A.C.Camargo Cancer Center
Dra. Raquel M. Bussolotti, Responsável Técnica, CRM SP77005
O linfoma é um câncer do sangue, assim como a leucemia. Entretanto, enquanto a leucemia tem origem na medula óssea, o linfoma surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório, como do sistema imune. O sistema coleta e redireciona para o sistema circulatório um líquido claro, chamado linfa, e contém células de defesa (glóbulos brancos), chamadas linfócitos. Também fazem parte desse sistema os gânglios linfáticos, também chamados de nódulos linfáticos ou linfonodos, e órgãos como timo, baço e amígdalas, todas as estruturas envolvidas na produção de linfócitos, o que inclui a medula óssea e o tecido linfático associado ao sistema digestivo.
Há dois tipos de linfomas: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 10.180 novos casos de linfomas não Hodgkin devem ser diagnosticados no País este ano, sendo 5.370 em homens e 4.810 em mulheres.
Os linfomas não Hodgkin são divididos em três tipos, de acordo com o tipo de célula que atingem: linfomas de células B (ou linfócitos B), linfomas de células T (ou de linfócitos T) e linfomas de células NK (células natural killer ou exterminadoras naturais). Os linfomas de células B são os mais comuns, respondendo por 85% dos casos de linfomas não Hodgkin.
Eles também podem ser classificados pela rapidez com que se disseminam:
Linfomas de baixo grau
Linfoma de zona marginal nodal: é raro e costuma surgir em mulheres mais velhas. Ele tende a ficar restrito aos gânglios linfáticos, embora possa atingir também a medula óssea. Ele tem progressão lenta e muitos pacientes são curados quando ele descoberto em seus estágios iniciais.
Linfoma de zona marginal extranodal do tipo MALT: é o linfoma mais comum e tem origem fora dos gânglios linfáticos; por isso, é chamado de “extranodal”. Esse tipo de linfoma tende a começar no estômago e está relacionado à infecção por Helicobacter pylori, a mesma bactéria que causa úlcera, mas também pode aparecer no pulmão, na tireoide, nas glândulas salivares e nos tecidos em volta do olho. É um linfoma de progressão lenta e a maioria dos pacientes tem cerca de 60 anos. É curável em seus estágios iniciais.
Linfoma folicular: é raro em pessoas jovens e costuma afetar pacientes na faixa dos 60 anos. Ele é chamado de folicular porque tende a crescer em círculos no interior dos gânglios linfáticos. Os linfomas foliculares tendem a ter progressão lenta, reagem bem ao tratamento, mas dificilmente são curados. Por isso, o paciente recebe acompanhamento médico até que esse linfoma comece a provocar alterações evidentes. Cerca de 30% desses linfomas se tornam linfoma difuso de grandes células B, com o passar do tempo.
Linfoma de células do manto: representa 5% do total de casos e é mais frequente em homens na faixa dos 60 anos. Ele atinge gânglios linfáticos, medula e baço e é difícil de tratar, embora não tenha progressão rápida. Os tratamentos modernos são mais agressivos que os do passado e mais eficazes, aumentando as chances de sobrevida do paciente.
Linfomas de grau intermediário
Linfoma difuso de grandes células B: representa 30% dos linfomas não Hodgkin e é o mais comum entre eles. Ele pode atingir pessoas de qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas de mais idade. O linfoma difuso de grandes células B começa como uma massa de crescimento rápido em órgãos como intestinos, ossos, cérebro, medula ou em um gânglio linfático, mas reage bem ao tratamento, tanto que 75% dos pacientes deixam de apresentar sintomas após a terapia inicial e metade deles fica curada.
Linfoma mediastinal de grandes células: é um linfoma que costuma atingir mulheres (60% dos casos) jovens, na faixa dos 30 anos. Ele começa no mediastino, que é a cavidade central do tórax, onde fica o coração, e pode causar problemas respiratórios, porque pressiona a traqueia. Tem crescimento rápido, mas responde bem ao tratamento, sendo que metade dos pacientes é curada.
Linfoma anaplásico de grandes células: é mais comum em jovens, incluindo crianças, mas também ocorre em pessoas mais velhas. Ele começa nos gânglios linfáticos e pode atingir a pele. Tem crescimento rápido e grandes chances de cura com quimioterapia agressiva.
Linfomas de alto grau
Linfoma de Burkitt: é um linfoma de progressão muito rápida e 90% dos pacientes são homens na faixa dos 30 anos de idade. A quimioterapia agressiva cura metade dos pacientes.
Linfoma linfocítico de pequenas células e linfoma linfocítico crônico: ambos têm o mesmo tratamento e têm em comum a presença de células chamadas de linfócitos pequenos. A diferença é que no linfoma linfocítico de pequenas células as células doentes se concentram nos gânglios linfáticos e no baço, enquanto no linfoma linfocítico crônico elas estão presentes no sangue e na medula óssea. Ambos têm progressão lenta.
FONTE: https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/linfoma-nao-hodgkin
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
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