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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

CÂNCER: Dia Mundial da Leucemia (4/09); Leucemia não é tudo igual

 

Por Camaleão 30 de Setembro | 2021

Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). A fim de explicar cada um deles, a ONG Projeto Camaleão desenvolve a campanha ‘Leucemia não é tudo igual’. 

Neste texto, com informações da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e do próprio INCA, vamos detalhar cada uma delas. Antes, contudo, é preciso esclarecer que a leucemia pode ser classificada como “aguda” ou “crônica”, de acordo com a velocidade de crescimento das células doentes assim como de sua funcionalidade. 

A leucemia aguda progride rapidamente e produz células que não estão maduras e não conseguem realizar as funções normais. A crônica, entretanto, normalmente progride lentamente e os pacientes têm um número maior de células maduras. No geral, essas poucas células maduras conseguem realizar algumas das funções normais. 

A leucemia também é classificada a partir do tipo de célula do sangue que está doente. As células doentes da leucemia são os glóbulos brancos produzidos na medula óssea. Um tipo de glóbulo branco doente é chamado de “mieloide” e o outro tipo de “linfoide”. O nome dos quatro tipos de leucemias descreve quão rápido (aguda) ou devagar (crônica) a doença progride e identifica o tipo de glóbulo branco que está envolvido (mieloide ou linfoide).

A seguir, confira os quatro principais tipos de leucemia e as formas de tratamento:

# Leucemia linfoide crônica: Mais frequente em países ocidentais, e considerada rara na Ásia, a leucemia linfoide crônica (LLC) pode ser bem diferente dos outros tipos de leucemia, já que – por mais estranho que pareça – em alguns casos não será necessário realizar o tratamento, conforme a Abrale. A entidade, porém, ressalta que esta é uma decisão atribuída ao médico especialista.

Tudo acontece quando os linfócitos, por conta de um erro genético, passam a se desenvolver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. A leucemia linfóide é considerada crônica porque essa alteração provoca o crescimento desordenado de linfócitos B que, geralmente, não impede a produção das células normais. Ou seja, ao mesmo tempo em que há uma produção de células com problemas, causando acúmulo na medula óssea, por outro lado o processo de fabricação e maturação das células saudáveis continua acontecendo.

É importante salientar que a LLC é uma doença adquirida e não hereditária. Ainda não se sabe o motivo para o seu surgimento, mas, na maior parte dos casos, ela atinge pessoas com mais de 50 anosNão há registros de crianças que tenham sido diagnosticadas com a doença. Possíveis causas e fatores de risco da LLC: Poucos fatores têm sido associados a um aumento no risco de desenvolvimento da LLC. Cientistas estudam continuamente as possíveis relações com o estilo de vida ou com fatores ambientais, mas ainda não foram alcançadas conclusões sólidas. Isso sugere que vários fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento da leucemia.

 

# Leucemia mieloide crônica:  A LMC é um tipo de leucemia que progride devagar (crônica) e envolve as células mielóides da medula óssea. A LMC é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “neoplasia mieloproliferativa” (quando a medula óssea produz células sanguíneas em excesso). Pacientes com LMC apresentam uma superprodução de glóbulos brancos e normalmente têm uma evolução lenta no crescimento das células doentes ao longo do tempo. Isso pode causar anemia, fadiga, infecções, sangramentos e outros problemas. Mas alguns pacientes são completamente assintomáticos e a doença é descoberta em um exame comum de sangue. Acomete principalmente adultos.

Ninguém nasce com LMC. Ela não é hereditária. Ela acontece quando ocorre uma alteração do cromossomo da medula óssea. A célula alterada se multiplica incontrolavelmente e elimina os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas saudáveis da medula óssea. As células da LMC então espalham-se pela corrente sanguínea. Como a LMC é uma leucemia de progressão lenta, o desenvolvimento das células maduras normais não é totalmente comprometido, independentemente se elas forem vermelhas, brancas ou plaquetas. Como resultado disso, a LMC é, no geral, menos agressiva que as leucemias agudas, e normalmente os pacientes ainda não apresentam sintomas quando diagnosticados.

Um fator de risco é qualquer fator que possa aumentar a chance de alguém desenvolver uma doença. 

 

# Leucemia mieloide aguda (LMA): Para entender a diferença da leucemia mieloide aguda (LMA), é preciso saber que, em uma medula óssea saudável, as células-tronco nascem, se tornam maduras e passam por um processo de diferenciação. Na LMA, entretanto, uma série de mutações genéticas nas células-tronco mieloides resultam na formação de blastos, células que ficam “presas” nos estágios anteriores ao amadurecimento. Essas células não conseguem se tornar maduras, e passam a se multiplicar de forma descontrolada. Os blastos também se desenvolvem rapidamente na medula óssea e passam a atrapalhar o desenvolvimento de células saudáveis. Como resultado, a medula óssea começa a ter uma quantidade enorme de blastos.

No diagnóstico da LMA, o número de células saudáveis (células vermelhas, células brancas e plaquetas) pode cair. Neste momento, o indivíduo começa a apresentar anemia, infecções e sangramentos.

O diagnóstico da Leucemia Mieloide Aguda, geralmente requer a identificação de 20% ou mais de blastos no sangue periférico e/ou medula óssea. A LMA não é uma doença única, e sim um conjunto de doenças que são caracterizadas por muitos cromossomos e genes anormais. A LMA é dividida em subtipos, que serão baseados nos resultados do laboratório.

# Leucemia linfoide aguda (LLA): De acordo com o INCA, a LLA representa cerca de 12% das leucemias nos adultos, podendo-se estimar cerca de 1.300 casos novos por ano no país. Em uma medula saudável, as células-tronco tornam-se maduras e adultas por meio do processo chamado “diferenciação”. Na leucemia linfoide aguda (LLA) surge um linfócito imaturo e danificado na medula óssea, devido a um erro em seu material genético (DNA). Esses erros genéticos podem dar origem a uma célula blástica leucêmica (linfoblasto ou blasto leucêmico) que fica parada nos primeiros estágios do desenvolvimento celular. A célula blástica imatura não amadurece e não se transforma em uma célula sanguínea funcional.

Os erros genéticos fazem com que a célula mutada cresça e se divida continuamente, ao passo que uma célula saudável, cessa de se dividir e acaba morrendo. Cada linfoblasto que surge, depois do aparecimento da leucemia, tem o DNA mutado e se multiplica incontrolavelmente. Os blastos leucêmicos rapidamente se acumulam na medula óssea, suprimindo o desenvolvimento de células sanguíneas normais e saudáveis. Como resultado, há um acúmulo de linfoblastos que não funcionam e poucas células sanguíneas maduras. 

Recentemente, o professor Mel Greaves, do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres, publicou um estudo sobre o desenvolvimento da LLA na infância, no qual defende a hipótese de que seriam necessários dois erros genéticos (mutações) para o surgimento da Leucemia Linfóide Aguda. A primeira ocorreria antes do nascimento (vida intrauterina) e a segunda seria desencadeada por um desarranjo do sistema imunológico após exposição a infecções durante a infância.

O professor ainda informa que as infecções e estímulos antigênicos ao sistema imunológico durante o primeiro ano de vida poderiam ser benéficos nos processos de seleção e maturação dos precursores linfóides e, assim, reduziriam o risco da segunda mutação e por consequência do surgimento da LLA. No momento em que LLA é diagnosticada, o número de células sanguíneas saudáveis (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) é geralmente menor do que o normal. Isso pode resultar em infecções, anemia e sangramento excessivo.

 

Tratamento

O tratamento visa destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. Nas leucemias agudas, o processo de tratamento envolve quimioterapia (combinações de quimioterápicos), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.

O tratamento é feito em etapas. A primeira tem a finalidade de obter a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade após a poliquimioterapia. Esse resultado é alcançado em torno de um mês após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames (de sangue e da medula óssea) não mais evidenciam células anormais.

Entretanto, pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de célula afetada pela leucemia. Nas linfóides, pode durar mais de dois anos, e nas mielóides, menos de um ano, exceto nos casos de Leucemia promielocítica aguda, que também dura mais de 2 anos.

Na Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), o tratamento é composto de três fases: Indução de remissão, consolidação (tratamento intensivo com quimioterápicos não empregadas anteriormente); e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Durante todo o tratamento, pode ser necessária a internação do paciente por infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais e por outras complicações do próprio tratamento.

Na Leucemia mieloide aguda (LMA), a etapa de manutenção só é necessária para os casos de Leucemia promielocítica aguda - subtipo especial de LMA, muito relacionado com hemorragias graves no diagnóstico. Nesses casos, existe uma mutação genética específica que pode ser detectada nos exames da medula óssea e o tratamento com uma combinação de quimioterapia com um comprimido oral (tretinoina) possibilita taxas de cura bastante elevadas.

O tratamento da Leucemia mieloide crônica (LMC) não é feito com quimioterapia. Essa leucemia decorre do surgimento de um gene específico (gene BCR-ABL) capaz de aumentar a multiplicação celular através de uma proteína  tirosina quinase.  O tratamento é feito com um medicamento oral da classe dos inibidores de tirosina quinase, que inibe especificamente essa proteína anormal, que é a causa da LMC.  É chamado de “tratamento-alvo”, porque o medicamento inibe a multiplicação das células cancerosas, mas não das células normais do organismo. Alguns casos de resistência ou falha ao tratamento inicial podem necessitar de quimioterapia e transplante de medula óssea.

Na leucemia linfocítica crônica (LLC) agentes quimioterápicos, imunológicos (anticorpos monoclonais) e agentes orais podem ser utilizados no tratamento. A escolha dependerá de aspectos clínicos do paciente (como idade, presença de outras doenças, capacidade de tolerar quimioterapia) e da doença.

 

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Categorias: Blog, Leucemia

 

 

 

 

 

FONTE : https://institutocamaleao.org/blog/

 

 

 

 

 


 

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Carla

 

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