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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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Receita de vó para vencer o medo de envelhecer

Grupo "Seminovas" ensina a superar o receio da chegada da terceira idade
Fernanda Aranda, iG São Paulo 22/05/2010 17:00


Morte, doença ou ruga? O que mais apavora no envelhecimento? Elas encontraram a receita para driblar a fobia de não ser mais jovem em um chá da tarde, comendo bolo de fubá e planejando o cinema.
Os mesmos “ingredientes”, contam as nove meninas de 60 a 80 anos, são usados para vencer o medo do diagnóstico de problemas de saúde que passam a ser tão comuns após a entrada na casa dos “enta”. Elas são as Seminovas, grupo de mulheres assim batizado pelas próprias, que em todo encontro realizado em finais de semana, fazem tudo o que a medicina preconiza sem nem ao menos se darem conta de que criaram um verdadeiro “manual” da terceira idade saudável.
O nascimento
O berçário das Seminovas foi uma interrogação. O silêncio dentro da casa de cada uma (resultado da prole crescida e já educada) fez ecoar a pergunta: “O que eu vou ser agora que meu filho cresceu?”, mais do que isso "O que eu vou ser quando os meus netos crescerem?" A dúvida, falam elas, foi muito mais cruel do que a indecisão típica da adolescência na hora de fazer vestibular.
Se os adolescentes são taxados de muito imaturos para escolher o que querem fazer para o resto da vida, mulheres de cabelos brancos (ou muito bem tingidos para esconder os grisalhos) são consideradas “maduras demais” para começar uma atividade, digamos, já mais perto do fim da jornada.
Os dias poderiam passar assim, com a sensação sufocante de ninho vazio e de portas fechadas. A ansiedade seria transformada dolorosamente em depressão e a saudade dos tempos que não voltam viraria uma amargura eterna. Foi então que Neuza Guerreiro de Carvalho, no auge da sabedoria dos seus 80 anos, ocupou o posto de fada madrinha do grupo.
Bióloga diplomada e inquieta por natureza, Neuza descobriu a internet, criou um blog por influência dos netos (
o blog da Vovó Neuza), viu no Google um universo de oportunidades e resolveu fazer oficinas de memórias, com o objetivo de reunir idosos em pontos turísticos de São Paulo para trocar experiências sobre a metrópole (“será um material rico para os posts do blog da Vovó Neuza”, pensou a blogueira na época da criação do projeto).
Desta maneira, discutindo a cada 15 dias as transformações da cidade paulistana, os encontros foram transformados em posts para Neuza e as idosas - que “só por curiosidade resolveram frequentar as oficinas” - foram se transformando em Seminovas.
Neste processo surgiu também a primeira receita contra um dos principais inimigos do avanço da idade. Para retardar as sequelas do temido Alzheimer, os médicos são unânimes em prescrever “ginástica para o cérebro”. Quanto mais a memória, o raciocínio e a criatividade forem estimulados (seja por conversas, oficinas, palavras cruzadas e leituras) menos afetada pela doença a pessoa será. Como diriam no Twitter- a nova paixão de dona Neuza - “#ficaadica”.
As transformações
Muitos passaram pelas oficinas de Neuza, mas nove delas ficaram. A sequência de aulas acabou, mas os encontros entre as novas nove amigas viraram necessidade. Como se tivessem sido tocadas pela vara de condão da vovó blogueira, elas foram enxergando no espelho mais do que sinais da idade, problemas de saúde ou limitações físicas. “Eu passei a me ver bonita, com uma vontade de viver que não havia encontrado até então”, define Edna Franklin de Andrade Gimenez, 79 anos.
O reflexo “seminovo” fez o coração de Edna, ferido há anos por causa da morte do marido comunista e revolucionário Armando Gimenez, cicatrizar. A dor da viuvez cedeu lugar para a vontade de fazer alguma coisa. Ela lembrou do francês, idioma quase esquecido em sua dupla fluência. Virou professora da língua e trouxe o charme de falar fazendo biquinhos para os encontros das Seminovas (todas elas aprenderam a conversar em francês).
Além da professora dedicada e da famosa blogueira octagenária, a turma ganhou mais integrantes. Após entrar para a Seminovas, Evanise Terezinha Pacola, 71 anos, decidiu encarar o palco. Subiu no tablado, amou os aplausos, fez curso. Virou atriz. A tímida Zalir Thereza Biancadi Lopes, 74 anos, (que tem uma dificuldade enorme para sorrir em fotos) também adorou a ideia de coxias, roteiros e plateia e embarcou no teatro. Virou Zazá (nome artístico).
Vozes, musas e artesãs
No encalço das duas atrizes, Irley Rocha, 73 anos, também foi para as aulas de interpretação e nelas reencontrou uma antiga paixão. As cordas vocais que tanto fizeram sucesso nos anos 60 (ela era a cantora Denise Duran, irmã de Dolares Duran que arrasavam nas cantorias do rádio) foram obrigadas a não mais vibrar por causa de calos adquiridos com o tempo. Mas o treino para falar no palco trouxe a confiança de fazer fonoaudiologia. Parafraseando o poeta Mário Quintana, o problema vocal passou. Irley, passarinho, acabou de gravar um novo CD.
Por falar em poema, Maria do Carmo Giordano, 71 anos, fez versos dos seus quase 65
quilos perdidos. Viu o corpo mudar de forma com a cirurgia bariátrica (redução do estômago). Os 140 quilos murcharam para os 85. O bisturi mudou externamente a Do Carmo, mas o título Seminova deu o retoque interno. “Depois que emagreci virei poetisa e todo dia acordo pronta para uma vitória”.Se uma é poeta, a outra virou musa. Marlene Fernandes Mazzeo, 72 anos, por exemplo, deixou de lado a exclusividade das ocupações domésticas e ganhou o título de miss terceira idade. Garante, porém, que não é só um rostinho bonito. “Fiz muitos cursos na USP e eu que nunca tinha ido a um único museu, agora conheço todos de São Paulo.”
A guia cultural do grupo é Mércia Flud Di Giácomo, 65 anos, que reúne em sua transformação todos os exemplos da metamorfose feminina. “Veio a menopausa, a saudade dos filhos crescidos, a dificuldade em falar a linguagem dos netos. Eu tive que aprender a ficar sozinha. Minhas amigas me ensinaram isso e, por meio delas, ganhei o incentivo para fazer o curso de artesanato. Hoje sou artesã profissional”.
Corações protegidos
Para virarem blogueira, atrizes, professora, cantoras, artesãs e cultas elas investiram na caminhada. Rodam São Paulo a pé, sobem e descem escadas, enfrentam os ônibus fazendo exercício físico e deixando longe problemas cardiovasculares, direitinho como recomenda a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os encontros delas são recheados por bolinhos, docinhos, sucos, sanduíches e bolos. Uma parte sem açúcar para as diabéticas, outras sem sal para as que estão com a pressão alta e nada é frito pois as Seminovas não brincam com o colesterol.
É fato que nem tudo são flores. Entre as gargalhadas, histórias, partilhas e transformações (quando se encontram o termo “dona” e “senhora” são proibidos), existe um câncer recém descoberto que já se espalhou pelo corpo de uma delas e trouxe o medo da morte também para as reuniões.

As amigas contam que Mércia é “tão generosa que divide a doença com a gente sem sofrimento”. É justamente ela, a caçula do grupo, que define como fazer para viver com a doença, sem viver “para a doença”. “É uma questão de escolha. Eu posso me render ao tumor ou continuar fazendo meu artesanato, rindo com meus netos, batendo papo com as amigas, sendo assim, feliz”.
Uni, dune, tê

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta para 2050 o dobro da população com mais de 60 anos no País. Será a primeira vez que o número de idosos vai superar o de jovens. Pela régua de Mércia, as pessoas podem escolher o que vão ser quando crescer. “Elas podem ser idosas ou seminovas”, dizem em coro, dando um gole rápido no café, retocando o batom e correndo para o cinema. A sessão já vai começar.

"Isto que é saber viver!"

abs, Carla

fonte: http://www.ig.com.br/
http://delas.ig.com.br/saudedamulher/receita+de+vo+para+vencer+o+medo+de+envelhecer/n1237626895309.html

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