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domingo, 12 de junho de 2022

12.06 – Dia da Conscientização da Cardiopatia Congênita

 

O que são as Cardiopatias Congênitas

As Cardiopatias Congênitas são problemas presentes na estrutura do coração antes do nascimento. Estes problemas podem afetar as paredes internas do coração, as válvulas cardíacas ou as artérias e veias que chegam ou saem do coração.

As Cardiopatias Congênitas são os defeitos congênitos mais comuns, comprometendo 8 em cada 1000 nascidos vivos. Assim, cada ano nascem mais de 28.000 crianças no Brasil com Cardiopatias Congênitas.

Antigamente, se não tratados, 50% morriam antes de chegar à idade adulta. Hoje, se estima que, com o avanço no tratamento médico e cirúrgico, 85% delas chegue à vida adulta.


Tratamento das Cardiopatias Congênitas

O primeiro procedimento de correção cirúrgica de uma cardiopatia congênita foi realizado pelo Dr. Robert E Gross em 1938, ao ligar com sucesso um canal arterial. Depois, em 1945, o Dr. Alfred Blalock realizou a primeira anastomose entre a artéria subclávia e a artéria pulmonar, revolucionando o tratamento e a sobrevida das crianças cianóticas. Posteriormente, outros avanços permitiram o desenvolvimento de máquinas de circulação extracorpórea, que realizam a função do coração e dos pulmões, permitindo abordar internamente o coração e, inaugurando assim, a era atual da Cirurgia Cardíaca.

Estes defeitos podem ser simples, manifestando poucos ou nenhum sintoma, ou complexos, precisando de tratamento logo após o nascimento.

Os tratamentos nas crianças podem ser curativos ou paliativos, melhorando o funcionamento do coração, para uma posterior correção.

Os tratamentos das Cardiopatias Congênitas em adultos, usualmente estão relacionados a pacientes com defeitos que precisam de vários procedimentos para sua total correção ou pacientes que tiveram o diagnóstico feito tardiamente, por apresentar sintomas muito leves.

 

Principais Cardiopatias Congênitas na Infância

Entre as principais Cardiopatias Congênitas tratadas na infância podemos citar:

Canal Arterial Persistente

O Canal arterial é uma vaso sanguíneo presente antes do nascimento, entre a artéria aorta (principal artéria do corpo) e a artéria pulmonar. Este vaso usualmente se fecha pouco depois do nascimento, quando a criança começa a respirar. Se isto não acontece, se denomina canal arterial persistente, e pode ocasionar problemas de saúde, posteriormente.

Na maioria dos casos, pode ser fechado usando medicação. Se ainda persistir, a medicina apresenta dois tipos de tratamento:

  • O primeiro é um procedimento endovascular, realizado em uma sala de hemodinâmica, com uso de Raio X. Consiste na inserção de um cateter em uma artéria na perna e que avança até o coração. Lá é então colocada uma pequena mola metálica (ou outro dispositivo) dentro do canal que precisa ser fechado, corrigindo assim o problema.
  • O segundo método, consiste na realização de um procedimento cirúrgico. Através de uma pequena incisão na lateral esquerda do tórax, se consegue fechar o canal com uma ligadura, usando um fio especial ou um clipe metálico.

Coarctação de Aorta

Esta patologia ocorre quando um segmento da artéria aorta estreita muito, dificultando a passagem do sangue para a parte inferior do corpo. Com o tempo, essa patologia pode ocasionar um problema de hipertensão arterial importante.

A correção cirúrgica é feita retirando o segmento comprometido e suturando as bordas do tecido sadio. Se o segmento é muito longo, é possível ampliar as bordas com o uso da artéria subclávia com “telhado”.

Outra possibilidade de tratamento mais recente é o tratamento endovascular. Realizado numa sala de hemodinâmica com auxílio de Raio X, permite que através de uma cateter possa ser insuflado um balão dentro da artéria, melhorando o estreitamento. Inclusive, pode ser colocada uma armação metálica expansível, chamada de stent, que mantém aberta a artéria. Este procedimento é realizado com maior frequência em pacientes maiores ou naqueles que, após operados, voltam a apresentar algum grau de estreitamento.

Comunicação Interatrial

Esta malformação no coração permite a passagem de sangue entre os átrios direito e esquerdo. Assim, sobrecarrega o trabalho dos pulmões, com volume e pressões excessivos. O tratamento da comunicação interatrial pode ser cirúrgico, abordando o coração e fechando o defeito com um patch ou parche ancorado com sutura. Também pode ser endovascular, numa sala de hemodinâmica com uso de Raio X, inserindo um cateter na perna através do qual se chega até o coração e onde se coloca um dispositivo parecido com um pequeno guarda-chuva, que se ancora no defeito e o fecha.

Comunicação Interventricular

Esta malformação no coração permite a passagem do sangue entre os ventrículos direito e esquerdo, com sobrecarga importante de pressão e volume no pulmão. Estes defeitos podem ser pequenos e se fecharem espontaneamente até o primeiro ano de vida. Caso isso não aconteça, podem precisar de tratamento.

O tratamento pode ser cirúrgico, fechando a passagem entre os ventrículos com um patch de pericárdio ancorado com sutura ou, em alguns casos de anatomia favorável, fechados por via endovascular com dispositivos específicos.

Quando não tratada, a comunicação interventricular pode ocasionar insuficiência cardíaca, endocardite e hipertensão pulmonar.

Tetralogia de Fallot

Esta malformação se deve a um posicionamento anormal do septo interventricular e que ocasiona uma dificuldade de fluxo de sangue aos pulmões, uma mistura do sangue dentro do coração e, finalmente, provoca na criança uma coloração azul conhecida como cianoses.

A correção cirúrgica inclui o fechamento da comunicação interventricular e a melhora do fluxo do sangue pela artéria pulmonar. O procedimento cirúrgico para a correção da Tetralogia de Fallot é geralmente realizado entre os 6 meses e o primeiro ano de vida da criança.

Em alguns pacientes muito pequenos ou doentes para realizar esta correção, é feito primeiro um procedimento paliativo. Este procedimento consiste na colocação de um tubo entre a artéria aorta e a artéria pulmonar, para levar sangue ao pulmão e melhorar a oxigenação.

Transposição de Grandes Artérias

Em um coração normal, a artéria aorta se origina do lado esquerdo do coração e a artéria pulmonar do lado direito. Nesta malformação, estas artérias se originam nos lados opostos.

A cirurgia de correção é realizada logo após o nascimento. O procedimento mais utilizado é o Switch Arterial, desenvolvido por um brasileiro, Dr. Adib Jatene. Neste procedimento, a artéria pulmonar é reconectada ao ventrículo direito, e a artéria aorta, com as coronárias, ao ventrículo esquerdo, reconstruindo a anatomia normal do coração.

 

Principais Cardiopatias Congênitas na Idade Adulta

Nas principais Cardiopatias Congênitas tratadas na idade adulta, podemos citar:

Comunicação Interatrial

É a cardiopatia congênita mais frequente nos adultos. De anatomia similar à apresentada nas crianças, podem ser tratadas com procedimentos endovasculares ou cirúrgicos, dependendo do tipo de comunicação e do comprometimento cardio-pulmonar.

Coarctação de Aorta

Na idade adulta, devido à perda de elasticidade das artérias, calcificação e comorbilidades dos pacientes, costuma-se dar preferência aos tratamentos endovasculares e correções cirúrgicas com interposição de tubos anastomosados aos segmentos sadios.

Anomalia de Ebstein

Nesta malformação, a válvula tricúspide do átrio direito se encontra implantada parcialmente dentro do ventrículo direito. Essa anomalia diminui o tamanho e a função deste ventrículo. O tratamento é cirúrgico e indicado para pacientes com muito comprometimento hemodinâmico. A cirurgia preserva a válvula e a coloca no lugar anatômico correto.

Tetralogia de Fallot

Em pacientes tratados na infância e que desenvolvem incompetência da válvula pulmonar, se realiza a troca valvar por uma bioprótese.

 

 

 

 

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abs

Carla

https://seucardio.com.br

 

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