Rafael CristofolettiUpdated:
Avanços no tratamento da obesidade e do diabetes marcam encontro internacional em São Paulo
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O tratamento da obesidade e do diabetes vive uma transformação. Médicos e pesquisadores destacaram mudanças de paradigma durante o evento CoNNexões Internacionais, realizado em São Paulo pela Novo Nordisk. O encontro reuniu cerca de 700 médicos brasileiros presencialmente e também foi acompanhado pela plataforma Novo Nordisk Academy.
Perspectiva internacional
O gastroenterologista Lee Kaplan, da Harvard Medical School (EUA), defendeu a integração entre diferentes áreas médicas para enfrentar doenças crônicas de forma mais eficaz. Além disso, ele ressaltou a importância da qualidade da alimentação. “A única coisa que realmente não funciona no longo prazo é apenas reduzir calorias sem melhorar a qualidade da dieta”, afirmou.
Nesse contexto, Kaplan destacou que a ciência caminha para uma nova fase no campo da obesidade. “Há mais de 100 medicamentos para obesidade em desenvolvimento; não serão todos aprovados, mas virão diversas categorias novas nos próximos anos.”
Já a cardiologista Pam Toub, também dos Estados Unidos, apresentou estudos sobre a semaglutida e seus efeitos cardiorrenais. Ao mesmo tempo, reforçou a ligação entre fígado e síndrome metabólica. “Vários dos nossos pacientes com síndrome metabólica e diabetes têm esteatose hepática; muitas vezes isso aparece como uma leve elevação da ALT (enzima hepática).”

Cenário brasileiro
Enquanto os especialistas internacionais projetaram tendências globais, no Brasil o debate se voltou para os desafios práticos. O endocrinologista Alexandre Hohl, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, alertou para a urgência de decisões clínicas que evitem atrasos em desfechos relevantes.
O pesquisador Bruno Geloneze, da Unicamp, destacou os riscos do chamado double diabetes, quando pessoas com diabetes tipo 1 desenvolvem resistência à insulina em ambientes obesogênicos.
Além disso, as médicas Carolina Mocarzel e Tatiane Emerich lembraram que a obesidade pode reduzir anos de vida das mulheres e ampliar complicações no dia a dia.
Saúde mental e comportamento alimentar
A endocrinologista Cynthia Valério apresentou números sobre a relação entre obesidade e depressão. “Pacientes com obesidade têm 55% mais risco de desenvolver depressão. E quem tem depressão tem 58% mais risco de desenvolver obesidade.”
Por outro lado, ela chamou atenção para o impacto do álcool: “O consumo frequente de álcool aumenta em 32% o risco de obesidade e em 25% o risco de obesidade abdominal.”
Outro ponto relevante foi o comportamento alimentar conhecido como food noise: “Muitos pacientes dizem: ‘Eu penso em comida o tempo inteiro e isso me distrai da vida’. Esse peso invisível tem nome: food noise.”
Avanços com a semaglutida
Segundo Cynthia, os medicamentos modernos estão mudando a forma como os pacientes lidam com a comida. “Não é só perda de peso. Pacientes relatam menos desejo por doces e por alimentos altamente calóricos. Isso muda a relação com a comida.”
Além disso, ela alertou para o risco da esteatose hepática: “O paciente com gordura no fígado é, por definição, metabolicamente doente. Ninguém metabolicamente saudável acumula gordura no fígado.”
Consequentemente, ela fez um alerta cardiovascular: “Quando vejo gordura no fígado, eu penso automaticamente: esse coração está em perigo. O risco de infarto e AVC é maior.”
Sobre diagnóstico, Cynthia defendeu o uso de ferramentas práticas: “Se o FIB-4 for maior que 1,3, eu preciso pedir a elastografia. Se for menor, posso ficar tranquila que não há cirrose.”
Debates paralelos
Enquanto isso, os painéis simultâneos ampliaram o debate. O endocrinologista Guilherme Giorelli discutiu composição corporal. O psiquiatra Daniel Martínez e a endocrinologista Cynthia Valério analisaram aspectos psicológicos da obesidade. Já os médicos João Salles e Eduardo Gomes Lima avaliaram complicações renais. Por fim, o endocrinologista Bruno Halpern trouxe novos critérios diagnósticos para obesidade.
Olhares para o futuro
Na reta final, a endocrinologista Cynthia Valério e o hepatologista João Marcello debateram esteatose metabólica. O pesquisador Licio Velloso, da Unicamp, e Bruno Geloneze analisaram os mecanismos de ação da semaglutida. Em seguida, a endocrinologista Priscilla Olim de Andrade Mattar apresentou perspectivas para pessoas que convivem com doenças crônicas.
Obesidade e economia da saúde
O impacto econômico da obesidade também foi discutido. De fato, dados internacionais apontam que a condição está entre os maiores motores de custo em saúde pública e privada. No Brasil, a prevalência quase triplicou desde 2003 e deve alcançar 31% da população adulta até 2025, segundo o Ministério da Saúde.
Nesse cenário, a semaglutida surge como ferramenta estratégica. O medicamento, já utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, demonstrou potencial de reduzir em média 17% do peso corporal, preservando massa magra e trazendo benefícios metabólicos.
“Não basta perder quilos. O que importa é como se emagrece”, afirmou Bruno Geloneze. “Medicamentos modernos oferecem vantagens clínicas, reduzem internações e representam economia para o sistema de saúde.”
Portanto, especialistas defendem que a incorporação de novas terapias envolve não apenas custos, mas também capacitação profissional e políticas públicas. Experiências internacionais em países como Estados Unidos e Inglaterra mostram que integrar medicamentos modernos com mudanças de estilo de vida pode trazer ganhos clínicos e econômicos.
Gerente de Comunicação e Marketing - Comunicador nato e apaixonado por jornalismo de impacto, Rafael é paulista de Itu e tem mais de 20 anos de experiência em veículos como Record News, CBN, Band e afiliadas da TV Globo. No Um Diabético, é responsável pela comunicação institucional, pelo conteúdo editorial e pelas estratégias de marketing, unindo rigor jornalístico, visão estratégica e linguagem acessível. Tem como marca o conteúdo que informa com propósito, conecta pessoas e fortalece causas.
 FONTE: https://umdiabetico.com.br/2025/09/12/doencas-de-pele-no-diabetes/
 

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