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segunda-feira, 23 de julho de 2012



SÁBADO, 21 DE JULHO DE 2012

Empatia na relação médico-paciente deve ir além da gentileza e um tom de voz carinhoso



Sir William Osler, pai da medicina moderna, ensinava a seus alunos, ainda no século XIX, o conceito de imperturbalidade do médico. Esse termo pode ser entendido como o sangue frio que o médico deve ter para tomar a melhor decisão para o paciente, evitando que as emoções dificultem um diagnóstico e tratamento corretos. Osler ainda chamava a atenção pára o fato de que a demonstração de muita emoção pelo médico pode abalar a confiança que o paciente nele deposita. Por outro lado, empatia, gentileza e simpatia são atributos que todo mundo espera de um médico. Como é que esses atributos podem se misturar com a imperturbalidade? 

Empatia nesse contexto é a capacidade do médico em se colocar no lugar do seu paciente, o que não significa ter que chorar e rezar juntos. Empatia não é fácil de ensinar e pode-se argumentar que ela pode, em algumas circunstâncias, até atrapalhar a relação médico-paciente. Esse é um dos argumentos que fazem com que os médicos sejam orientados a não tratar o próprio filho ou outras pessoas com forte vínculo na vida pessoal. Já a gentileza é outra coisa, e esta não costuma concorrer com a imparcialidade necessária para tomar decisões.

O paraninfo de minha turma de medicina, Prof. Soares, me dizia uma coisa que carrego ainda hoje: “A maior demonstração de empatia que você pode dar ao seu paciente é buscar compreender ao máximo o problema dele”. Esse comprometimento, no meu entender, é pura empatia que não ameaça a tal imperturbalidade. Isso não é muito diferente desse pensamento do Arnaldo Jabor: “Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida”. 

** O Centro de Evidências do grupo British Medical Journal anunciou esta semana uma parceria com o Ministério da Saúde do Brasil que disponibilizará seu conteúdo aos 350 mil médicos brasileiros. O contrato foi firmado em conjunto com a CAPES, braço do Ministério da Educação responsável pelo ensino superior, e a distribuidora Dotlib, e a experiência brasileira será a primeira da América Latina.


Esse é um dos mais preciosos bancos de dados de medicina baseada em evidências científicas e tem um formato ideal para apoiar as decisões clínicas do dia a dia de um médico. Assim, a relação médico-paciente nos consultórios brasileiros tem muito mais chance de ser cheia de empatia.

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