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domingo, 5 de janeiro de 2020

PARKINSON E DEPRESSÃO

Quadros de depressão e ansiedade são extremamente comuns em pacientes com doenças crônicas. Em parkinsonianos, transtornos mentais são ainda mais recorrentes. Estima-se que a depressão, isoladamente, é a alteração não-motora mais comum na doença de Parkinson, presente em quase 50% dos pacientes. Quando não tratada, ela chega a intensificar os outros sintomas da doença, além de comprometer a capacidade cognitiva e, consequentemente, piorar a qualidade de vida.
Embora muitos pacientes de Parkinson fiquem tristes, a depressão que os acomete é provocada por alterações químicas no cérebro, que ocorrem simultaneamente à doença. Isto está comprovado porque há evidências de que a depressão, em alguns casos, precede as manifestações motoras da doença; pela alta prevalência de casos de depressão em pacientes de Parkinson quando comparado à incidência em pacientes de outras doenças crônicas e, por fim, pela falta de correlação entre o quadro depressivo e a gravidade dos sintomas do Parkinson. A depressão pode, num certo ponto, ser considerada parte da doença de Parkinson. O cérebro do parkinsoniano tem alterações nas áreas que produzem dopamina, serotonina e noradrenalina, substâncias diretamente relacionadas ao humor, à energia, ao bem-estar.
Diagnosticar a depressão em pacientes de Parkinson pode ser um grande desafio por ela apresentar sintomas diferentes da depressão idiopática, a clássica. Na depressão clássica, o paciente se sente culpado, chora, apresenta comportamento de desânimo, ruminação negativa, ideação punitiva e baixa autoestima. Já em pacientes de Parkinson, a depressão se manifesta de outra forma. Ela murcha o paciente. É como se a central de energia da pessoa fosse desligada. A queda de dopamina e de outros neurotransmissores no cérebro faz com que vergonha, medo, desânimo e apatia se instalem. Há também uma enorme falta de vontade de produzir. Tudo isso, muitas vezes, é visto como preguiça ou cansaço – e não como depressão.
Os sintomas da doença de Parkinson, tanto motores quanto não-motores, muitas vezes se assemelham aos da depressão. Isto faz com que o parkinsoniano passe meses e até anos com o quadro de depressão não percebido e, consequentemente, não tratado. O Parkinson provoca fadiga, distúrbio da sexualidade, empobrecimento da atenção, tensão muscular, alterações gastrointestinais, alteração do sono, lentidão cognitiva e motora. A depressão na doença de Parkinson expressa-se pelo humor baixo ou triste, diminuição da capacidade de desfrutar de atividades agradáveis e perda de interesses.
Embora a relação não seja totalmente esclarecida, os especialistas já notaram que a depressão na doença de Parkinson leva os pacientes a se queixarem muito dos sintomas motores e apresentarem maior comprometimento para realizar tarefas que exigem memória, formação de conceito e fluência verbal. Por outro lado, após o tratamento da depressão, os pacientes recuperam a qualidade de vida e têm os sintomas em geral mais controlados.
As principais consequências da depressão na doença de Parkinson estão associadas ao prejuízo cognitivo e funcional do paciente nas atividades do dia-a-dia. Isto, obviamente, reflete de forma negativa na qualidade de vida do paciente, assim como sobrecarrega emocionalmente o cuidador. A boa notícia é que ao tratar a depressão, de forma consistente e adequada, há melhora na percepção dos sintomas motores e não-motores.
Após o desafio inicial do diagnóstico, inicia-se o tratamento da depressão. Na maioria dos casos, o tratamento mais eficiente é a combinação de medicamentos antidepressivos e terapia. Antes, porém, de iniciar o uso de qualquer medicação, o médico especialista precisa avaliar qual é a melhor opção de combinação dos medicamentos antidepressivos e antiparkinsonianos. Muitas vezes, é preciso tempo e paciência para ajustar as medicações e chegar ao ponto desejado. Mas é importante não desistir. Além disso, os médicos são unânimes em afirmar a importância de praticar atividade física sempre. É fato comprovado que ela aumenta a disposição, melhora o humor e ajuda no combate à depressão.
Neuropsicóloga Fernanda M. Colucci Fonoff.
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abs
Carla
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