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quarta-feira, 28 de março de 2018

Páscoa e Diabetes: Quaresma, consumo de peixes e contaminação por mercúrio

Quaresma é a designação do período de quarenta dias que antecedem a principal celebração do cristianismo: a Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo, que é comemorada no domingo. A Quaresma começa na quarta-feira de Cinzas e termina no domingo de Ramos, anterior ao domingo de Páscoa. Durante os quarenta dias que precedem a Semana Santa e a Páscoa, os cristãos dedicam-se à reflexão, a conversão espiritual e se recolhem em oração e penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os sofrimentos que ele suportou na cruz.
Os dias da quaresma são dos mais lucrativos para a comercialização de peixes. As penitências durante a Semana Santa são comuns. E é nesse período que muitas pessoas adotam algum tipo de restrição alimentar. Algumas fazem jejum, outras abandonam a carne vermelha e comem somente peixes.
Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a agricultura terá expansão nos próximos anos no Brasil. Ainda de acordo com o relatório da FAO, o consumo de pescados no Brasil chegará a 12,7 quilos em 2025, cerca de 32% a mais do que os 9,6 quilos consumidos por ano entre 2013 e 2015. De 2014 para cá, a média mundial variou entre 20 kg/per capita/ano.
Os peixes são excelentes fontes de vitaminas, proteínas de alto valor biológico e baixo teor de gorduras, além de algumas espécies conterem ácidos graxos ômega 3. Seu consumo regular de duas a três vezes por semana tem sido associado à redução de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Para escolher bons peixes, é preciso ver se eles estão frescos. As escamas e a carne devem estar bem firmes, os olhos saltados para fora e as guelras vermelhas. No supermercado, eles precisam estar sempre imersos em gelo e em boas condições de higiene. Apenas o bacalhau é comprado salgado.
Entretanto, quase todos os peixes e frutos do mar contêm traços de mercúrio. O mercúrio (Hg) é um metal pesado, considerado um dos mais perigosos para o meio ambiente e para a saúde humana devido à sua alta toxicidade. Para a maior parte das pessoas, o risco de ingerir mercúrio ao alimentar-se de peixes e frutos do mar não constitui uma preocupação para a saúde. Porém, altos níveis de mercúrio no organismo humano podem ocasionar diferentes tipos de danos à saúde. O sistema nervoso central é um dos mais afetados, mas fígado, rins, sistemas gastrintestinais e imunológicos também podem ser prejudicados. Um dos efeitos mais graves é sobre mulheres grávidas e seus bebês, que podem causar danos ao feto ou ao desenvolvimento do sistema nervoso de crianças pequenas. Os riscos dependem da quantidade de peixes e frutos do mar ingeridos e dos níveis de mercúrio contidos neles.
No Brasil, os limites de mercúrio estabelecidos pela legislação vigente para consumo seguro de peixes são de 0,5 mgHg/kg para pescado não predador e de 1,0 mgHg/kg para peixes predadores que se alimentam de outras espécies de peixes. Quando esses valores são ultrapassados, o lote de peixes é apreendido.
Os peixes acumulam o mercúrio presente em todos os outros dos quais se alimentam, assim como o das algas e do solo. Com isso, os com maior concentração de mercúrio são os que estão no final da cadeia alimentar, e não é recomendável consumi-los mais do que duas vezes ao mês.
A intoxicação humana por mercúrio é um problema de saúde pública que afeta principalmente as populações ribeirinhas, que vivem em áreas contaminadas, como as próximas a minas de extração de carvão, e que têm o peixe como base da dieta alimentar. Mesmo assim, o assunto deve receber a atenção de todos aqueles que consomem peixe regularmente.
A FDA aconselha que as pessoas com alto risco de toxicidade do mercúrio (mulheres que pensem engravidar, mulheres grávidas, mães que amamentam e crianças pequenas) para seguir as seguintes recomendações:
- comer 2-3 porções (até 400g) de uma variedade de peixes a cada semana;
- e escolher peixes de baixo índice de mercúrio, tais como salmão, camarão, bacalhau, sardinha, atum, dourado, linguado, merluza, polaca, tilápia e truta, que comumente apresentam quantidade de mercúrio dentro da faixa considerada segura, que vai até 0,5 mg/kg.
Uma alimentação baseada na variedade poderá ser sempre um caminho para assegurar uma boa saúde, por isso, adicione o peixe as suas escolhas alimentares, mas com moderação como para qualquer outro tipo de alimento.
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs
Carla
http://www.diabetes.org.br/publico/pascoa-e-diabetes/1623-quaresma-consumo-de-peixes-e-contaminacao-por-mercurio

Referências bibliográficas
Sweet, LI, Zelikoff JT. Toxicology and immunotoxicology of Mercury: a comparative review in fish and humans. J Toxicol Environ Health. 2001 Apr;4 (2): 161-205

Dra. Débora Bohnen Guimarães
  • CRN 9ª reg. 2685
  • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica
  • Mestre em Educação em Diabetes
  • Coordenadora do departamento de nutrição SBD biênio 2018/19

Dra. Tarcila Ferraz de Campos
  • Nutricionista Clínica e Mestre em Ciências da Saúde
  • Educadora em Diabetes IDF/SBD/ADJ
  • Membro dos Departamentos de Nutrição e de Educação em Diabetes da SBD (2016-2017)
  • Vice-coordenadora do departamento de nutrição SBD biênio 2018/19

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