Medicina S/A
Por Cesar Jardim
Nos últimos 30 anos, o número de mulheres apresentando doenças cardiovasculares (DCVs) aumentou progressivamente. Nos dias de hoje, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 35% das mortes femininas anualmente, o que representa mais do que todos os tipos de cânceres juntos, de acordo com a World Heart Federation – WHF (Federação Mundial do Coração).
O coração das mulheres sofre com três tipos de fatores de risco: os tradicionais (já conhecidos, como hipertensão, diabetes, colesterol e triglicérides elevados, tabagismo e sedentarismo), os específicos (típicos do gênero) e os sub-reconhecidos, que são impactados pelo ambiente. Além de ter um leque maior de perigos, mesmo dentro dos fatores de risco tradicionais, elas também estão mais vulneráveis.
Diferentemente dos homens, as mulheres passam por oscilações hormonais e físicas importantes ao longo dos anos que podem afetar a saúde cardiovascular. Além disso, estudos também têm mostrado o impacto do meio em que vivem na saúde cardiovascular. Elas têm uma desvantagem psicossocial maior de desenvolverem ansiedade e depressão, doenças que são altamente prejudiciais para o coração.
De acordo com o documento “Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres”, pessoas do gênero feminino são mais suscetíveis aos distúrbios ansiosos-depressivos, o que aumenta duas vezes o risco de Doença Isquêmica do Coração (DIC). Acesso limitado à educação, oportunidades de emprego e desvantagem socioeconômica estão associadas a um impacto psicossocial adverso, que pode resultar em doenças cardiovasculares, principalmente em mulheres.
Além disso, segundo o estudo WISE (Women’s Ischemia Syndrome Evaluation – em português, Avaliação da Síndrome de Isquemia Feminina), em geral, 1/3 das mulheres vai a óbito por doenças cardiovasculares. Dessas, 47% são em decorrência de doenças coronarianas, também conhecidas como infartos, uma das doenças cardiológicas de alta complexidade mais comuns. Entretanto, o diagnóstico de infarto nas mulheres tende a ser errôneo e tardio pela falta de obstrução das artérias, que acontece na maioria dos casos.
Os mecanismos do infarto podem ser transitórios e não obstruir nenhuma artéria coronária, o que exige exames para diagnóstico mais complexos, como ressonância magnética cardíaca, testes funcionais, angiotomografia das artérias coronárias e/ou angiografia coronariana. Ainda, quando não tratado, pode evoluir para uma arritmia cardíaca. O número é alarmante e chama a atenção para este grupo de risco, geralmente subdiagnosticado.
Prevenção de doenças cardiovasculares em mulheres
As mulheres possuem particularidades que as tornam mais suscetíveis a apresentar diversas doenças cardiovasculares, como artérias mais finas, oscilação hormonal, gravidez e a própria predisposição genética. Além de cessar comportamentos já conhecidos que contribuem para o aumento de doenças cardiovasculares, existem outras formas de prevenção, como o tratamento dos fatores de risco específicos da mulher.
O Life’s Simple 7, um conjunto de orientações promovido pela Associação Americana do Coração, destaca sete passos simples para manter o coração saudável: controlar a pressão arterial, manter níveis saudáveis de colesterol, reduzir o açúcar no sangue, ser fisicamente ativo, adotar uma dieta balanceada, manter um peso saudável e parar de fumar.
*Cesar Jardim é cardiologista e Diretor Clínico do Hcor.
FONTE:
https://medicinasa.com.br/
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