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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Laço do Mês de Novembro: Saiba mais sobre câncer de estômago

 Saiba mais sobre câncer de estômago - Laço do Mês de Novembro

 

O estômago pode ser dividido em três partes: fundo gástrico (parte superior junto à entrada do esôfago), corpo (parte intermediária e principal) e antro onde se localiza o piloro, ou esfíncter pilórico, na junção com o duodeno.

Os tumores do estômago se apresentam, predominantemente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, tumor carcinoide e leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos.

INCIDÊNCIA 

O pico de incidência se dá em sua maioria em homens, por volta dos 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos. No Brasil, esses tumores aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, entre as mulheres.

Estimativa de novos casos: 20.520, sendo 12.920 homens e 7.600 mulheres (2016 - INCA)

Número de mortes: 14.182, sendo 9.142 em homens e 5.040 mulheres (2013- SIM)

FATORES DE RISCO

O câncer de estômago pode acometer indivíduos jovens, com menos de 40 anos, e indivíduos mais maduros (acima dos 40 anos). Nos pacientes mais jovens, a doença não está correlacionada a fatores ambientais e à dieta, mas aos fatores genéticos predisponentes.

Nos mais velhos, pesam os fatores ambientais, a dieta especialmente, e a presença da bactéria Helicobacter pylori, que tem muita importância no aparecimento do câncer de estômago. Presente nos alimentos e na água potável, a Helicobacter pylori é considerada a segunda mais frequente, só superada pelas bactérias da cárie. Estima-se que ela habite o estômago de cerca de 70% da população no Brasil, porém somente indivíduos predispostos geneticamente, ou seja, que tenham nascido com um receptor no estômago capaz de hospedar a bactéria, são afetados. O tratamento por meio de antimicrobianos contra a bactéria é efetivo em 95% dos casos. O Helicobacter pylori também predomina nas regiões onde o nível socioeconômico é mais baixo. Depois que se instala, o Helicobacter pylori provoca alterações na mucosa do estômago que lenta e progressivamente podem gerar a transformação carcinomatosa.

SINTOMAS

Não há sintomas específicos do câncer de estômago.

Nos estágios iniciais, o câncer de estômago raramente causa sintomas. Porém, alguns sinais como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) ou mesmo tumor de estômago. Massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do tamanho do fígado e presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo indicam estágio avançado da doença.

Sangramentos gástricos são incomuns em lesões malignas, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10 a 15% dos casos de câncer de estômago. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).

DIAGNÓSTICO

São utilizados dois exames: a endoscopia digestiva alta, o método mais eficiente, e o exame radiológico contrastado do estômago. A endoscopia permite a avaliação visual da lesão, a realização de biópsias e a avaliação citológica. Nesse exame, um tubo flexível de fibra ótica ou uma microcâmera é introduzida pela boca e conduzida até o estômago. O exame é realizado sob sedação e com anestesia da garganta, para diminuir o desconforto.

A endoscopia é um exame fundamental, porque além de auxiliar no diagnóstico precoce, permite determinar o tipo histológico da lesão o que torna possível adequar melhor o tratamento e a conduta antes e depois da cirurgia, uma vez que nem todos os cânceres de estômago são iguais, têm a mesmas características.

A endoscopia é um exame praticamente inócuo, feito com o paciente sedado. A biópsia não dói e ele não sente absolutamente nada. É importante não se recusar a fazer a endoscopia, porque a chance de cura sobe para perto de 100%, quando o diagnóstico de câncer de estômago é precoce.

O grande impacto da endoscopia ocorreu mesmo nos casos iniciais, pois acima de 90% dos pacientes alcançam mais de cinco anos de sobrevida quando o diagnóstico é precoce. Nos casos avançados, os resultados continuam praticamente os mesmos de 30 anos atrás.

Na radiografia contrastada do estômago, os raios-x delineiam o interior do esôfago e estômago e o médico procura por áreas anormais ou tumores. Grande parte dos casos de câncer de estômago é diagnosticada em estágio avançado porque não há sintomas específicos, principalmente nas fases iniciais.

TRATAMENTO

É preciso determinar o tamanho e a localização do tumor e estabelecer o estadiamento, ou seja, se ele está ou não circunscrito no estômago. Se ultrapassou os limites desse órgão, a primeira metástase aparece nos gânglios, ou ínguas, que se situam em volta do estômago, do lado da pequena curvatura (lado direito) ou do lado da grande curvatura (lado esquerdo). A seguir, o tumor pode espalhar-se pelas cadeias ganglionares próximas, ou entrar na corrente sanguínea e atingir o fígado e outros órgãos.

Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de a lesão ser superficial e ter atingido somente a mucosa e a submucosa, o que aumenta a probabilidade de cura para perto de 100%.

O tratamento cirúrgico, retirando parte ou todo o estômago, além dos nódulos linfáticos próximos, é a principal alternativa terapêutica e única chance de cura. Para determinar a melhor abordagem cirúrgica, deve-se considerar a localização, tamanho, padrão e extensão da disseminação e tipo histológico do tumor. A radioterapia e a quimioterapia são considerados tratamentos secundários, que podem determinar melhor resposta da cirurgia.

PREVENÇÃO

Para prevenir o câncer de estômago é fundamental seguir dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância. Ácido ascórbico (vitamina C) e betacaroteno (precursor da vitamina A), encontrados em frutas e verduras frescas, agem como protetores contra o câncer de estômago, porque evitam que os nitritos (conservantes encontrados em alimentos industrializados) se transformem em nitrosaminas. Além disso, é importante o combate ao tabagismo e a diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.

Alimentação pobre em carnes e peixes e nas vitaminas A e C, ou ainda alto consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal são fatores de risco para esse tipo de câncer.  Em algumas regiões brasileiras, onde os alimentos não são mantidos em geladeira e a sua conservação é ruim, o número de casos de câncer de estômago aumenta significativamente. Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato está relacionada à maior incidência de tumores gástricos.

Algumas doenças pré-existentes podem ter forte associação com esse tipo de tumor, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal), e infecções pela bactéria Helicobacter pylori.

Fumantes que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidas a operações no estômago têm maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer, assim como pessoas com parentes que foram diagnosticados com câncer de estômago.


Atenção: A informação existente neste conteúdo pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

 

REFERÊNCIAS 

Associação Brasileira de Câncer Gástrico - Consenso Brasileiro de Câncer Gástrico. In: IX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD) – 2010 – Florianópolis, Brasil.

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2016.

Associação Brasileira de Câncer Gástrico - Consenso Brasileiro de Câncer Gástrico. In: XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia – 2011 – Fortaleza, Brasil.

LB Muller, RB Fagundes, CC Moraes… - Arquivos de …, 2007 - SciELO Brasil.

ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo).

Print version ISSN 0102-6720.

ABCD, arq. bras. cir. dig. vol.25 no.2 São Paulo Apr./June 2012.

Prevalence of Helicobacter pylori infection and gastric cancer precursor lesions in patients with dyspepsia.

 

 

 

FONTE: https://www.grupodiagnose.com.br/noticias/

 

  

 
23 DE NOVEMBRO CANCER INFANTO JUVENIL de www.sbp.com.br

 

obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico

abs

Carla

 

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