Pizza no domingo à noite é tradição em muitas casas brasileiras. Quem tem diabetes sempre se pergunta qual a melhor forma de aproveitar a pizza de domingo à noite sem perder o controle da glicose. A ciência mostra que é possível comer pizza, mas apenas de forma eventual e com alguns cuidados.
Diabetes e a pizza no prato
O diabetes é uma condição crônica em que o corpo tem dificuldade para produzir ou usar a insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. Por isso, refeições ricas em carboidratos e gorduras exigem atenção redobrada.
A pizza combina massa, queijo e embutidos, o que pode elevar a glicose de duas formas: primeiro de maneira rápida, pelo carboidrato da massa; depois, horas mais tarde, pela gordura que retarda a digestão. Isso aumenta o risco de descompensação glicêmica, principalmente quando a pizza é consumida em excesso ou de forma rotineira.
É importante destacar que a pizza deve ser tratada como um alimento para ocasiões especiais e não como parte do dia a dia de quem convive com diabetes.
O que muda em cada tipo de diabetes
- No caso do diabetes tipo 1, é preciso calcular os carboidratos e aplicar a insulina corretamente. Uma fatia de pizza pode ter entre 25 e 40 g de carboidrato. Além disso, como a gordura retarda a absorção, o pico glicêmico pode surgir até seis horas depois. Por isso, monitorar a glicose é essencial.
- Já para quem tem diabetes tipo 2, a regra principal é a moderação. Em geral, duas fatias são suficientes, de preferência com massa fina e acompanhadas de vegetais. Além disso, evitar bebidas açucaradas contribui para manter a glicose sob controle.
- Por fim, no diabetes gestacional, a atenção deve ser redobrada. Qualquer oscilação pode afetar diretamente o bebê. Nesse contexto, cada refeição exige planejamento acompanhado por um médico.
O que a ciência descobriu sobre a ordem dos alimentos
Pesquisadores mostraram recentemente que a ordem em que os alimentos são consumidos altera a resposta da glicose no organismo.
No Japão, pesquisadores analisaram pessoas com diabetes tipo 2 e constataram que começar a refeição pelos vegetais reduziu de forma significativa os picos de glicose e insulina (Journal of Clinical Biochemistry and Nutrition, 2014).
Nos Estados Unidos, a equipe da Weill Cornell Medical College acompanhou pacientes e verificou que comer vegetais e proteínas antes do pão reduziu em até 37% os níveis de glicose após a refeição (Diabetes Care, 2015).
Em 2023, cientistas avaliaram adultos saudáveis e confirmaram o efeito: iniciar a refeição pela salada antes do arroz atenuou o aumento da glicemia (Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry, 2023).
A dica simples que faz diferença
Esses estudos reforçam uma orientação prática: a ordem dos alimentos importa. Quem tem diabetes pode incluir pizza em ocasiões especiais, mas deve começar a refeição pela salada.
As fibras dos vegetais funcionam como uma barreira natural que retarda a absorção dos carboidratos da massa e evita picos rápidos de glicose. Além disso, a salada aumenta a saciedade e ajuda a não exagerar na quantidade de fatias.
Conclusão
LINK: https://youtu.be/-SN6LAJTlOM?t=3
Referências
- Journal of Clinical Biochemistry and Nutrition. Effect of eating vegetables before carbohydrates on glucose excursions in type 2 diabetes. Disponível em: PMC.
- Weill Cornell Medical College. Food order has significant impact on glucose and insulin levels. Diabetes Care, 2015. Disponível em: Weill Cornell News.
- Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry. Effects of vegetable-before-carbohydrate meal sequence on glycemic response. 2023. Disponível em: Oxford Academic.
Fundador & CEO | Jornalista e Criador de Conteúdo - Tom é jornalista experiente, com mais de 17 anos de carreira em televisão, tendo atuado como repórter e apresentador nas principais emissoras do país. Diagnosticado com diabetes tipo 1 aos 22 anos, transformou sua trajetória pessoal em uma missão profissional. Além de liderar o Um Diabético, também realiza documentários e curtas com foco em saúde e impacto social. É reconhecido como um dos principais porta-vozes do diabetes no Brasil, dando voz e visibilidade a milhares de pessoas que convivem com a condição.
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abs
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