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terça-feira, 5 de março de 2019

Dia Mundial da Incontinência Urinária - 14/03



Incontinência urinária descreve qualquer perda de urina acidental ou involuntária ligada a desordens da bexiga e/ou à estrutura do músculo do pavimento pélvico. Afeta os doentes tanto física como psicologicamente, mas há formas de reduzir o seu impacto.

Em relação à incontinência temos que ter em conta dois aspetos importantes – melhorar a eficiência, no que diz respeito à gestão da incontinência, e encontrar produtos e tratamentos eficazes.

O que é a incontinência urinária?

A incontinência urinária é uma situação patológica que resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina.

O que determina a ocorrência da incontinência urinária?

Os factores de risco associados à incontinência urinária são múltiplos e incluem:

- Imobilidade associada a doenças crónicas degenerativas;

- Capacidades mentais diminuídas e demência;

- Medicamentos (por ex. diuréticos, anti-histamínicos, antipsicóticos, sedativos hipnóticos, analgésicos opióides, agonistas e antagonistas alfa-adrenérgicos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina);

- Consumo de tabaco e álcool;

- Baixa ingestão de líquidos;

- Diabetes;

- Acidente vascular cerebral;

- Carência de estrogéneos;

- Fraqueza dos músculos pélvicos;

- Gravidez, parto vaginal e episiotomia (incisão feita no períneo para impedir que este rasgue e facilitar a passagem do feto);
- Obesidade;

- Bronquite crónica, asma;

- Cirurgia prostática ou pélvica;

- Prolapso (descida de um orgão) da bexiga, uretra ou do recto;

- Infecções urinárias

Como funciona o processo de controlo das micções?

A bexiga normal pode acumular volumes de urina relativamente grandes. A continência urinária depende de um reservatório adaptável (bexiga) e um esfíncter (músculo que envolve a uretra e que assegura a sua oclusão ou abertura) eficaz que tem 2 componentes: o músculo liso involuntário do colo da bexiga e o músculo-esquelético voluntário do esfíncter externo, na saída para a uretra (que transporta a urina para o exterior).

 Mas, a capacidade de reter urina e manter a continência também depende do sistema nervoso e da capacidade física e psicológica da pessoa para reconhecer e responder apropriadamente à vontade de urinar. Esta capacidade atinge-se cerca dos 2 anos, por um processo de aprendizagem e treino social. Assim, o processo de micção envolve duas fases:

 - 1ª fase de enchimento e armazenamento - a bexiga começa a encher com urina proveniente do rim e a distender-se para acomodar o crescente volume de urina. Quando a urina atinge cerca de 200 ml surge a sensação de necessidade de urinar. No geral, uma pessoa consegue reter 350-550 ml de urina. A integridade do músculo da parede da bexiga e do esfíncter são essenciais.

- 2ª fase de esvaziamento - requer que o músculo da parede vesical (detrusor) contraia adequadamente para forçar a urina a sair da bexiga e o esfíncter relaxe para deixar passar a urina para o exterior.

Como se diagnostica a incontinência urinária?

Para se definir o diagnóstico de incontinência urinária é necessário determinar o tipo de incontinência e a sua repercussão, de forma a melhor orientar o tratamento. Assim, o médico necessitará de:

 - Avaliar os sinais e sintomas do doente, como acontece a perda de urina e em que circunstâncias. A realização de um diário das micções pelo doente poderá ser muito útil, deverá incluir os horários das micções e dos episódios de incontinência, suas circunstâncias (de dia/noite, com esforço) e características (com ou sem dor ou ardor, fluxo urinário normal ou "às pinguinhas").

- Realizar um exame físico, incluindo exame ginecológico e toque rectal para excluir fístulas, anomalias neurológicas e bexiga distendida. Pode ser pedido ao doente para realizar o stress test urinário, que consiste em pedir a este para tossir de pé e com a bexiga cheia, para verificar se há perda de urina.
- Solicitar exames complementares de diagnóstico para melhor caracterização da incontinência.

O doente que apresenta queixas de incontinência urinária poderá dirigir-se ao seu médico de família, para fazer a investigação inicial do problema. Caso este se confirme, deverá ser orientado para um médico urologista ou ginecologista (no caso das mulheres) que também se dedique a esta área.

É possível prevenir a incontinência urinária?

É possível agir sobre alguns dos factores predisponentes para a incontinência urinária, em particular nas mulheres como sejam os estilos de vida, o nível de actividade física, hábitos tabágicos, obesidade e ingestão de líquidos, hábitos de esvaziamento da bexiga ou do intestino, ingestão de irritantes como álcool, bebidas gaseificadas, chocolate, café.

Outros factores como a menopausa, as doenças pulmonares, as infecções e a medicação poderão contribuir para esta situação, pelo que o seu controle é indispensável. Os pacientes idosos e com doenças crónicas degenerativas necessitam de uma maior atenção também. O parto vaginal, a cirurgia e a radiação pélvica são reconhecidos como factores desencadeantes, pelo que deverão alertar para o possível desenvolvimento de incontinência com eventual necessidade de uma abordagem precoce.

Existem factores predisponentes como os genéticos ou alterações por doenças neurológicas ou da anatomia pélvica não passíveis de prevenção.



Qual é o impacto desta situação?

O convívio com os familiares, parceiro sexual, colegas de trabalho e amigos é inibido pelo medo de perda de urina involuntária, o que acaba por limitar e condicionar muito a vida do incontinente, que se sente diminuído. A preocupação em esconder o problema fá-lo evitar a sua abordagem com o médico, optando pelo uso de fraldas e o desenvolvimento de estratagemas, como o transporte de mudas de roupa suplementares ou o reconhecimento prévio das instalações sanitárias a que poderá recorrer quando sai do seu ambiente


Qual o impacto deste problema na população?

Calcula-se que mais de 60 milhões de pessoas sejam afectadas por esta patologia em todo o mundo. As mulheres são mais afectadas que os homens, entre duas a cinco vezes, podendo a prevalência nestas variar de 14 a 45% consoante os autores, sendo mais elevada na pós-menopausa.

Os idosos são o grupo etário mais atingido, podendo mesmo encontrar-se uma prevalência de 90% de incontinentes nos lares de terceira idade e casas de repouso. Cerca de 5 a 9% das crianças na Europa vivem este problema e no mundo a enurese nocturna (incontinência urinária durante a noite) atinge 10% de crianças e 1% de jovens com mais de 16 anos.


Uma herança pesada

A incontinência urinária, sobretudo na mulher, é um grave problema cultural. Como a mãe e a avó também sofreram da mesma doença, assume-se a incontinência urinária como uma herança. O factor familiar expõe a ideia de que é algo natural e, por isso, deve ser encarado como um fardo. Assim a mulher vai protelando a solução e tenta adaptar o seu dia-a-dia, até ao ponto em que começa a estar atada e condicionada por esta situação.

Como se trata de um assunto que toca a intimidade da pessoa, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral.

Este problema pode conduzir a uma fuga do contacto social e ao isolamento, porque está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro. Pode afectar também a relação conjugal, uma vez que a intimidade do casal é prejudicada.


Quais os tratamentos disponíveis p/ incontinência urinária?

A percentagem de doentes que recorre ao médico por problemas de incontinência comparada com a percentagem dos que se auto-medicam ou auto-protegem é de apenas 10%, o que é grave, visto que hoje dispomos de armas terapêuticas capazes de curar ou controlar a maior parte das situações. Por este motivo, os doentes devem procurar ajuda e perceber que a incontinência urinária corresponde a uma situação clínica com tratamento, sobretudo se abordada na fase inicial.

O tratamento cirúrgico desempenha um papel preponderante na incontinência urinária de esforço, tanto na mulher, como no homem. A cura da incontinência urinária de esforço é possível em cerca de 90% dos casos.

Na incontinência urinária por imperiosidade a taxa de sucesso dos antimuscarínicos (tratamento de primeira linha, cuja acção estabiliza o músculo vesical - o detrusor - inibindo a sua contracção involuntária) situa-se nos 80%.

As alterações comportamentais necessárias, principalmente na incontinência por imperiosidade, passam por um controlo da ingestão de líquidos, a exclusão de alimentos excitantes para a bexiga, como por exemplo a cafeína, a micção temporizada ou a micção diferida, consoante a gravidade da doença e a autonomia do doente.


obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla

https://www.miminhoaosavos.pt/pt/2608/dia-mundial-da-incontinencia-urinaria

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