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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Qual a relação entre diabetes e vitiligo?

Entrevista com o dermatologista João Carlos Lopes Simão, da FMRP-USP

Entre 2% e 10% das pessoas que têm diabetes tipo 1 sofrem com o vitiligo, doença que se caracteriza pela descoloração da pele em regiões diversas do organismo. Quem explica a relação entre os dois é o dermatologista João Carlos Simão, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).

João Carlos Lopes Simão - "O diabetes tipo 1 resulta da destruição autoimune das células beta do pâncreas produtoras de insulina. Os indivíduos diabéticos do tipo 1 apresentam tendência maior a produzir autoanticorpos contra outras células do organismo também. É onde se inclui o vitiligo, causado pela destruição autoimune dos melanócitos na pele, responsáveis por produzir o pigmento natural da pele, a melanina. O vitiligo tem distribuição simétrica e uma característica interessante: ele atinge áreas peri-orificiais, ou seja, ao redor da boca e dos olhos. É comum a predileção pelos tornozelos, punhos, região anterior das pernas, dorso das mãos, dedos, axilas, pescoço e genitália.

Tratar o vitiligo em pessoas com diabetes tipo 1 não é diferente do que é aconselhado para não diabéticos, mas, dependendo da escolha do tipo de medicamento, requer cautela e acompanhamento estreito. Os medicamentos, administrados por via oral ou tópico, são associados à exposição controlada à luz solar ou fontes artificiais de luz ultravioleta A. Há também a terapêutica com luz ultravioleta B de espectro estreito (narrow band). Podem ser utilizados medicamentos tópicos com ação imunomoduladora ou ainda medicações sistêmicas imunossupressoras.

Com relação aos indivíduos que necessitem da utilização das medicações imunossupressoras, há risco maior de infecções graves nos pacientes que são diabéticos e que utilizam tais medicações. Deve-se pesar o custo-benefício da utilização de tais medicações.

O uso de corticóides via oral deve ser feito com muita cautela, pois levam a uma piora dos níveis glicêmicos no diabetes tipos 1 e 2 e também predispõem a um risco maior de infecções graves, porque eles são imunossupressores, ou seja, diminuem as defesas do organismo contra infecções. Seus efeitos colaterais incluem obesidade, hipertensão, desenvolvimento de estrias, infecções e outros. Deve-se novamente pesar o custo-benefício.

O uso de corticóides tópicos e dos medicamentos com ação imunomoduladora leva a um risco aumentado de infecções na pele onde foram aplicados.

O vitiligo pode ser controlado e o tratamento pode promover a pigmentação das áreas acometidas. Quanto mais extenso o vitiligo, menor a probabilidade de recuperação completa. Áreas difíceis de pigmentação são as mãos e os pés (vitiligo acral).

A escolha do tipo de tratamento está relacionada à gravidade, à extensão do vitiligo e se ele está estável ou progredindo rapidamente."

fonte:www.diabetesnoscuidamos.com.br

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