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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Lista de atividades para cuidador estimular a pessoa com Alzheimer



O dia-a-dia de um cuidador de idosos não é fácil. Várias tarefas da rotina do idoso são responsabilidade dele: alimentação, higiene, gerenciamento de medicações e, não podemos esquecer, da estimulação cognitiva.

Pensando nos materiais que podem ser usados pelos cuidadores de idosos na estimulação cognitiva, resolvemos listar atividades e objetos que podem fazer da rotina da estimulação.

Apesar de ser difícil dizer tudo em um post, vamos lá:

- Ler:
- Livros. Jornais, Revistas: esses recursos podem ser úteis para estimular todas as habilidades cognitivas relacionadas a leitura, afinal para essa atividade aparentemente simples tudo começa com o reconhecimento de letras, sílabas e palavras, até o processamento de frases e parágrafos até chegar na compreensão do texto. Usando a leitura, o cuidador pode estimular o conhecimento prévio do leitor sobre o assunto, estimulando a linguagem e a mémoria. Habilidades de compreensão e raciocínio são necessários para a interpretação do texto. Sendo assim, cliente capazes de atingir esse nível de processamento da informação, devem ser requeridos pelo cuidador a interpretar o texto lido.

Curiosidade:
“De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso; a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.”

Algumas estratégias podem ser necessárias para se atingir um desempenho eficaz do cliente durante a leitura:
- Uso de régua. A régua pode ser importante para direcionar a atenção do cliente ao texto e orientá-lo quanto a sequência da frase.  As réguas recomendadas são as opacas, pois as transparentes podem não “isolar” completamente o texto a ser lido.
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- Uso de marcador de texto. Os famosos marcadores de texto também podem ser usados na estratégia de isolar o trecho do texto a ser lido ou o começo e o fim do texto.
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Ainda sobre a leitura, podemos usar os jornais e revistas para orientação temporal e espacial. Lembrem-se que no topo do jornal ou na borda da capa da revista sempre temos a data/período.
Dica: revista que conheço e gosto muito pelos textos é “Vida Simples”. Os textos são atemporais e dão pano para manga quando o assunto é interpretação.

- Ouvir música:
Aqui no site temos uma tag que é “musicoterapia”. Resolvemos adicioná-la porque a música é de fato uma ferramenta terapêutica de grande valia. E, quando o assunto é estimulação cognitiva, não poderíamos deixá-la de fora.

A música pode ser relaxante para o cliente, ou seja, nos momentos de agitação, é uma excelente ferramenta para o cuidador quando ele quer mudanças de humor no cliente. Como recurso de estimulação pode-se usar a música pedindo ao cliente para bater palmas, assoviar ou bater os pés, sendo uma forma de “perceber” o corpo e de estimular o ritmo.

A memória musical também pode ser estimulada, sabemos que todos temos músicas significativas e quando o cuidador sabe quais músicas são significativas (ou da época do cliente) pode desencadear lembranças que podem ser tema de conversas entre o cuidador e o cliente. Além de falar sobre as lembranças, também faz parte da estimulação cognitiva, pedir ao cliente para cantar. Cantar é algo que até pessoas em estados avançados de demência podem fazer.  Aliás, usar a música nesses estágios avançados de demência pode trazer à realidade pessoas que passam a maior parte do tempo distantes e alheias à realidade.

- Ver fotografias:
Ter fotografias significativas emolduradas pela casa é ter um recurso útil para quem cuida. Fotos emolduradas e albúns de fotografia podem ser constantemente utilizados pelo cuidador para estimular a memória de clientes. O reconhecimento de faces, de lugares e de situações pode ser conseguido por meio da fotografia. Discutir lembranças é uma estratégia que até hoje se usa na “terapia de reminiscências” que consiste em usar fotografias, objetos familiares e músicas para obter benefícios cognitivos e comportamentais. Fazer uso desses recursos com frequência pode ser bastante positivo para os clientes.

- Estimular o uso objetos familiares:
Manter objetos familiares à vista dos clientes é uma ação que deve ser desenvolvida pelo cuidador. Esses objetos não só ajudam os clientes a se orientarem, o que diminui o risco de confusão e agitação, mas também trazem lembranças importantes. Aliás, a diminuição da confusão deve-se a essa “lembrança”.

Permitir (desde que não comprometa a segurança) e estimular a manipulação de objetos familiares pode ser crucial para manter o cliente ativo durante mais tempo. Se ele é capaz de pentear os cabelos, mesmo precisando de supervisão ou que o cuidador ao final precise refazer, é importante para manter a memória de como realizar as atividades. Se ele é capaz de “arrumar”a gaveta, que seja estimulado para tal. Isso deve ser visto não somente como estratégia para preservar as memórias como também atitude positiva para o sentimento de auto-eficácia.

Sendo assim, percebe-se que deve fazer parte da rotina de estimulação manter o cliente ativo em atividades que são conhecidas por ele.

Lembre-se de SEMPRE MANTER O CLIENTE TÃO INDEPENDENTE O QUANTO FOR POSSÍVEL.

- Estimular o contato do cliente com amigos e parentes
O cuidador vai ser a pessoa que mais tempo passa com o cliente e, portanto, a pessoa que mais o conhece em termos de habilidades e limitações. Faz parte da progressão da demência de Alzheimer, assim como outras demências, o distanciamento social do cliente, pois as habilidades necessárias para socialização vão sendo comprometidas.
Manter o máximo possível o convívio social é importante também do ponto de vista cognitivo. Socializar é uma oportunidade de usar as habilidades cognitivas. Quando estamos diante de um caso com algumas limitações que prejudicam a socialização, é necessário que o cuidador seja o intermediário dessa relação. Funcione como uma espécie de “tradutor” para o cliente. O cuidador não somente vai “traduzir” a conversa, mas também vai orientar aos parentes e amigos como deve ser feito.



- Oferecer oportunidades de atividade física:
Engana-se quem acha que a pessoa com Alzheimer não pode fazer atividade física. Ela tanto pode quanto deve. Os exercícios físicos fazem parte de uma rotina com estímulos.
A atividade ser uma excelente oportunidade para estimular o cliente do ponto de vista cognitivo, pedindo que ele volte sua atenção e tenha informações do entornp (“Olhe a frente da sua casa como é bonita”  ”Sua casa era assim quando você veio morar nela? ” etc.). E, além de ser a oportunidade de estimulação, a atividade física contribui para a redução de placas amilóides (causa do Alzheimer).
Essas atividades que citamos, deve fazer parte da rotina da pessoa com Alzheimer. Aliás, rotina é importantíssimo para esses casos, ajuda a orientar. Sente-se com seu terapeuta ocupacional e planeje com ele a rotina do cliente de acordo com a quantidade de estimulação necessária.
Atividades que antes faziam parte da vida do cliente e eram significativas, como ir à missa, rezar o terço ou dançar (dentre tantas outras) devem, se possível, ser incorporadas nessa rotina de estimulação. Familiares serão valiosas fontes de informações sobre atividades e interesses do cliente, não hesite em procurá-los.
Ah, nunca esqueça que para realização de qualquer atividade é necessário o máximo de segurança possível. Nada de situações que possam representar riscos, seja para o paciente ou até para o próprio cuidador.
- Texto da autora.
Fontes:
- Aspectos linguísticos e cognitivos da leitura.
- Efeitos da música em idosos com doença de Alzheimer em ILPIs.
- Demências; evidências contemporâneas sobre a eficácia de tratamentos.
Imagem: Martino Giuseppe
 
extraído: http://www.reabilitacaocognitiva.org/2013/06/como-o-cuidador-pode-estimular/

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