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quarta-feira, 26 de julho de 2023

A saúde bucal e a glicemia no diabetes tipo 1

 

angramento da gengiva, boca seca, mau hálito… Esses são sinais de que a saúde bucal não está indo nada bem. Portadores de diabetes, principalmente quando sem controle glicêmico, precisam dar muita atenção a esses detalhes, pois apresentam maior risco de manifestações da doença em locais distantes, incluindo as complicações orais.

As principais doenças orais que vamos discutir são:

  • Doença Periodontal
  • Xerostomia (boca seca)
  • Halitose (mau hálito)
  • Cáries dentárias
  • Neuropatia na cavidade bucal

Doença Periodontal

Estudos recentes mostram que a periodontite é a sexta complicação crônica mais comum em pacientes com DM1, trata-se de uma inflamação na gengiva e dos tecidos que sustentam o dente.

A periodontite é a causa mais comum de perda de dentes em pacientes com diabetes sem um controle glicêmico adequado. Os sintomas que caracterizam essa doença incluem: gengiva inchada, avermelhada, afastada dos dentes, sangrando com facilidade, podendo ou não estar dolorida.

Além disso, normalmente ocorrem mudanças nos encaixes de dentes e próteses dentárias, mau hálito e em estágios mais avançados da periodontite os dentes envoltos pela parte inflamada da gengiva começam a amolecer.  

Fases do desenvolvimento da doença periodontal. Mostra desde o acúmulo da placa bacteriana que provoca irritação e geração de mediadores inflamatórios até a progressiva perda óssea com mobilidade dentária e perda de dente

O problema é que o diabetes não controlado favorece o crescimento bacteriano e diminui os fatores de defesa gerando inflamação e infecção.

A interação entre o diabetes e a periodontite ocorre em uma ação bidirecional. Alterações na resposta do hospedeiro, na vascularização local e nos níveis glicêmicos do fluido gengival facilitam a instalação ou alteram o curso da doença periodontal em pacientes com diabetes.

Além disso, a inflamação da gengiva causada por essa doença libera mediadores (citocinas pró-inflamatórias) que elevam a resistência à insulina, ou seja, a periodontite não tratada atrapalha o controle glicêmico.

Sangramento gengival indicando gengivite. Esse sangramento pode ser provocado pela passagem do fio dental ou espontâneo e nesse último caso indica necessidade de intervenção rápida.

Estudos apontam que a grande maioria dos pacientes com diabetes desconhece a relação existente entre as duas doenças e também não é acompanhada por um dentista regularmente. Ocorre que, sendo um problema silencioso, a periodontite, quando é enfim diagnosticada, já se encontra em fase avançada, apresentando mobilidade e perda do dente.

O tratamento curativo e preventivo pode evitar que o paciente com diabetes venha a perder dentes e, além disso, pode garantir um melhor controle metabólico. Por isso a importância do encaminhamento do paciente para avaliação periodontal tão logo seja diagnosticado o diabetes.

Por isso é altamente recomendado que o dentista faça parte da equipe multidisciplinar responsável pelo acompanhamento dos pacientes com diabetes. Dessa forma, é possível reduzir as complicações periodontais e outras manifestações bucais associadas à doença, proporcionando melhor qualidade de vida a esses pacientes.

Aqui temos um caso de periodontite avançada com perda óssea. Nesses casos pode estar presente mobilidade dentária.

Xerostomia (boca seca)

A xerostomia causa uma sensação desagradável de boca seca. Pode ser causada pela baixa função das glândulas salivares (que produzem a saliva), desidratação oral, saliva contendo grande quantidade de açúcar e alteração da sensibilidade da boca. Esse quadro pode ser causado, entre outros fatores, por doses de medicamentos não ajustadas e por efeito colateral dos remédios em uso, nesse caso é essencial procurar um médico para que tente reajustar a dose ou trocar o medicamento por outro que amenize ou cesse o efeito colateral.

Os sintomas podem ser aliviados ao evitar alimentos secos e ácidos, bebidas alcoólicas e cigarro. Ademais, gomas de mascar sem açúcar, enxaguante bucal sem álcool (específico para o tratamento de boca seca) e alta ingestão de líquido devem ser incentivados para atenuar a xerostomia.

Pacientes com essa queixa devem ser encaminhados a um dentista para uma manutenção rigorosa de sua saúde bucal.

Halitose (mau hálito)

O descontrole do índice glicêmico pode causar um odor de maçã verde da boca (hálito cetônico), esse odor também pode ser causado devido à má higiene bucal, uso de cigarro, consumo de álcool, gengivite e boca seca.

Cáries dentárias

A cárie é uma doença infecciosa crônica que causa dor, perda dentária, deficiência nutricional e pode atrapalhar o controle metabólico do diabético. Há contradições acerca da associação do diabetes com a cárie, isso porque a diminuição da secreção salivar e o aumento de carboidratos na saliva são fatores que aumentam a incidência de cárie no diabético; enquanto o aumento da acidez salivar e a ingestão mais regrada de carboidratos protegem o diabético dessa mesma doença.

Cárie de progressão crônica

No entanto nos casos de diabetes não controlado, existe uma deficiência do sistema imune que pode se associar a menor presença de fatores de defesa nos túbulos dentinários e polpa dentária  favorecendo a cárie.

Neuropatia na cavidade bucal

Sim podemos ter neuropatias na cavidade bucal. Uma consequência da neuropatia na boca é a síndrome da ardência bucal que pode ser percebida por uma sensação de queimação bilateral nas bochechas e em baixo da língua e no céu da boca, geralmente não é acompanhada de outros achados clínicos. Pode ocorrer também uma deficiência do paladar, o que pode interferir na capacidade de manter uma dieta adequada, levando ao descontrole glicêmico.


Referências

 

 

 

FONTE:https://maepancreas.com.br/


 




obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

 

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