A
diminuição da visão acarreta sério comprometimento na qualidade de vida do
paciente. As limitações impostas podem ser de tal gravidade que remetem certos
pacientes ao acamamento precoce. Embora, em razão do processo de
envelhecimento, se espere um déficit visual, é imperioso que, sob a supervisão
de um médico oftalmologista, todos os cuidados necessários para preservar este
sentido sejam tomados.
A
comunicação torna-se um problema de difícil manejo, e a visão desempenha
importante papel nesse aspecto. Certos déficits visuais podem ser corrigidos,
melhorando em muito a coordenação e relação com o mundo exterior. É fácil de
entender que o paciente, por definição, encontra-se confuso e desorientado e
que, se passa a ter dificuldades em enxergar bem, a confusão e desorientação
devem agravar-se. Esse sentido é de tão grande importância que não se devem
aceitar um prognóstico fechado e orientações de fundo filosófico questionáveis,
como “Isso é próprio da idade” ou “Será difícil acostumá-lo com óculos”, e
outras evasivas semelhantes.
Conversar
com o médico sobre a importância de se tentar melhorar a visão do paciente
demenciado é imprescindível e geralmente bem compreendido. A demência leva os
indivíduos a terem dificuldade em identificar cores suaves e suas tonalidades.
Deve-se usar sempre o recurso das cores contrastantes, pois uma porta de cor
clara em uma parede branca poderá não ser devidamente visualizada.
De
modo geral, os pisos e tapetes com desenhos geométricos, especialmente os de
padronagem quadriculada ou com listras, costumam confundir os pacientes, pois,
quando demenciados, passam a ter dificuldade em identificar planos profundos.
Os grandes contrastes também podem confundir, especialmente nos pisos, uma vez
que o indivíduo apresenta uma lentificação em sua adaptação ocular. As bruscas
mudanças de luz também afetam negativamente a visão, por causa desse mesmo
déficit de adaptação.
Assim,
é importante que se tente manter o ambiente iluminado com uma intensidade
constante e suficiente. A luz deve ser acesa antes do escurecer. É muito
conhecido o fato de que pacientes com demência frequentemente apresentam
estados de agitação durante essa transição, a chamada síndrome do pôr-do-sol (sundown syndrome). Se familiares e
cuidadores se anteciparem e mantiverem o paciente em ambiente iluminado
artificialmente antes do pôr-do-sol, os efeitos negativos dessa mudança
costumam ser contornados ou pelo menos minimizados. Durante a noite, as luzes
de vigília devem ser utilizadas, melhorando os aspectos de segurança física do
ambiente e conferindo uma atmosfera familiar, o que contribui para manter o
paciente mais calmo e seguro.
Os
corrimãos devem ser de cores contrastantes com a parede. Os espelhos dos
degraus das escadas, em particular o primeiro e o último, devem estar pintados
por cores fortes e vibrantes.
A
cor das portas deve contrastar com a das paredes.
Os
batentes também devem estar com cores que possam chamar a atenção do paciente,
evitando que trombem com eles.
Às
portas de vidro devem-se aplicar fitas adesivas coloridas à altura dos olhos,
para que se tente evitar acidentes.
O
uso de uma corrente para os óculos evita que o paciente os perca, e uma
duplicata sempre à mão é recomendável. As lentes de contato, por causa de seu
difícil manejo, devem ser trocadas por óculos.
A
exemplo do que ocorre com a visão, a audição é um sentido extremamente
importante. Especialmente na comunicação, se há um déficit auditivo, essa
limitação poderá representar um sério impacto na qualidade de vida do paciente.
Toda e qualquer alteração possível de ser corrigida ou melhorada deve ser
adequadamente tratada. Por vezes, a simples inspeção mensal dos ouvidos, feita
pelo médico, poderá constatar tampões de cerume que impedem a audição, os quais
são facilmente removíveis com uso de medicação tópica ou por lavagem auricular.
O uso de cotonetes deve ser criterioso e necessita de cuidado especial. Devem
ser usados apenas externa e superficialmente, sob observação direta e nunca
aprofundados. Atenção: a remoção total do cerume deixa o ouvido interno
vulnerável às agressões exteriores, favorecendo as infecções.
O
uso de aparelhos para surdez deve fazer parte do repertório de recursos a serem
utilizados. A adaptação a esses aparelhos pode ser difícil e às vezes
impossível. Quanto mais cedo o problema for detectado, maior será a
probabilidade de uma adaptação bem-sucedida.
Os
ruídos de fontes não identificadas, como um rádio ligado na cozinha quando o
paciente está na sala, pode confundir a atenção dele e também prejudicar o
entendimento.
O
tom de voz a ser utilizado não deve ser agudo ou muito alto, pois os pacientes
encontram dificuldades em distinguir sons de alta frequência.
A
linguagem é a base universal da comunicação entre as pessoas que se relacionam
basicamente por perguntas e respostas, com o propósito de estabelecer um
entendimento. Para que haja uma comunicação eficiente com o paciente, é
necessário também o exercício constante da criatividade. Por meio de
artifícios, por vezes extremamente simples, pode-se atingir um bom nível de
entendimento, estabelecendo um verdadeiro diálogo entre o paciente, seu
estranho e particular mundo e a realidade. Comunicar-se com o paciente é uma
tarefa difícil, porém, se for possível obter um bom nível de compreensão com
ele, boa parte de suas necessidades poderão ser atendidas com relativa
facilidade. O sucesso dessa empreitada irá, além de favorecer substancialmente
o convívio, refletir positivamente na melhoria da qualidade de vida dele.
A
família colabora decisivamente para o sucesso deste empreendimento, uma vez que
seus membros costumam estabelecer entre si uma comunicação muito particular com
gestos, olhares, determinadas atitudes, expressões faciais e movimentos, que
expressam com clareza, muitas vezes até mais que as palavras, os mais variados
sentimentos: alegria, raiva, impaciência, ansiedade etc.
A
tarefa de facilitar essa comunicação deve abranger todos os recursos, por
palavra, por escrito, por gestos, tom de voz, atitudes e pelo contato físico. O
nível e a qualidade de comunicação dependerão do grau de comprometimento da
memória e do raciocínio do paciente. Dependendo da fase da doença em que se
encontra, determinadas características deverão nortear a estratégia a ser
utilizada.
À
medida que a doença avança, o diálogo torna-se cada vez mais difícil.
Geralmente, a princípio, o paciente esquece sua própria linguagem, passa a ter
dificuldade em entender o real significado das palavras e finalmente acaba por
perder, de forma definitiva, o controle sobre os mecanismos neuromusculares
necessários para a articulação dos sons e para a formação de frases. A fase
trágica dessa situação é quando o paciente, por vezes, não consegue traduzir
seus sentimentos, desejos e desconfortos, embora não tenha perdido a capacidade
de entender. É, portanto, perfeitamente razoável que ele se sinta angustiado,
ansioso, agitado ou deprimido por não conseguir se comunicar.
Certos
pacientes apresentam estado de grave agitação decorrente dessa
frustração,
outros reagem com apatia e introversão. O conhecimento desse fato pelos cuidadores
justifica o esforço na tentativa de aliviar esse sofrimento intenso, buscando
incansavelmente um canal de comunicação com o paciente, por mais rudimentar que
este possa parecer.
Atingido
um nível razoável de comunicação, o passo seguinte será manter essa conquista
pelo maior período de tempo possível. Quanto mais longo for esse período,
melhor será a qualidade de vida do paciente e mais segura e eficaz será toda a
planificação dos cuidados cotidianos. À medida que pequenos esquecimentos, a
princípio considerados benignos, como dificuldade de encontrar as palavras
certas, a troca esporádica de palavras ou o raciocínio confuso, tornam-se
empecilhos para um bom relacionamento, o problema estará estabelecido e a
família será surpreendida com uma brusca, inexplicada e inesperada mudança
negativa do temperamento e do humor.
É
difícil entender como aquela pessoa gentil, agradável e comunicativa vai
modificando o seu comportamento: evita comunicar-se, dificilmente toma
iniciativas ou decisões e acaba por adotar uma postura passiva, contrariando
totalmente a sua personalidade prévia.
Os
métodos de comunicação aqui propostos aqui têm sido bastante discutidos quanto
à sua eficácia. Certos autores entendem que há um verdadeiro relógio biológico
que implacavelmente determina que certas funções, uma vez comprometidas,
estarão irreversivelmente perdidas. Outros, como nós, entretanto, entendem que
vários aspectos influenciam a intensidade dessas perdas e que estes podem ser
influenciados por certas ações, modificando-as e minimizando os seus efeitos.
Para
nós, geriatras, “pouco é muito”, e, de acordo com a nossa experiência, a
omissão, além de ser desumana, é tecnicamente questionável. Dessa forma,
advoga-se com convicção a adoção dessas medidas no intuito de não privar o
paciente de eventuais benefícios que podem determinar uma substancial melhoria
em sua qualidade de vida.
Os
problemas de comunicação nas fases iniciais da doença de Alzheimer são, com
certeza, as mais difíceis de ser enfrentadas.
Logo
no início, a doença de Alzheimer pode não estar ainda devidamente diagnosticada
e seus sintomas e sinais serem confundidos com o processo normal de
envelhecimento, sendo assim, subvalorizados.
Os
sinais mais precoces podem ser mal avaliados e encarados como absolutamente
“normais para a idade”.
Na
comunicação e linguagem, constata-se com frequência a ocorrência de pausas
inadequadamente longas entre as frases ou mesmo dentro delas. Um fato comum é o
paciente esquecer-se momentaneamente de uma palavra e só após grande esforço,
ou algum estímulo e grande concentração, termina por encontrá-la e a expressa.
As
medidas a adotar nestes casos são intuitivas e racionais: dar tempo ao paciente
para que ele encontre a palavra desejada, não pressioná-lo, acalmá-lo e
fornecer-lhe algumas pistas, especialmente quando se nota que será difícil que
ele resolva o problema sem alguma ajuda.
A
atitude do cuidador é fundamental. Uma postura calma, positiva e amistosa gera
no paciente um sentimento de segurança, alivia a tensão e resulta em melhores
respostas. O futuro incerto e a não aceitação das perdas de certas habilidades
do paciente são fatores que contribuem para que o cuidador se sinta ansioso e
angustiado, formando assim um círculo vicioso em que o paciente pressionado não
responde bem, o cuidador angustia-se e pressiona ainda mais; o paciente
pressionado piora cada vez mais as respostas e o cuidador angustia-se mais e
mais.
Essa
primeira fase caracteriza-se por alguns recursos defensivos usados pelos
pacientes na tentativa de camuflar suas incapacidades. Os principais e mais
comuns são o circunlóquio e a digressão.
Circunlóquio
é o rodeio de palavras. Quando o paciente não encontra no seu vocabulário a
palavra exata, usa desse artifício para se fazer entender. Pessoas de alto
nível cultural utilizam esse recurso com frequência. Em vez de “Onde está a
receita médica?”, dizem “Onde está o papel do médico” ou “Você viu aquilo que
escreve?” (em vez de caneta) ou ainda “A campainha está tocando”, ao se
referirem ao telefone.
A
perguntas do tipo “Onde estão os seus chinelos?”, podem responder “Estão lá
onde tomo banho”, em vez de simplesmente “No banheiro”. É impressionante como
certos pacientes utilizam bem esse instrumento, dissimulando as suas
limitações.
Um
cuidador, ao se dar conta da existência desse artifício e de seu significado,
ficou extremamente surpreso ao constatar que, há muito tempo, antes de perceber
qualquer anormalidade em seu pai, este já fazia uso desse artifício com rara
habilidade.
O
circunlóquio é uma boa técnica de que o paciente lança mão para fazer-se
entender e deve ser incentivado. A correção sempre deve ser sutil e nunca de
forma rude.
Chamar
a atenção, recriminar ou demonstrar que ele está tentando se defender com esse
artifício, de maneira brusca, pode inibir o paciente a utilizar esse recurso de
expressão.
Deve-se
entender que, de alguma forma, isso é positivo, pois atinge o objetivo de
conseguir manter a interatividade.
A
digressão é o desvio do rumo ou do conteúdo do assunto que está sendo tratado.
Nos casos de digressão, o paciente foge completamente do assunto que estava
sendo objeto da conversação e inesperadamente passa a outros não
correlacionados. O exemplo a seguir ilustra bem uma digressão:
O paciente diz: “Tenho vontade de ver o seu irmão”.
O cuidador responde: “Está bem, vou avisá-lo”.
Paciente: “Eu sei que ele não virá, ele sempre faz
assim, diz que vem... E estou com calor e dentro do carro isso piora, meus
olhos ardem, detesto lugares abafados... Queria um café... É, você tem razão,
ligue para seu irmão e peça para ele vir aqui”.
|
A
exemplo do circunlóquio, a digressão não deve ser rudemente corrigida.
Se
a pessoa não retorna ao ponto central, aí sim deve ser reconduzida gentilmente
ao assunto com frases do tipo: “Você estava dizendo que...” ou “Você não vai me
contar por que está querendo ver o seu filho?”.
Outras
formas de camuflagem das limitações no processo de comunicação e expressão
podem ser observadas. Alguns pacientes tentam encobrir suas dificuldades
utilizando recursos inteligentes. Brincam com o entrevistador ou o enfrentam
dizendo, por exemplo, “Contar até 10 de trás para frente? Isso é para crianças
e o senhor não vai fazer eu passar por um teste simples como esse” ou “Gostaria
que o senhor me respeitasse! Recuso-me a fazer isso, saiba que fui a melhor
aluna de matemática de minha escola”.
Esse
comportamento não deve ser enfrentado ou discutido, pois há a possibilidade de
perder-se a confiança do paciente ao demonstrarmos que a sua incapacidade foi
percebida.
O
comportamento irônico ou de confrontação é absolutamente inadequado.
Uma
outra forma de expressão, atualmente aceita como indicação de possível quadro
demencial, é quanto à descrição personalizada de fatos ou cenas. A
interpretação, por exemplo, de um desenho que represente uma ação de forma
personificada é um indício importante de distúrbio cognitivo e deve ser
investigado. Quando se mostra um desenho em que há um cachorro correndo atrás
de um menino, que acaba de descer de uma árvore e está sendo observado por um
homem armado, de aparência rude, com um sorriso de satisfação nos lábios, espera-se
que uma pessoa normal descreva essa cena de modo simples e objetivo, em que,
provavelmente, o menino invadiu o terreno do homem armado, tentou apanhar uma
fruta e foi surpreendido pelo cachorro; o vizinho se diverte com o susto
provocado no invasor. A personificação, típica dos estágios iniciais de
demência, poderia ser representada por uma descrição próxima a: “Olha! Esse
homem é o seu avô, sempre andando no pomar atrás de ladrões de frutas e do
bicho que comia as galinhas. Aquele cachorro é o Nick, aquele vira-lata que
vivia lá em casa, mas era do vizinho, o Seu Marcelino. E esse menino aí não é o
José? Seu filho?”.
Interpretações
com características pessoais devem ser investigadas com rigor, pois podem ser
as primeiras manifestações de um processo demencial.
Melhorando a comunicação
Diálogo
Algumas
regras gerais devem reger o processo de comunicação. As frases devem ser
expressas sempre no presente do indicativo ou no passado e futuro simples. As
construções gramáticais complicadas, apesar de elegantes, só servem para
confundir o paciente.
“Vamos
almoçar”, “Vamos ao banco”, “Vamos ao médico”, “Você já jantou?” e tantas
outras são mais adequadas do que “Estas maçãs foram compradas por nós, ontem
pela manhã”, essa frase poderia ser mais bem entendida se fosse dita assim:
“Ontem nós compramos estas maçãs”. Observações como “Você está repetindo isso
pela décima vez” ou “Você mudou novamente de assunto” são inadequadas e devem
ser evitadas.
A
transformação da resposta em um evento temporal pode funcionar. Em vez de dizer
que é meio-dia, é melhor que se diga “É hora do almoço”, “É hora de almoçar”,
ou outra adaptação coerente com a situação.
A
simplificação de perguntas, respostas, assertivas e negativas, enfim, do
diálogo, é um recurso importante de comunicação e apresenta resultados
altamente positivos. No caso de pacientes demenciados, simplificar significa
omitir informações adicionais irrelevantes para o entendimento do assunto
tratado.
É
irrelevante dizer ao paciente ansioso pela visita do filho o seguinte: “Seu
filho ligou do interior dizendo que não poderá estar aqui hoje porque terá que
comparecer a um casamento em outro estado, ao qual não pode faltar, pois ele
foi escolhido para ser um dos padrinhos e, portanto, só virá na próxima
semana”. A frase “Seu filho não virá hoje” pode ser suficiente.
À
medida que o paciente demonstre interesse por informações adicionais, passo a
passo, poderão ser introduzidos novos detalhes. Geralmente, o paciente se
contenta com a informação básica e a ansiedade é superada.
A
menção de uma terceira pessoa como por exemplo em “Ontem, eu e a dona Amélia
fomos visitar o senhor Pedro, primo da tia Gertrudes” só serve para confundir o
paciente. As frases curtas com o mínimo de personagens, objetos ou fatos são as
construções mais adequadas.
À
medida que nos certificamos de que o paciente entende, podem-se incluir,
progressivamente, novos lugares, pessoas etc.
Quando
formulamos perguntas, devemos empregar a linguagem usual e já incorporada ao
cotidiano do interlocutor.
É
importante ser direto, e as perguntas devem ser do tipo que possam receber um
sim ou um não como resposta. Uma pergunta como “Você quer maçã ou mamão?”
requer uma reflexão e necessita de uma decisão, tarefa árdua para pacientes
demenciados. A pergunta “Você quer uma maçã?” pode ser respondida com um
simples sim ou não, e, dessa maneira, a segunda opção não terá que ser
utilizada.
Quando
se inicia um diálogo, devemos nos certificar de que estamos colocados dentro do
campo visual do paciente e de que temos sua completa atenção. Essa atitude é
essencial.
Temos
observado cuidadores que falam com o paciente completamente fora do seu campo
visual e não conseguem entender porque ele não responde às suas solicitações.
O
paciente deve ser alertado para o fato de que temos algo a dizer-lhe.
Um
simples toque nos ombros, com a frase “Vamos conversar”, colocará o paciente
atento e receptivo. Deve-se ter em conta que certos pacientes reagem com medo e
se assustam quando são tocados inesperadamente. Nesses casos, é melhor chamar a
atenção dele verbalmente antes do contato físico. Durante o diálogo, é
importante que se mantenha a atenção do paciente, olhando-o nos olhos.
Se
o paciente estiver em pé, o cuidador também deverá estar; se o paciente estiver
sentado, o cuidador deverá sentar-se ou com um dos joelhos no chão para
permitir a visualização direta. Segurar as mãos do paciente complementa a
estratégia lhe passando segurança, afetividade, calma e conforto emocional.
O
timbre de voz deve ser adequado às necessidades do ambiente e às limitações
auditivas do paciente. Um tom calmo, pausado e seguro completa as necessidades
de uma boa abordagem para um diálogo produtivo. Deve-se falar pausadamente,
dando o tempo necessário para que o paciente compreenda, elabore e emita a
resposta. Quando se nota hesitação e dúvida quanto ao entendimento, é
necessário que a pergunta seja repetida. O fato de manter contato visual direto
também contribui para que a expressão facial, os gestos e os movimentos dos
lábios possam ser observados e aproveitados na interpretação da conversa.
Se
o cuidador estiver tratando de um assunto e quiser passar para outro, é
imperativo que o assunto anterior esteja bem terminado. O paciente deve então
ser alertado de que aquele assunto terminou e uma nova conversa será iniciada,
com outro teor, um outro assunto. O assunto a ser tratado deve merecer um
título, como se fosse uma manchete de jornal estampada na primeira página, em
letras garrafais.
Só
após termos segurança de que o paciente entendeu bem qual o assunto a tratar, o
diálogo deve ser iniciado.
A
comunicação pode ser prejudicada por fatores que distraiam o paciente e
dificultem o entendimento, tais como: televisão ligada, pessoas falando alto ao
mesmo tempo, ruídos externos de origem desconhecida etc. Pode parecer paradoxal,
mas, em alguns casos, se o cuidador está tratando de amenidades, pedir ao
paciente um conselho ou uma sugestão pode proporcionar-lhe um sentimento de
utilidade, o que certamente melhorará a autoestima dele. Um pergunta do tipo “O
que vamos fazer para o almoço: macarrão ou feijão com arroz?” representa uma
atitude válida e positiva que imprime ao convívio um sentimento de permuta e
cumplicidade, amenizando o clima de autoritarismo que costuma imperar no
relacionamento paciente-cuidador.
Fica
o alerta de que recursos desse tipo só devem ser utilizados em assuntos em que
realmente se pode seguir o conselho dado pelo paciente. Nas questões básicas,
esse procedimento pode ser perigoso. Seria imperdoável e poderia acarretar
sérias dificuldades se colocasse para o paciente opções como “Vamos tomar banho
hoje ou não?”, pois, independentemente da resposta, o banho seria dado da mesma
maneira, e isso certamente pode criar um ambiente tenso e hostil. Essa atitude
poderia gerar no paciente um sentimento de desconfiança quanto às intenções do
cuidador em respeitar suas opiniões, e, dessa forma, a relação
paciente-cuidador poderia ser irremediavelmente comprometida.
Deve-se
evitar falar com o paciente da mesma forma como se fala com uma criança.
Pacientes que ainda detêm algum grau de discernimento não gostam de ser
infantilizados.
Ninguém
conhece melhor o paciente que o seu cuidador principal. Nas situações duvidosas,
se o cuidador se imaginar no lugar do paciente, muito provavelmente acabará por
descobrir se determinada atitude é adequada ou não. Essa inversão de papéis é
extremamente útil e deve ser exercitada no dia a dia.
Essa
fase é marcada por importante queda no desempenho das atividades cotidianas,
maior dependência física e deterioração substancial das funções cognitivas. A
comunicação se torna mais difícil e, dessa forma, novos artifícios, além dos já
descritos, devem ser acrescentados.
Uma
vez que a linguagem estará cada vez mais comprometida, outros recursos como
gestos, atitudes e mímica passam a ser utilizados com maior frequência. Se na
fase inicial era possível receber uma resposta adequada a determinada pergunta,
na segunda fase pode ser necessário que se ilustre apontando ou demonstrando,
de alguma forma, o que se está tentando expressar.
É
possível ilustrar esse aspecto com o exemplo: se durante uma refeição o
cuidador quer oferecer-lhe algum líquido, deve-se fazê-lo apontando para a
jarra ou a garrafa seguida de uma pergunta simples. Dessa maneira, o paciente
poderá com um simples gesto aceitar ou recusar a oferta.
Como
nessa fase o circunlóquio torna-se difícil de entender, os pa-cien-tes passam a
utilizar a parafrasia, ou seja, utilizam palavras com significado semelhante ou
associado à ideia que pretendem expressar. Um fato não raro e que traz algum
transtorno para ser decifrado, ocorre quando eles utilizam palavras com o
sentido oposto àquele que realmente desejam externar. Por exemplo:
●
podem pedir o sal
quando querem o açúcar;
●
dizer que estão com
frio, mas na realidade estão com calor;
●
dizer que querem
evacuar quando querem urinar;
●
dizer que estão com
sede quando na realidade estão com fome.
Essas
manifestações são denominadas parafrasias semânticas e devem ser conhecidas sob
o risco de estarmos, inadvertidamente, agravando o desconforto sentido pelo
paciente. Algumas vezes, a parafrasia semântica é de fácil identificação. Se
estiverem tomando leite e pedem sal, provavelmente querem o açúcar. A desconfiança
será imediata, no entanto, se o cuidador aponta o açucareiro dizendo “Você quer
açúcar?”, provavelmente a resposta será afirmativa. O bom senso associado a uma
rigorosa observação costuma identificar o problema, norteando a conduta a ser
tomada.
Em
um dia quente em que o paciente esteja agasalhado e fora de correntes de ar, se
diz que tem frio, desde que afastada a possibilidade de estar com febre,
provavelmente está querendo dizer que está com calor. Como esse exemplo, há uma
série de outras possibilidades que, a partir desse conhecimento, alertará o
cuidador a estar vigilante para um rápido e efetivo gerenciamento dessas
situações.
Certos
cuidadores utilizam cartões com palavras escritas em letras grandes, como fome,
sede, frio, calor e dor, para tentar dirimir dúvidas quanto à vontade expressa.
Cartazes com ordens simples como “Lave as mãos”, “Beba seu leite”, dependendo
das habilidades residuais de certos indivíduos, podem melhorar o entendimento e
a comunicação.
Especialmente
nessa fase, quando a linguagem costuma estar comprometida, o uso da mímica deve
ser estimulado. Por meio da mímica, o paciente pode pedir os óculos, uma
revista, algo para comer ou beber etc. Quando o paciente tenta expressar uma
necessidade e o cuidador tem dificuldade em descobrir o que ele está pedindo,
um jogo de adivinhação pode ser positivo.
De
acordo com as peculiaridades de cada indivíduo, normalmente é possível que, por
intermédio de perguntas simples, descobrir o que o paciente está tentando
dizer: “Do que é feito?”, “Qual é a cor?”, “Onde você viu isso?”, “Mostre com
as mãos como se faz” etc.
O
vocabulário a ser usado na comunicação deve se restringir a poucas e
determinadas palavras, evitando as mais complicadas e as pouco usadas no
cotidiano. Enfatizamos que frases curtas e ordens diretas são os melhores
instrumentos de comunicação, porém certos pacientes necessitam de maiores
explicações para entender pelo menos o sentido central do assunto.
O
uso da terceira pessoa deve ser evitado. Dizer “Ele vem jantar” pode levar o
paciente a não entender quem é “ele”. Dizer “O Antônio, seu filho, vem jantar
aqui hoje” é sempre mais adequado.
As
frases devem ser construídas com palavras concretas que possam ser assimiladas
e sem outras conotações. Perguntar ao paciente “Quer um pedaço?” ou “Quer
isso?”, sem uma visualização direta, é inadequado e deve ser substituído por
“Você quer esta torrada?”.
Da
mesma forma, oferecer um cobertor será mais concreto do que perguntar se está
com frio. A reação do paciente vai demonstrar se estamos certos ou não. O
sentimento de conforto estampado na expressão do paciente é um ótimo guia para
o cuidador.
Paciência, em todas as situações, é a palavra-chave e deve ser generosamente
utilizada.
Para
melhorar e facilitar o entendimento, é fundamental falar lentamente, em tom e
altura adequados, exacerbar os movimentos da boca e complementar o diálogo com
gestos.
Uma
ocorrência altamente frustrante para o cuidador é quando os pacientes não
respondem ao serem questionados a respeito deles próprios. Se o cuidador
perguntar como estão passando ou se lhes dirige um elogio, podem não responder.
Isso pode ocorrer por causa da perda do sentido de propriedade sobre si ou
simplesmente por não terem entendido o que lhes foi dito. Se reagirem com
apatia à pergunta ou ao comentário, estes devem ser repetidos até que se tenha
alguma indicação de que fomos entendidos. Às vezes, mesmo as perguntas mais
simples não são compreendidas e devem ser repetidas várias vezes. Os
cuidadores, por vezes, reagem com irritação a esse fato e sentimentos negativos
devem ser substituídos pela compreensão aliada ao conhecimento da origem dessas
manifestações.
As
evocações de lembranças e de fatos marcantes são, por vezes, grandes
facilitadores de um início de diálogo. A pressuposição de que alguns fatos são
do conhecimento do paciente é perigosa e negativa. A frase “Estamos indo ao
médico” pode não ser bem entendida. O cuidador pressupõe que o paciente sabe o
porquê de estarem indo ao médico, porém não é isso que costuma ocorrer. Uma
frase do tipo “Você tem tossido muito, você não tem se alimentado direito e
espirrou muito hoje, isso pode ser uma gripe e estamos indo ao médico para
saber que remédio deve tomar” pode dar ao paciente uma melhor ideia do que está
ocorrendo.
Tentar
sempre. Cada caso é um caso.
Outro
distúrbio característico dessa fase é a perda da iniciativa em atividades que
habitualmente eram exercidas sem ajuda. A palavra-chave nesse caso éestímulo.
O
estímulo por meio de recordações, momentos memoráveis, objetos, fotos e outros
recursos pode reacender no paciente lembranças agradáveis e outros sentimentos
positivos, trazendo-o mais próximos da realidade e incentivando-o a desenvolver
uma determinada atividade.
Algumas
atividades podem cessar por falta de estímulo, como ler ou folhear revistas.
Cabe, então, ao cuidador auxiliar o paciente com atitudes como escolher uma
revista, folheá-la se for necessário, fazer comentários, pedir opiniões etc. O
objetivo da atividade deve ser adaptado às capacidades residuais do indivíduo:
se ele gostava de ler, poderá folhear a revista; se folheava, poderá colorir as
figuras, e assim por diante.
Determinados
pacientes esquecem o próprio nome e o do cuidador, não sabem onde estão e
tampouco por que estão em determinado local. Esse é um dado de extrema
importância no planejamento das atividades, que, dessa maneira, devem ser
precedidas por uma apresentação integral do cuidador, sua relação familiar ou
não com o paciente, o local onde estão, o nome do próprio paciente, o que
planejam fazer juntos etc.
Já acompanhamos casos de pacientes que, mesmo na
segunda fase, tinham alguma consciência de suas limitações e tentavam
ocultá-las.
Alguns
pacientes, sobretudo os de bom nível cultural, quando a linguagem está
preservada, podem confundir um interlocutor menos treinado no tratamento com
pacientes portadores de doença de Alzheimer. Se questionados sobre a própria
saúde, podem dizer que vai tudo bem, fazem comentários, por vezes irônicos, a
respeito do aspecto físico do entrevistador, tentam com evasivas desviar o enfoque
do assunto, tentam mudar o foco de interesse de si mesmos para outra pessoa,
sua acompanhante etc.
Profissionais
pouco experientes podem convencer-se de que vai tudo bem realmente!
Esse
tipo de manifestação não deve ser desencorajado e muito menos desmascarado, sob
o risco de se ferirem os sentimentos do paciente e inibir essa forma de
expressão, gerando apatia, receio e desconfiança. A conduta a ser seguida é não
acreditar sem verificar, checar, examinar, enfim, não se basear apenas em
informações e sim em constatações, em fatos concretos.
Se
o paciente ainda consegue manter diálogos e acaba se desviando do assunto
central (digressão), deve-se aproveitar para reconduzi-lo ao assunto, repetindo
a última frase.
Atitudes
como elogiar os progressos e minimizar os erros devem fazer parte da filosofia
do atendimento. Os pacientes costumam minimizar os sucessos e enfatizar os
erros.
É
bom lembrar que cada caso é um caso e aquilo que funciona para um pode não
funcionar para outros.
A
partir da terceira fase em diante, o processo de comunicação se torna cada vez
mais difícil e acaba por se restringir às atividades elementares. É nessa fase
que os problemas de locomoção se iniciam e o paciente se torna parcial ou
totalmente dependente para as atividades básicas da vida diária, como
banhar-se, vestir-se e comer. O vocabulário fica restrito a poucas palavras e
as frases estarão totalmente simplificadas. Os termos genéricos substituem os
específicos. O pão passa a ser simplesmente comida, os líquidos de qualquer
espécie tornam-se apenas água, a palavra desenho pode representar televisão,
revistas, quadros ou fotografias.
Nessa
fase, a utilização de gestos para ilustrar uma pergunta torna-se vital para que
haja alguma possibilidade de entendimento. Perguntar ao paciente se ele quer
uma maçã sem mostrar a fruta provavelmente será inútil. As perguntas devem
permitir um simples sim ou não, um gesto afirmativo ou negativo como resposta.
Nas
fases avançadas, há uma tendência de o paciente passar a se comunicar apenas
por intermédio do primeiro idioma. Estrangeiros, independentemente da
nacionalidade assumida e do tempo que estão morando em outro país, passam a
utilizar apenas o idioma pátrio. Se o cuidador não domina o idioma em questão,
deve, obrigatoriamente, ser treinado para conhecer pelo menos algumas palavras
e frases básicas, como: sim, não, dor, comer, beber, sede, fome, frio, calor
etc.
Algumas
mímicas elementares indicando atividades básicas como comer, beber e dormir
podem, às vezes, ser bem compreendidas.
Na
fase terminal, muitas vezes apenas os gestos são passíveis de serem entendidos.
A
presença do cuidador pode apenas ser sentida ou suspeitada. O paciente pode
assumir a posição fetal, e os últimos recursos de comunicação são as palavras
reconfortantes e as manifestações de carinho e afeto. Alguns gestos, atitudes e
expressões continuam tendo grande poder de comunicação até o final. Falar
segurando as mãos do paciente, cumprimentá-lo com beijos e abraços afetuosos na
chegada e despedida, confirmar com a cabeça e com a expressão facial que se
está entendendo o que ele está tentando comunicar, um sorriso calmo e
encorajador são instrumentos insubstituíveis e propiciam conforto.
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obs.
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abs,
Carla
extraído:http://www.alzheimermed.com.br/
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