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domingo, 15 de outubro de 2023

CÂNCER: Cistos mamários

 

por Maria Helena Varella Bruna

 

 

 médico realiza ultrassom em paciente para verificar a presença de cistos mamários

Cistos mamários, em geral, são benignos e assintomáticos.

 

Cistos mamários são estruturas ovais ou arredondas, de diferentes tamanhos, com bordas regulares e bem definidas, que acumulam líquido no seu interior. Na maioria dos casos, são lesões benignas, não proliferativas, que se desenvolvem no ducto terminal da unidade lobular mamária, sem maior significado clínico para a saúde. 

Eles podem ocorrer em uma ou nas duas mamas sob diferentes formas: um nódulo único, múltiplos nódulos independentes, ou por um agrupamento de pequenos cistos que reagem às flutuações hormonais dos ciclos menstruais femininos.

Podem surgir em pessoas de qualquer idade, especialmente na fase fértil da vida. São mais frequentes, entretanto, na faixa dos 35 anos aos 50 anos, especialmente durante a perimenopausa, período de transição que marca o fim da vida reprodutiva e a menopausa propriamente dita, que coincide com o processo involutivo dos lóbulos mamários.  Na pós-menopausa, cistos mamários raramente aparecem em mulheres que não fazem reposição hormonal.

 

 

O estilo de vida da mulher moderna que leva à menarca precoce e à pós-menopausa tardia, aos poucos ou nenhum filho, às primigestas idosas e a períodos curtos de amamentação, aumenta o tempo de exposição do organismo da mulher à flutuação dos hormônios sexuais, o que pode facilitar a obstrução dos ductos mamários e, consequentemente, a formação de cistos preenchidos por um líquido composto por água e sais minerais e não por leite, como muita gente pensa.

A existência de cistos mamários, portanto, não significa nem aumenta o risco de desenvolver câncer de mama. No entanto, uma vez reconhecida uma porção de massa sólida numa bolha com conteúdo líquido, é preciso dar continuidade à investigação diagnóstica.

Dificilmente, os cistos não palpáveis são percebidos pelo toque no autoexame ou no exame clínico das mamas realizado no consultório médico. Nesses casos, exames de imagem, como o ultrassom e a mamografia, constituem instrumento eficaz para avaliar as características dos cistos mamários, uma vez que maioria expressiva não tem relação direta com os tumores malignos de mama.

Muitas vezes, as palavras cisto e nódulo mamário são usadas como sinônimos, embora possuam diferenças de significado. 

Apesar das características que possam ter em comum quanto à forma e ao tamanho, entende-se por cisto mamário, uma lesão oca preenchida por líquido, que, em geral, vai do amarelo claro ao castanho, mas que pode também apresentar sinais de sangue ou de pus, por exemplo. 

Nódulo mamário é uma lesão sólida, conhecida popularmente como caroço, que afeta o tecido das mamas ao redor. Nos dois casos, a causa da alteração merece atenção para ser identificada

 

 

A melhor maneira de enfrentar o susto que a descoberta de um nódulo na mama provoca, é buscar entender a natureza da lesão. Além disso, ajuda muito lembrar que, na quase totalidade, os cistos simples são afecções benignas da mama, que podem desaparecer espontaneamente com o tempo.

 

Classificação dos cistos mamários

 

De acordo com o tamanho e as características morfológicas, os cistos mamários podem ser classificados segundo os seguintes critérios:

A – Quanto ao tamanho

  1. Microcistos – são lesões muito pequenas, de serem reconhecidas pela palpação. Geralmente assintomáticos, muitas vezes os microcistos são identificados acidentalmente em exames de imagem, como a ultrassonografia, a mamografia e a ressonância magnética;
  2. Macrocistos – são cistos grandes, palpáveis, que podem alcançar cerca de 2,5cm a 5 cm de diâmetro. Por causa do tamanho, a pressão que exercem nos tecidos adjacentes, pode provocar dor e desconforto, bem como prejudicar a localização de outras alterações existentes nas mamas.

B – Quanto às características morfológicas:

  1. Cistos mamários simples – são alterações que apresentam apenas líquido e nenhum componente sólido no interior de uma ou das duas mamas. Com bordas bem definidas, paredes e septos finos, trata-se de uma lesão bem circunscrita que, por definição, é benigna em uma ou nas duas mamas.
  2. Cistos mamários complexos – apresentam, ao mesmo tempo, as características das lesões líquidas dos cistos simples e as paredes espessas e os septos endurecidos das constituídas por massa sólida.

Observação: alguns estudiosos incluem nessa classificação um tipo intermediário de lesão, que chamam de cisto mamário complicado. Ele se distingue das outras duas por apresentar fragmentos sólidos flutuando no fluido contido dentro dele.

 

 

Causas dos cistos mamários

 

Ainda não se sabe exatamente por que os cistos mamários se formam. A hipótese mais aceita é que, de alguma forma, seu desenvolvimento está ligado às flutuações hormonais próprias do ciclo menstrual, uma vez que o excesso de estrogênio pode estimular o tecido mamário e contribuir para a formação de cistos. Talvez por isso, eles sejam mais raros na pós-menopausa, fase em que os níveis de estrogênio caem significativamente.

Também ainda não ficou explicado por que mulheres com múltiplos cistos nas mamas, mesmo que os tenha puncionado, possuem tendência maior a apresentar recidivas.

 

Sintomas dos cistos mamários

 

Cistos mamários simples, em sua maioria, são assintomáticos.

Cistos maiores podem ser localizados pela palpação das mamas e da região das axilas, o que, por si só, não permite definir sua natureza benigna ou maligna. Podem também provocar, além de inchaço, dor difusa e sensação de peso em toda a mama.

Esses sinais podem ser explicados por alterações hormonais e fibrocísticas, que afetam o tecido mamário ou pela sobrecarga de peso que as mamas volumosas representam.

 

 

Alterações no tamanho dos cistos e da sensibilidade mamária são sintomas possíveis nos dias que antecedem a menstruação, e que desaparecem no início do fluxo menstrual.

Cistos que surgem na pós-menopausa em mulheres que nunca haviam demostrado esse tipo de lesão e nem estejam fazendo tratamento de reposição hormonal, merecem ser avaliados.

O aumento recente de um cisto mamário pode causar dor intensa e localizada, de início súbito.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico dos cistos mamários leva em conta os achados no exame clínico das mamas. Todavia, por esse exame é impossível determinar, com segurança, se o nódulo encontrado é sólido ou um cisto cheio de líquido. O ultrassom e a mamografia são exames de imagem que podem ajudar a estabelecer essa diferença.

Independentemente da quantidade e do tamanho, cistos mamários simples, embora quase sempre benignos, devem ser reavaliados periodicamente. 

Se a dúvida persistir, a aspiração por agulha fina (PAAF) representa, ao mesmo tempo, um recurso importante para diagnóstico e tratamento dos cistos mamários. 

O procedimento consiste na introdução de uma agulha fina no nódulo mamário, a fim de puncionar o material seroso e amarelado que os cistos simples geralmente contêm. Realizado o procedimento com sucesso, as paredes do cisto colabam e a lesão desaparece completamente.

 

Fluido com sinais de sangue e nódulo na mama que não desaparece após a aspiração, bem como a ausência total de líquido, sugerem que amostras de células retiradas da lesão devem ser encaminhadas para exame anátomo-patológico. 

A cirurgia para remoção completa do nódulo fica reservada para casos mais graves que exigem a confirmação do diagnóstico.

 

Tratamento dos cistos mamários

 

Cistos simples benignos e assintomáticos não demandam nenhuma conduta terapêutica adicional. O mesmo acontece com os microcistos isolados ou agrupados. 

Se forem benignos, basta que sua presença e evolução sejam acompanhadas periodicamente, de acordo com a orientação médica. Diante de alterações suspeitas no tamanho ou formato do cisto, o médico pode realizar uma punção com agulha fina no próprio consultório para retirar o líquido e enviar a amostra para análise.

Cistos maiores, inflamados, que doem podem necessitar de tratamento específico para alívio dos sintomas e controle da evolução do quadro. Nessas situações, pode ser útil o uso de analgésicos (dipirona ou paracetamol) e de anti-inflamatórios não esteroidais, como o ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida, por exemplo.

 

Recomendação

 

A visita periódica ao ginecologista é um compromisso que não pode ser adiado ou esquecido. Ela é imprescindível para saúde e bem-estar da mulher. Ainda continua valendo que o diagnóstico e início precoce do tratamento são medidas fundamentais para obter bons prognósticos.

 

 

Perguntas frequentes sobre cistos mamários

 

Cistos mamários doem?

Os cistos mamários podem causar dor e desconforto, principalmente se forem grandes. Também podem ser indolores.

 

Cistos mamários podem ser bilaterais?

Os cistos mamários podem surgir em uma ou nas duas mamas (bilaterais), podem ser grandes ou pequenos e únicos ou agrupados (vários cistos pequenos próximos). Os cistos precisam ser investigados para que seja feito o diagnóstico correto.

 

 

 

FONTE:https://drauziovarella.uol.com.br/


 

 

 

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abs

Carla

 

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