Por Priscila Horvat*
Após a internação de uma mulher de 46 anos, no Rio de Janeiro, por ter usado uma caneta de Ozempic® falsificada, a Novo Nordisk, fabricante do medicamento, se pronunciou na última terça-feira (22/10/2024). Ozempic® é a marca comercial do medicamento cujo princípio ativo é a semaglutida, usado no tratamento do diabetes tipo 2 para controle da hiperglicemia. O medicamento é disponibilizado em uma caneta de aplicação semanal na cor azul.
O comunicado da fabricante revelou que foram reportados casos em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ). Em nota, a empresa afirmou que há indícios de que canetas de insulina Fiasp FlexTouch® foram readesivadas com rótulos de Ozempic do lote NP5K174, possivelmente retirados indevidamente de canetas originais. A empresa não pode garantir que etiquetas de Ozempic de outros lotes não tenham sido utilizadas em casos semelhantes de falsificação.
Embora a Novo Nordisk já tenha identificado a falsificação, só conseguiu confirmar os dados do incidente na terça-feira (22/10/2024). A empresa se colocou à disposição dos consumidores para esclarecer dúvidas e afirmou que continua atenta a possíveis complicações. Amostras do produto foram coletadas para análise e a Anvisa foi notificada sobre as falsificações. “A companhia reconhece a gravidade da situação e está colaborando com as autoridades competentes para investigar os fatos”, destacou a nota.
Sociedades médicas também se manifestam
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), a Associação para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) também publicaram comunicados alertando para os riscos do uso de medicamentos falsificados e orientando os pacientes a redobrarem os cuidados na compra de remédios.
“O uso de medicamentos falsificados pode resultar em graves danos à saúde, incluindo reações adversas inesperadas, e exposição a substâncias perigosas que não passaram por controle de qualidade. Outra ameaça é a da ineficácia do tratamento e, nesse sentido, remédios falsificados comprometem o manejo adequado de doenças crônicas como o diabetes, colocando a vida dos pacientes em risco”, disse o comunicado da SBD.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também alertou sobre lotes identificados como falsos desde 2023, como MP5C960 e LP6F832. A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro continua ativa, e os outros exemplares do lote já foram retirados das farmácias.
A paciente que deu entrada no hospital com hipoglicemia severa já está estável e recebeu alta nessa segunda-feira (21/10/2024).
Entre as recomendações para identificar a caneta correta estão:
- A caneta de Ozempic é de cor azul clara com botão de aplicação cinza, enquanto a caneta de insulina Fiasp é azul escura com botão laranja;
- Atenção ao comprar em canais não licenciados pela Anvisa, que não têm autorização para usar o nome e produtos da marca;
- Verifique se a embalagem do medicamento está violada ou rasurada, ou se apresenta informações em idiomas estrangeiros e aparência divergente. As canetas de Ozempic são vendidas apenas pré-preenchidas;
- Desconfie de preços muito baixos, pois os produtos seguem a tabela da CMED, um órgão que regulamenta os preços dos medicamentos no Brasil;
- Atenção a adesivos com a informação de “nova fórmula”: o laboratório não altera a produção desde 2019;
- As canetas de Ozempic 1 mg não possuem numerações diferentes de 0 mg e 1 mg no seletor de doses.
*Priscila Horvat é jornalista com foco em saúde e integra a equipe da Momento Diabetes.
FONTE: https://www.momentodiabetes.com.br/fabricante-confirma-casos-de-ozempic-falsificados/
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
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