MELHOR IDADE: Delírios e Alucinações em Pessoas com Demência

 Mentes e Demências

Berna Almeida II       

 

 

Cuidar também é saber distinguir o que é da pessoa… e o que é da doença.

O que são delírios?

Delírios são crenças falsas que a pessoa acredita com convicção, mesmo quando a realidade diz o contrário.
Na demência, os delírios mais comuns são:

“Estão me roubando.”
“Essa não é minha casa.”
“Você não é meu filho(a).”
“Minha mãe está viva e preciso encontrá-la.”
“Tem gente escondida no quarto.”

Isso acontece porque o cérebro está desorganizando a percepção da realidade, confundindo memórias antigas com o presente.

E o que são alucinações?

Alucinações são percepções sensoriais sem estímulo real.
A pessoa vê, ouve, sente ou cheira algo que não está presente.

Ver sombras, crianças, pessoas desconhecidas
Ouvir vozes, barulhos, chamados
Sentir cheiros estranhos ou a presença de alguém

Alucinações não são fingimento. Para a pessoa com demência, aquilo é real. Negar ou rir da situação só aumenta a angústia e a agressividade.

Delírio ou alucinação? Qual a diferença?

Muita gente confunde, mas são coisas diferentes:

Alucinação é quando a pessoa vê, ouve ou sente algo que não está ali.
Ela enxerga pessoas, escuta vozes, sente cheiros — tudo isso sem estímulo real.
Exemplo: “Estou vendo uma criança no canto do quarto.”

Delírio é uma crença falsa, uma ideia que não corresponde à realidade, mas que a pessoa acredita com convicção.
Exemplo: “Estão roubando minhas coisas.” ou “Você não é meu filho, é um impostor.”

As alucinações envolvem os sentidos.
Os delírios envolvem os pensamentos e interpretações.

Em quais demências isso é mais comum?

Demência com Corpos de Lewy: alucinações visuais são frequentes e precoces
Demência por Alzheimer: delírios aparecem mais nos estágios moderados ou avançados
Demência por Parkinson: alucinações podem estar ligadas à medicação
Demência Vascular ou Frontotemporal: menos frequentes, mas podem ocorrer

Como agir quando isso acontecer?

Mantenha a calma
Entre no “mundo” da pessoa com empatia
Responda com frases curtas: “Está tudo bem, eu estou aqui com você”
Mude o foco: música, luz suave, toque nas mãos, mudança de ambiente
Evite confrontos: não diga “isso é mentira”, “você está vendo coisa”

Evite também deixar a TV ligada em volume alto ou com conteúdos violentos. Isso pode desencadear delírios e alucinações.

Quando procurar o médico com urgência?

Alucinações muito intensas e frequentes
Delírios com agitação física, agressividade ou tentativa de fuga
Suspeita de infecção, efeitos colaterais de medicamentos ou interação entre remédios

Em muitos casos, ajustes na medicação ou suporte psicológico podem melhorar bastante o quadro.

Uma verdade dura, mas importante:

Não é a pessoa que está agindo assim. É a doença que está se manifestando.
Cuidar com paciência não é fácil, mas entender o que está acontecendo faz toda a diferença.

Instituto Berna Almeida – Apoio a Cuidadores Familiares
@institutobernalmeida
Conheça nossa página e nosso grupo de apoio online: 1 Sujeito chamado Alzheimer

 

 

 

 

FONTE: https://www.facebook.com/groups/mentesedemencias/

 

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abs

Carla