imprevistos durante a viagem”, finaliza a médica.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.debemcomavida.com.br/alteracao-da-terapeutica-do-tratamento-precisa-ser-planejada-entre-o-medico-e-pessoa-com-diabetes/

Vanessa Pirolo

Jornalista, criadora do blog convivência com diabetes, tem diabetes desde o seus 18 anos, e redatora do Portal DBCV

Guia de Alimentação Escolar para Estudantes com Necessidades Alimentares Especiais

Guia lançado nas escolas promove acolhimento a alunos com necessidades alimentares especiais.

Maristela Strufaldi*

Estudantes com diabetes, alergia alimentar, doença celíaca, intolerância à lactose e/ou outra necessidade alimentar especial têm direito a cardápio especial de alimentação escolar.

(Leis nº 11.947/2009 e nº 12.982/2014).

22

Há três anos foi publicada a Lei nº 12.982/2014, que determina a obrigatoriedade de elaboração de cardápios especiais para a alimentação escolar, ratificando e fortalecendo as diretrizes do programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e, diante dos relatos e experiências de vários municípios e estados brasileiros, foi observada a necessidade de criar pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) o primeiro Caderno de Referência sobre Alimentação Escolar para Estudantes com Necessidades Alimentares Especiais, cuja finalidade é subsidiar o profissional nutricionista na adaptação do cardápio escolar, além de apoiar os gestores no atendimento a esse alunos.

O guia elaborado será entregue nas escolas para que cada gestor e nutricionista realize a implementação conforme a realidade do serviço, de modo a promover acolhimento a tais alunos e garantir um subsídio nutricional inclusivo. Leia na íntegra aqui:


http://www.diabetes.org.br/publico/images/2017/alimentacao-escolar-para-estudantes-1.pdf


Diversas estratégias e iniciativas educativas de alimentação e nutrição são frequentemente estabelecidas pelos órgãos responsáveis. No caso do referido Caderno, o foco é garantir a essa população o aporte nutricional inclusivo, a garantia de acesso ao alimento e uma padronização de apoio ao aluno.

Tudo será organizado de forma ética e respeitosa aos alunos e profissionais, que auxiliam nos cuidados e na melhora da condição clínica.

Quanto à prevenção da obesidade e do diabetes, costumamos dizer que se trata de um assunto bastante amplo e, portanto, necessita da união de estratégias educativas interdisciplinares; esse guia alimentar tem finalidade preventiva e acolhedora das pessoas, que têm patologias e que necessitam de cuidados alimentares especiais para que assim, tenham garantia de acesso à alimentação balanceada.

É inegável a importância da Educação Nutricional para minimizar riscos e unir forças na prevenção do aumento da obesidade, do diabetes e outras doenças crônicas não transmissíveis.

*Maristela Strufaldi é nutricionista, mestre em Endocrinologia Clínica (UNIFESP), Educadora em Diabetes pela IDF/SBD/ADJ e coordenadora do Departamento de Nutrição da SBD (gestão 2016-2017).

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
https://www.debemcomavida.com.br/guia-de-alimentacao-escolar-para-estudantes-com-necessidades-alimentares-especiais/

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Enfarte do Rim




Um enfarte renal é a morte de uma zona de tecido renal causada pela obstrução da artéria renal, a artéria principal que leva o sangue para o rim.
A obstrução da artéria renal é rara e, quando se verifica, habitualmente deve-se a que uma partícula flutuando na corrente sanguínea (êmbolo) se aloja na artéria. O êmbolo pode originar-se a partir de um coágulo sanguíneo (trombo) no coração ou pela rotura de um depósito de colesterol (ateroma) da aorta. Por outro lado, o enfarte pode ser consequência da formação de um coágulo sanguíneo (trombose aguda) na mesma artéria renal, provocado por uma lesão da artéria devido a cirurgia, a uma angiografia ou a uma angioplastia. O coágulo também pode ser resultado de uma arteriosclerose grave, de uma arterite (inflamação das artérias), de drepanocitose ou da rotura de um aneurisma da artéria renal (uma protuberância na parede da artéria).
Uma laceração do revestimento (dissecção aguda) da artéria renal faz com que o fluxo de sangue na artéria seja obstruído ou que a artéria se rompa. As causas subjacentes do enfarte incluem arteriosclerose e fibrodisplasia (desenvolvimento anómalo de tecido fibroso na parede de uma artéria).
O enfarte renal pode ser desencadeado por várias circunstâncias: ocasionalmente de modo terapêutico (enfarte terapêutico) para tratar tumores do rim, por uma perda maciça de proteínas pela urina (proteinúria) ou por uma hemorragia incontrolável do rim. O afluxo de sangue ao rim é obstruído introduzindo um cateter dentro da artéria que alimenta o rim.

As pequenas obstruções da artéria renal muitas vezes não produzem qualquer sintoma. Contudo, podem causar uma dor constante e aguda na zona lombar (dor nas costas) sobre o lado afectado. Podem ocorrer febre, náuseas e vómitos. A obstrução parcial da artéria pode implicar o desenvolvimento de hipertensão arterial.
A obstrução total de ambas as artérias renais, ou de uma única nas pessoas que só têm um rim, pára completamente a produção de urina e interrompe o funcionamento dos rins (insuficiência renal aguda).
As análises de sangue, em geral, mostram um número anormalmente elevado de glóbulos brancos. Na urina encontram-se presentes proteínas e quantidades microscópicas de sangue. Poucas vezes pode haver uma quantidade de sangue suficiente para que seja visível à vista desarmada.
É necessário efectuar exames de imagem do rim para fazer o diagnóstico, porque nenhum dos sintomas ou dos exames complementares identificam especificamente um enfarte renal. Durante as duas primeiras semanas que se seguem a um enfarte extenso, a função do rim afectado é escassa. Uma urografia endovenosa ou as imagens com isótopos radioactivos podem mostrar o mau funcionamento, dado que o rim não pode excretar as quantidades normais de substância radiopaca (que é visível nas radiografias) ou de indicadores radioactivos utilizados nestes exames.
Contudo, tendo em conta que o mau funcionamento renal também pode ser provocado por outras afecções além do enfarte, uma ecografia ou uma urografia retrógrada ) podem ser necessárias para distinguir entre as diversas causas. A melhor maneira de confirmar o diagnóstico e obter uma imagem clara do problema é efectuar uma arteriografia renal, na qual se injecta uma substância radiopaca dentro da artéria renal.
Contudo, a arteriografia somente se realiza quando o médico tiver previsto tentar desobstruir a artéria. A eficiência com que se restabelece a função renal pode ser avaliada mediante uma urografia endovenosa ou uma gamagrafia com isótopos radioactivos, repetidas com intervalos de um mês.
           Irrigação de sangue no rim 

Tratamento
O tratamento habitual consiste na administração de anticoagulantes com o fim de prevenir a formação de coágulos adicionais que vão obstruir a artéria renal. Os medicamentos que dissolvem coágulos (trombolíticos) são de introdução mais recente e podem ser mais eficazes que outros tratamentos. Os medicamentos melhoram a função renal apenas quando a artéria não está completamente obstruída ou quando os coágulos se podem dissolver no prazo de 1 hora e 30 minutos a 3 horas, tempo durante o qual o tecido renal pode aguentar a perda do seu afluxo sanguíneo.
Para eliminar a obstrução, o médico pode fazer passar um cateter com um balão na extremidade, desde a artéria femoral na virilha até à artéria renal. Depois enche-se o balão para forçar a abertura da zona obstruída. Este procedimento chama-se angioplastia transluminal percutânea.
O tratamento óptimo do enfarte renal é incerto, mas em geral prefere-se o tratamento farmacológico. Embora a cirurgia corrija a obstrução dos vasos sanguíneos, implica maiores riscos, complicações e até a morte, e a função renal não melhora mais do que quando são utilizados apenas os anticoagulantes ou os medicamentos trombolíticos. A cirurgia é o tratamento preferido unicamente no quadro de uma intervenção rápida (ao fim de 2 a 3 horas), para eliminar um coágulo sanguíneo na artéria renal, provocado por uma ferida (trombose traumática da artéria renal).
Embora a função renal possa melhorar com o tratamento, em geral não chega a recuperar por completo.
Perturbações dos vasos sanguíneos que afectam os rins
Inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite), que pode interferir com o fornecimento de sangue.
Obstrução da artéria renal, produzindo a morte dos tecidos de uma parte dos rins, alimentados por esse vaso (enfarte renal).
Obstrução dos pequenos vasos sanguíneos (renais) por inúmeras partículas de matéria gorda desprendidas das paredes de um vaso sanguíneo externo ao rim (doença renal atero-embólica).
Lesão de todo ou de uma parte do estrato externo (córtex) de um ou de ambos os rins (necrose cortical).
Lesão dos pequenos vasos sanguíneos dos rins causadas por hipertensão arterial (nefrosclerose).
Obstrução da veia renal (trombose da veia renal)
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla

 
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, sapatos, texto e atividades ao ar livre

Os seis possíveis culpados de estar sempre com vontade de urinar

 
Fonte de imagem: Pulse
 
 
 
A urgência de urinar é um sintoma comum de beber muito e também das infeções urinárias, mas não só. Outros problemas de saúde e até alimentos podem fazer com que esteja sempre com vontade de urinar.
 
Segundo os especialistas, deve-se ser capaz de aguentar entre duas e três horas entre cada micção. Não conseguir aguentar este tempo e estar constantemente com vontade de urinar significa que tem urgência em urinar, e este, apesar de por si só não ser grave, pode ser um sintoma de problemas de saúde ou de que deve mudar algo na sua dieta.
 
Ainda ontem lhe reportamos a conclusão de um estudo que aponta que as idas noturnas à casa de banho podem dever-se ao consumo excessivo de sal. Os alimentos diuréticos – como espargos, alcachofras, tomates, arandos, aveia –, a teína e a cafeína podem agravar a urgência em urinar nas pessoas que sofrem de incontinência urinária, mas também podem provocar este sintoma em quem sofre de obesidade.
 
treino, como reporta o Buena Vida do AS, também pode fazer com que tenha mais vontade de urinar e há até estudos que ligam o treino crónico com o desenvolvimento de incontinência urinária – recomenda-se um refeorço do pavimento pélvico para prevenir a ocorrência do problema.
 
O stress ou nervosismo e a ansiedade também podem influenciar as vezes que vai à casa de banho, podendo até estar na origem do desenvolvimento de incontinência urinária.
 
Alguns problemas de saúde também podem estar ligados à urgência em urinar e à incontinência urinária. Nomeadamente as pedras nos rins ou na bexiga que por pressionarem a bexiga fazem com que precise de ir várias vezes à casa de banho, mas também, claro, as infeções do trato urinário que podem irritar a bexiga e fazer com que urine mais vezes.
 
Outros problemas de saúde que à partida não estariam relacionados com a bexiga também podem aumentar o risco de incontinência urinária. É o caso da diabetes, que duplica o risco de sofrer de incontinência ou de vontades incontroláveis de urinar.
 
O excesso de açúcar no sangue também pode passar à urina, aumentando a sensação de urgência miccional, que a longo prazo pode resultar em incontinência. Há ainda casos de pessoas diabéticas que perdem a capacidade de perceber que a bexiga está cheia, devido a algum dano nervoso, o que origina as perdas de urina.
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
carla

Lançada a primeira plataforma online sobre Doenças Respiratórias Crónicas



Fonte de imagem: Michigan Health Lab
 
 
Em respirarmelhor.pt é possível encontrar testemunhos de doentes, dicas para ajudar a viver melhor com a doença, bem como o aconselhamento de diversos profissionais de saúde dedicados à saúde respiratória
 
Foi lançada hoje no âmbito do Dia da Reabilitação Respiratória, a primeira plataforma online dedicada às doenças respiratórias crónicas, a respirarmelhor.pt. Esta plataforma pretende disponibilizar o acesso a informação útil que permita melhorar a saúde respiratória em Portugal.
 
Doentes, familiares, profissionais de saúde e todos os interessados em saber mais sobre as doenças respiratórias que, em Portugal, já constituem a terceira principal causa de morte e atingem mais de 40% da população, têm agora uma plataforma que compila toda a informação relevante.
 
Na plataforma é possível encontrar informação sobre formas de prevenção, causas e ainda as opções de tratamento disponíveis. Os visitantes podem ainda encontrar uma área da plataforma dedicada ao esclarecimento de dúvidas, onde através do preenchimento de um formulário e de um questionário de autoavaliação, recebem aconselhamentos dos profissionais de saúde. Também os profissionais de saúde podem encontrar informação sobre as principais notícias da área bem como os eventos onde a saúde respiratória terá destaque.
 
A plataforma foi desenvolvida pela Linde Saúde, empresa líder de mercado mundial nos cuidados respiratórios domiciliários, e conta com o apoio científico de várias associações de doentes e sociedades da área.
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
 

terça-feira, 25 de abril de 2017

A imagem pode conter: texto

Quais são os tipos e como funcionam os medicamentos contra o Câncer?

 Os primeiros medicamentos contra o câncer, desenvolvidos na década de 1940, agiam causando a morte das células cancerosas. Desde lá, o nosso conhecimento sobre a biologia do câncer aumentou dramaticamente, abrindo diversas avenidas para o desenvolvimento de novas medicações
.
drugs
Diferentes classes de medicamentos são utilizados hoje no tratamento oncológico, aumentando o controle a cura dos pacientes com câncer.
 
 
Didaticamente, dividimos estas substâncias de acordo com o mecanismo de ação delas. Abaixo, está uma lista com as principais classes de medicamentos e como eles agem.
 
1. Citotóxicos – Esta é uma grande classe de medicamentos envolvendo diversas substâncias que, apesar de apresentarem diversos mecanismos de ação, têm um efeito final comum, que é a morte da célula do cancerosa. Estas células se multiplicam mais rápido que as células normais do organismo e estes medicamentos são efetivos justamente por causar danos às células com alta replicação. Sendo assim, são capazes de reduzir o tamanho dos tumores e aumentar a chance de cura. Em contrapartida, têm efeitos colaterais em células normais do corpo que têm um replicação mais acelerada, como cabelos, pele, sistema imunológico e gastrointestinal, eventualmente causando queda dos cabelos, baixa de imunidade, náuseas e cansaço. Em geral, esses medicamentos são aplicados na veia, mas existem algumas formulações subcutâneas e mesmo em comprimidos.
 
 
2. Imunomoduladores – Esta é uma das mais promissoras classes de medicamentos contra o câncer. Consiste em medicações que aumentam a ativação do sistema imunológico. As medicações mais eficazes desta classe são anticorpos administrados pela veia do paciente que se ligam às células de defesa estimulando o ataque delas contra o câncer. O efeito colateral mais comum destes remédios é a autoimunidade, eventualmente as células de defesa podem atacar as células normais do próprio corpo. Neste caso, é necessária a interrupção momentânea do tratamento. As pesquisas mais avançadas com essas drogas são em câncer de pele do tipo melanoma e câncer de pulmão, mas prometem ser úteis em muitas outras doenças.
 
 
3. Inibidores de sinalização – Em alguns tipos de câncer, há uma sinalização anômala de crescimento, o câncer pode entender sinais normais do corpo como sinais para multiplicar e crescer, como no câncer de mama Her2 positivo, ou no câncer de intestino com mutação do KRAS. Em outros casos, o câncer pode apresentar alterações próprias que estimulam esse crescimento, como no melanoma BRAF-mt ou no câncer de estômago do tipo GIST. Essa classe de drogas tem como objetivo justamente desligar esse sinal ou impedir com que sinais normais do corpo cheguem à célula cancerosa. São conhecidos como inibidores de tirosino quinase (como o imatinib, erlotinib, etc) ou anticorpos que bloqueiam os sinais externos (como o trastuzumab, cetuximab, etc). Em geral, precisa-se identificar a presença da anormalidade na célula cancerosa para saber se estes medicamentos serão efetivos.
 
 
4. Inibidores hormonais – A maior parte dos cânceres de próstata e mama são estimulados a crescer pelos hormônios sexuais masculino e feminino, respectivamente. No câncer de próstata, inibir a produção de testosterona é um dos mais eficazes tratamentos. No câncer de mama que apresenta receptores para estrogênio ou progesterona, tanto o bloqueio da produção de hormônios como o bloqueio do receptor diretamente no câncer são tratamentos extremamente eficazes.
 
 
5. Inibidores de crescimento de vasos sanguíneos – Para que os tumores cresçam é necessário que nutrientes cheguem às células cancerosas. Um dos métodos de impedir esse crescimento é bloquear o aparecimento de novos vasos sanguíneos. Atualmente, existem tanto anticorpos quanto inibidores de sinalização de crescimento que atuam desta maneira. Em geral, estes medicamentos não são usados isoladamente, mas em combinação com outras substâncias.
 
 
Esta lista não é exaustiva e está em constante mudança e crescimento visto o rápido desenvolvimento de novos medicamentos. Espero revisitá-la com frequência para atualizar com novos e promissores tratamentos.
 
obs.conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla