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terça-feira, 28 de julho de 2015

O Potássio e a Insuficiência Renal

O que é o Potássio
 
O potássio é o principal ião com carga positiva (catião) intra-celular. Só 2% da quantidade total de potássio do organismo é que se encontra no espaço extra-celular.
 
 
Para que serve o Potássio
 
O potássio é importante na manutenção do potencial de membrana das células musculares e nervosas, ou seja, é imprescindível no funcionamento adequado dos músculos (nomeadamente o coração), promovendo a sua contracção, e das células nervosas.
 
 
A preocupação em manter o potássio plasmático nos valores considerados normais (3,5 a 5meq/l) é grande, uma vez que, tanto a sua falta como o seu excesso podem levar a arritmias cardíacas e morte súbita.
 
 
O potássio e a Insuficiência Renal
 
Uma das funções dos rins é regular a quantidade de potássio no sangue: estes são responsáveis por excretar 90% da carga ingerida de potássio, sendo o restante eliminado através das fezes. Os iões de potássio são filtrados no glomérulo: 65% da reabsorção ocorre no túbulo proximal. Quando os rins não são capazes de cumprir esta função de forma eficaz, o nível de potássio no sangue sobe.
 
 
Nas pessoas com Insuficiência Renal Aguda (IRA), e se esta se desenvolve de forma mais ou menos regular, o aumento de potássio é de até 0,5mEq/litro/dia, mas, em situações de evolução rápida, esse aumento pode ser de 1 a 2mEq/litro/dia, acompanhado do aumento nos níveis de creatinina, ureia, fósforo e ácido úrico. O risco de hipercaliémia é maior em utentes anúricos.
 
 
O grau de toxicidade do potássio, na IRA, acontece se este se encontrar acima de 7 a 9mEq/litro (o termo correcto é a hipercaliémia). Os sintomas são: fraqueza, paralisia muscular, sensação de formigueiro na língua/boca/pernas e alterações na condução cardíaca, podendo levar à assistolia (paragem cardíaca). No entanto, muitas vezes, a hipercaliémia não está associada a sinais físicos de alarme e requer tratamento de imediato.
 
 
Desta forma, nas pessoas com IRA, há uma maior dificuldade em regular o balanço hídrico, bem como os níveis de sódio, potássio e outras substâncias, em comparação com os doentes com Insuficiência Renal Crónica (IRC).
 
 

De forma geral, a ingestão de potássio não deve ser restringida de forma rígida, a não ser nos estágios finais da IRC.

 
 
Para os doentes com IRC, a dieta é uma parte importante do plano de tratamento e pode ser modificada com o tempo se a insuficiência renal piorar. De forma geral, a ingestão de potássio não deve ser restringida de forma rígida, a não ser nos estágios finais da IRC. Nestes estágios, os nefrónios perdem a capacidade de excretar este ião e tem de haver um maior controlo da sua ingestão. Quando for necessária a sua limitação, deve-se tomar o cuidado de não usar diuréticos poupadores de potássio, ou mesmo de medicamentos que contenham este ião, como penicilinas.
 
 
Nos doentes a realizar tratamento de diálise e, apesar de a diálise filtrar com eficiência o potássio que se acumula no organismo, este acumula-se entre as sessões de diálise. Assim, é imperioso controlar a sua toma. De forma geral, os especialistas recomendam uma dieta que contenha, pelo menos, 4700 mg de potássio por dia (pessoa normal). Nas pessoas com IRC ou IRA, deve ingerir-se menos de 1500-2700 mg de potássio por dia.
 
 
Tratamento e prevenção da hipercaliémia
 
Na IRC existem mecanismos adaptativos para aumentar a excreção do potássio, quer a nível dos nefrónios remanescentes, quer a nível intestinal. Estes mecanismos têm limites e a hipercaliémia será observada quando a filtração glomerular atingir valores inferiores a 10ml/min. A hipercaliémia também poderá ocorrer em situações em que a redução da filtração glomerular seja moderada (compreendida entre 10 e 60ml/min). Nestes casos, a hipercaliémia pode dever-se a:
 
  • Ingestão excessiva de frutas, legumes frescos, carnes e sais substitutivos do cloreto de sódio.
  • Administração por via endovenosa de grandes quantidades de líquidos, nomeadamente nas transfusões sanguíneas.
  • Casos em que a pessoa esteja em situação clínica de grande lise celular, nomeadamente em casos de trauma, convulsões generalizadas, hemólise e nos tratamentos com quimioterapia.
  • Casos em que a pessoa apresente acidose metabólica e esteja, concomitantemente, a tomar fármacos β-bloqueadores (Propranolol, Atenol e outros).
  • Pessoas com Diabetes, uma vez que a insulina promove a captação de potássio pelas células e, quando há um défice, o potássio não passa para o espaço intra-celular.
  • Acidose metabólica.
  • Catabolismo aumentado.
  • Problemas endócrinos.
  • Fármacos, nomeadamente diuréticos poupadores de potássio, os IECAs (Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina – anti-hipertensores) e os AINEs (anti-inflamatórios não esteróides).
  • Obstipação (o potássio não é excretado).
  • Exercício físico excessivo (leva ao catabolismo).
  • Rabdomiólise (devido à destruição de células).
 
 
A avaliação do potássio plasmático é então recomendada nas avaliações clínicas periódicas dos doentes com IRC, tendo em especial atenção aos que estiverem nas situações clínicas supramencionadas.
 
 

Toma de resinas permutadoras de potássio: Os agentes de ligação ao potássio como as resinas permutadoras de cálcio ou sódio também podem ser usadas paras controlar a hipercaliémia

 
 
Uma ingestão alimentar inferior a 60-70 mmol/dia de potássio é suficiente para prevenir ou tratar a hipercaliémia, na presença de um débito urinário adequado ou de terapia dialítica. Ficam algumas formas de prevenir:
 
  • A maioria dos alimentos contém potássio, sobretudo os vegetais e a fruta.
  • Os utentes devem receber aconselhamento nutricional sobre os alimentos ricos em potássio, tendo acesso a eventuais listas de produtos e as respectivas concentrações de potássio. Uma das listas possíveis encontra-se aqui.
  • Quando se restringe a ingestão protéica, restringe-se normalmente a ingestão de potássio.
  • A batata, a batata-doce e a banana são bastantes ricos em potássio mas devem ser incluídos, de forma consciente, na dieta.
  • Os vegetais devem ser cortados em porções pequenas e fervidos em muita água.
  • Previamente deve demolhar-se os legumes e as batatas, antes de os cozinhar, em água morna e durante, pelo menos, durante duas horas.
  • A água de cozedura deve ser trocada a meio do processo de cozedura., para que grande parte do potássio seja removido.
  • Os vegetais cozinhados numa panela de pressão, microondas ou refogados terão mais potássio do que se forem fervidos e cozidos em água.
  • Os alimentos ricos em fibra são recomendados para evitar a obstipação e regular o trânsito intestinal mas muitos deles são, também, ricos em potássio.
  • No que respeita à fruta, pode-se consumir uma peça de fruta crua (sem casca) por dia, mas a outra deve ser cozida.
  • As massas e o arroz branco têm pouca quantidade de potássio.
  • Deve evitar o consumo de frutas muito ricas em potássio, como o kiwi, abacate, figo, laranja, maracujá, melão, tangerina, pêssego, manga e uvas.
  • O feijão, o chocolate e o tomate têm uma grande quantidade de potássio na sua composição.
  • Toma de resinas permutadoras de potássio: Os agentes de ligação ao potássio como as resinas permutadoras de cálcio ou sódio também podem ser usadas paras controlar a hipercaliémia. Os iões de cálcio são trocados por iões de potássio, no intestino, e o sal de potássio é, deste modo, eliminado. A resina de cálcio é um pó de textura tipo areia e deve ser ingerida 1, 2 ou 3 vezes ao dia. Deve ser diluída numa bebida ligeira e adocicada para disfarçar o sabor característico. A toma prolongada destas resinas pode conduzir a obstipação grave.
 
 
Hipocaliémia
 
A dieta contém, normalmente, o aporte de potássio suficiente, pelo que a hipocaliémia em pessoas com IRC não é frequente. No entanto, pode ocorrer:
 
  • Em pessoas com distúrbios no Sistema Digestivo, nomeadamente com vómitos persistentes e diarreia.
  • Quando há uma toma excessiva de diuréticos espoliadores de potássio, como a Furosemida.
  • Quando há uma utilização frequente de broncodilatadores β estimulantes, nomeadamente o Salbutamol. Nestes casos, estes fármacos induzem a entrada do potássio para o espaço intra-celular.
  • Em situações de restrição alimentar excessiva.
  • Quando a diálise utilizar solutos com concentrações inadequadas de potássio.
  • Na fase de recuperação da IRA, com poliúria persistente.
 
 
O tratamento da hipocaliémia com a administração de um sal de potássio tem de ser realizada com cuidado pois pode provocar hipercaliémia.
 
 
 
 
Referências Bibliográficas:
COSTA,J., NETO, O., NETO, M. - Insuficiência renal aguda. Medicina. Vol. 36 (Abr./Dez., 2003), p. 307-324.
NATIONAL KIDNEY FOUNDATION - For kidney health steer clear of these 5 foods. [Em linha] [Consult. 2.Nov.2014]. Disponível em WWW:
SEELEY, R.; STEPHANS, T.; TATE, P. – Anatomia e Fisiologia. 6ª edição. Loures: Lusociência, 2003. 1118 p. ISBN: 972- 8930-07-0.
THOMAS, Nicola. – Enfermagem em nefrologia. 2ª ed. Loures: Lusociência. 2005. 489 p. ISBN 978-972-8383-85-5.
 
 
obs. conteúdo meramente informativo procure seu médico
abs,

Carla
extraído:http://www.portaldadialise.com/articles/o-potassio-e-a-insuficiencia-renal
 

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