MELHOR IDADE: O Dia Seguinte Nunca é Igual: Entendendo as Oscilações na Demência

 

 

1 Sujeito chamado Alzheimer

 30/11/2025

 

 

 

 

Guia IBA – O Dia Seguinte Nunca é Igual: Entendendo as Oscilações na Demência

Quem cuida sabe: há dias em que o ente querido amanhece sorrindo, colaborando, calmo, e o coração do cuidador se enche de esperança.

Mas, no dia seguinte, tudo muda. O mesmo rosto que ontem transmitia serenidade, hoje parece tomado pela confusão, pelo medo, pela irritação.

E o cuidador se pergunta: “O que foi que eu fiz de errado?”

A resposta, muitas vezes, é: nada.

Na demência, o amanhã nunca é igual ao hoje.

As variações de humor, comportamento e lucidez são parte natural do processo da doença.

O cérebro, que antes regulava o sono, o apetite, as emoções e as respostas aos estímulos, passa a oscilar — como um relógio que perdeu o compasso.

Por que isso acontece?

Porque a demência não é uma linha reta. Ela é um caminho cheio de curvas, altos e baixos, dias de sol e de tempestade.

Alguns fatores que agravam essas oscilações incluem:

Desorganização das funções cerebrais: o cérebro adoece por áreas, e cada uma controla uma parte da nossa vida. Um dia, o lobo frontal (comportamento) está mais afetado; no outro, o temporal (memória, emoções).

Efeitos de medicamentos: doses, trocas ou até o horário de administração podem influenciar diretamente no humor e na agitação.

Alterações físicas e ambientais: uma dor de barriga, uma infecção urinária, o calor excessivo ou o barulho podem ser gatilhos para o caos.

Fadiga mental: tanto do cuidador quanto da pessoa cuidada. A tensão acumulada, a falta de sono e a exaustão emocional alteram o equilíbrio dos dois.

Perda da memória emocional: o que ontem era familiar, hoje pode ser estranho. O que ontem despertava riso, hoje pode causar medo.

E como o cuidador pode lidar com isso?

Antes de tudo, é preciso aceitar que a variação faz parte da doença, e não do fracasso do cuidado.

Ontem ele sorriu, hoje grita. Ontem comeu bem, hoje recusa tudo.

Essas mudanças não significam que você errou — significam apenas que o cérebro dele está tentando sobreviver em meio à confusão.

Algumas orientações que podem ajudar:

Mantenha a rotina previsível, com horários e rituais repetidos. Isso dá segurança.

Evite comparações (“ontem você estava ótimo”), pois aumentam a frustração e a resistência.

Observe os gatilhos: há horários em que ele piora? Há sons, pessoas ou situações que o agitam?

Cuide também de você. O seu tom de voz, o seu olhar e até a sua respiração influenciam diretamente no comportamento dele.

Quando o caos vier, respire fundo e silencie o julgamento.

Lembre-se: a pessoa com demência não escolhe estar confusa, nem quer ser difícil. Ela está lutando dentro de um cérebro em declínio.

Uma reflexão para o coração:

O amanhã na demência é imprevisível — e isso dói. Mas é nesse vai e vem que o amor do cuidador se revela: na paciência que insiste, na ternura que resiste e na fé que sustenta mesmo quando o dia parece desabar.

Cuidar é amar sem garantia de constância.

É entender que o hoje pode ser tempestade e, ainda assim, preparar o café com o mesmo carinho.

Instituto Berna Almeida – Apoio a Cuidadores Familiares

@institutobernalmeida

Conheça nossa página e nosso grupo de apoio online: 1 Sujeito chamado Alzheimer

 

 

 

 

FONTE:  https://www.facebook.com/1sujeitochamadoalzheimer?__cft__[0]=AZWfSjCb3ok9W_FeE8Gswgvjbpw8T7CMHE5RpxjBKjGjHhxumXVnCVEaPQFAwztAfcRQNPWrSNDRUbGB_2TmEmS6kcUoomEcaYcUHstp080tiK9-a2FkNrdIY6ZiZ134-jGrFWrQD4zWQJgpEzs3hOiukgYjxvvrRwYnibCwHX-lAbiafh9hy1tDSXDh1Yd9-h6DYDhU_yEqnA9tsUCC9vQq8CZgAdEFIPevNs3i6yyTMQ&__tn__=-UC%2CP-y-R

  Câncer de pele (laço preto)

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla